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Francisco Beltrão
quinta-feira, 29 de maio de 2025

Edição 8.214

29/05/2025

Desemprego começa a assombrar trabalhadores do setor de terceirização

Estar desempregado é ruim, some a isto o cenário de crise e o fato de que poucas empresas estão contratando neste momento.

“Seu contrato de trabalho foi suspenso por tempo indeterminado, sem remuneração”; “Isso é muito injusto vamos sobreviver como?”; “O pior de tudo é que ninguém tá contratando”; “Gente o que nós vamos fazer? Ninguém contratando, o que estão fazendo com nós? Isso é injusto com o ser humano, pelo amor de Deus, mesmo que a gente ganhe R$ 600, eu, por exemplo, pago R$ 500 de aluguel. O que que eu vou fazer com R$ 600?”

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Os relatos acima são queixas e reclamações que chegam diariamente à diretoria do Sindicato dos Empregados em Asseio e Conservação de Francisco Beltrão e Região (Siemaco). Muitos trabalhadores estão sentindo o gosto amargo da demissão durante a crise econômica gerada pela pandemia da Covid 19. Só na segunda-feira, 11, foram feitas 27 rescisões de contrato em Dois Vizinhos. “A grande preocupação do Sindicato nesse momento é com o índice de demissões e da suspensão de contratos”, comenta Jussara Brito, presidente da entidade. Segundo ela, o grande impasse está na incerteza gerada pelo cenário de crise e pelo fim da disseminação da doença. “Pois não temos certeza de nada, não sabemos quando tudo isso acabará, o número de contratos de trabalho suspensos passa de 60. Isso que o sindicato teve conhecimento, visto que o acordo pode ser feito diretamente com o empregado sem passar pelo sindicato.” Jussara ressalta que algumas empresas estão deixando para os trabalhadores procurarem pelo auxílio emergencial – a partir da suspensão temporária do contrato de trabalho – responsabilidade que seria do próprio empregador. O Siemaco está acionando o setor jurídico para acompanhar estes casos.

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Siemaco calcula 150 demissões na região no setor nos últimos dias.

Foto: Marcello Casal/ Agência Brasil

 

Suspensão ainda é melhor que demissão
A dirigente sindical afirma que todos os dias estão chegando acordos de suspensão, pelo período de até 60 dias. “Esse ainda está sendo o melhor caminho, pois o objetivo do sindicato é manter os empregos, nesse caso eles (empregados) teriam o amparo do auxílio emergencial e as empresas conseguiriam respirar, pois temos que verificar os dois lados e manter o equilíbrio.”

Devido à instabilidade econômica, sem prazo para o fim do isolamento social, muitos tomadores (de serviços terceirizados) estão suspendendo os contratos por tempo indeterminado forçando empresas a demitir. “Já chega a mais de 150 os trabalhadores demitidos nos últimos dias. E muitas vezes esses contratos são por prazo determinado, essa modalidade de contrato eles recebem somente férias, 13º e dias trabalhados, pois essa forma de contrato não lhe dá direito à multa dos 40% sobre saldo do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço), aviso prévio e seguro desemprego. Diante da realidade que estamos vivendo hoje, em que quase não estão sendo feitas contratações, o trabalhador sair nessa situação nos deixa muito triste.” Jussara conta que a situação tem tirado o sono de toda a diretoria do sindicato.

A chefe da Agência do Trabalhador de Francisco Beltrão, Noely Thomé, informou ao JdeB que em março foram feitos 252 seguros desempregos e em abril 261. Contudo, ela explica que não é possível saber quantos são trabalhadores do município, pois a agência está sendo procurada por pessoas de toda a região. “Não temos como separar o seguro-desemprego só de Beltrão ou dos demais municípios da região. Desde que a gente retornou do isolamento atendemos ‘n’ pessoas da região, até mesmo de Curitiba.”

 

Setor de Serviços cai 6,9% em março

Da assessoria – Em março de 2020, o volume de serviços no Brasil caiu 6,9% frente a fevereiro, na série com ajuste sazonal. Este é o resultado negativo mais intenso desde o início da série histórica (janeiro de 2011). Os impactos observados foram sentidos especialmente no último terço do mês de março, quando começaram as medidas de isolamento social devido à Covid-19. Em fevereiro, o índice havia recuado 1,0% frente ao mês anterior.
Na série sem ajuste sazonal, no confronto com março de 2019, o volume de serviços recuou 2,7%, interrompendo a sequência de seis taxas positivas. No acumulado do ano, o volume de serviços mostrou variação negativa de 0,1% frente a igual período do ano anterior e, nos últimos 12 meses, acumula alta de 0,7%.

A queda maior veio das empresas de alojamento, alimentação e aéreas.
A retração de 6,9% do volume de serviços, de fevereiro para março de 2020, foi acompanhada por todas as cinco atividades investigadas, com destaque para as quedas em serviços prestados às famílias (-31,2%, o recuo mais intenso da série), e por transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (-9,0%), a segunda queda mais intensa da série, atrás apenas da de maio de 2018 (-9,5%), quando ocorreu a greve dos caminhoneiros. As pressões negativas mais intensas vieram pela menor receita das empresas do ramo de alojamento e alimentação (-33,7%) e de transporte aéreo (-27,5%) e terrestre (-10,6%).

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