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Francisco Beltrão
sábado, 31 de maio de 2025

Edição 8.216

31/05/2025

Diante da alta de custos, produtores de frango se organizam e buscam reajuste

Avicultores integrados à BRF estão recebendo, em média, R$ 0,41 por ave entregue para o abate.

O presidente da Avisud, Claudiney Colognese, comandou a assembleia, ontem, com avicultores integrados à BRF.

Avicultores integrados à BRF de Francisco Beltrão estão buscando reajustar o valor recebido para produzir frangos. Ontem, em assembleia da Avisud (Associação dos Avicultores do Sudoeste), os produtores aprovaram o envio de uma contraproposta à companhia diante da estagnação das negociações ao longo dos últimos meses.O principal pedido é para que a remuneração seja reajustada de acordo com a elevação de preços de insumos utilizados na criação das aves. “Estamos há vários meses buscando esse aumento para compensar a inflação e, apesar de nos ter sido apresentado um reajuste médio do preço pago aos produtores, para muitos os últimos lotes não têm bancado os custos”, afirmou o presidente da entidade, Claudiney Colognese.

Atualmente, os produtores de frango recebem, em média, R$ 0,41 por ave entregue (três centavos a mais que a média dos lotes anteriores), mas tem produtor que afirma ter recebido menos da metade desse valor.Somente entre janeiro e maio, os custos de produção de frango no Paraná subiram 19,6% de acordo com o indicador ICPFrango, da Embrapa. Nos últimos 12 meses, a alta é de mais de 50%. Boa parte dessa inflação é causada pela elevação dos preços da alimentação consumida pelos animais, mas nos regimes de integração a ração é fornecida pela própria BRF.

Mesmo assim, produtores precisam arcar com os custos de energia elétrica, limpeza, aquecimento (pellets, lenha ou eletricidade), manutenção da estrutura, cama e os gastos administrativos. Também é preciso considerar o investimento – muitos têm parcelas de financiamento – e a mão de obra, seja própria ou contratada.Um dos caminhos que a Avisud busca é construir uma planilha de custos junto com a BRF que considere a realidade regional para partir de uma remuneração mínima a ser paga aos produtores que criam as aves. Isso porque em muitos lotes, mesmo cumprindo todos os critérios de qualidade, não é possível manter os padrões exigidos pela companhia.

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Na assembleia de ontem, os avicultores reclamaram, por exemplo, da baixa qualidade da ração fornecida e dos pintainhos enviados para criação nos últimos lotes, o que afeta diretamente a produtividade.A BRF utiliza a chamada fórmula de conversão, que considera diferentes variáveis, para remunerar os avicultores integrados, que não conseguem ter previsibilidade sobre o valor a ser recebido ao fim de cada lote. Somado a isso, os custos extras do inverno deixam muitos produtores no vermelho. “Neste período mais frio do ano, tenho um custo de cerca de R$ 22 mil em dois aviários, mas recebi bem abaixo disso e optei por não alojar durante as semanas mais rigorosas do inverno”, contou um avicultor.

Pedidos à BRF
Entre as propostas aprovadas pela assembleia está a elevação da remuneração média para R$ 0,60 por frango e a criação de um valor mínimo pago ao produtor. Os avicultores também oficializaram que não haja retaliação aos produtores que participam das ações da associação. O documento será entregue à direção local da BRF.

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