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Francisco Beltrão
quarta-feira, 28 de maio de 2025

Edição 8.214

29/05/2025

“É uma realização”, diz motorista que traz vacinas contra a Covid para a região

Equipe de condutores da 8ª Regional de Saúde se reveza nas viagens até Curitiba para fazer os imunizantes chegarem aos municípios.

Zamadei é motorista da Saúde há 15 anos. Já trabalhou no Samu, transportou equipamentos para hospitais na pandemia e agora é um dos responsáveis pela logística da vacina.

Nos últimos seis meses, a rotina do motorista Rafael Zamadei não mudou muito. Ele continua indo regularmente a Curitiba para buscar insumos e medicamentos para a 8ª Regional de Saúde, onde trabalha. O conteúdo das cargas, no entanto, tem dado um sentido especial para as últimas viagens: ele é um dos responsáveis por fazer com que as doses de vacina contra a Covid-19 cheguem à região.

As primeiras remessas da vacina chegavam de avião. Com o tempo, foi possível estruturar um planejamento logístico ágil e mais barato para a distribuição das doses. Como o governo federal repassa as vacinas de forma gradual e nem sempre com uma previsão exata, os motoristas das regiões são avisados com um dia de antecedência — às vezes horas — sobre a liberação das doses no Cemepar (Centro de Medicamentos do Paraná, na capital) e precisar buscar as caixas e voltar de forma rápida, mas sem descuidar da segurança.

Na 8ª Regional, além do Rafael, os motoristas Edinaldo de Zorzi e Odair Gonçalves se revezam nesta função. Quem estiver de plantão faz a viagem. “No começo eu ficava mais apreensivo porque havia um receio de que as cargas pudessem ser saqueadas, então fazia só uma parada rápida e trancava bem a Van. Hoje já é mais tranquilo, a gente sabe da responsabilidade que tem e busca dar a maior celeridade possível ao transporte das vacinas”, conta Zamadei.

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No Cemepar, as doses já ficam separadas por região, de acordo com as planilhas do Ministério da Saúde, e o carregamento é rápido. A vacina vem dentro de caixas térmicas e mesmo quando há a distribuição de grandes quantidades de doses uma Van é suficiente para acomodar os imunizantes. Por vezes, outros insumos e vacinas vêm no mesmo carregamento, além das doses contra a Covid destinadas à 7ª Regional (Pato Branco), pra aproveitar a viagem.

Quando chegam na Regional de Saúde, as doses vão para os refrigeradores e uma nova etapa do processo se inicia: é preciso conferir a remessa, separar as quantidades por município, emitir as notas fiscais e repassar para as prefeituras. Este trabalho envolve outros profissionais da Saúde e muitas vezes foi feito madrugada a dentro para que às 7h da manhã as doses estivessem à disposição dos municípios para aplicação.

Profissionais de saúde
O serviço dos motoristas é somente uma parte de uma cadeia logística que precisa estar sincronizada para que a vacina chegue no braço da população de forma rápida e segura. Tanto é que os condutores são considerados profissionais da saúde, assim como os médicos, enfermeiros, gestores e tantos outros profissionais que atuam na linha de frente no combate à pandemia.

Para Rafael, que já trabalhou como condutor socorrista do Samu, o sentimento de fazer parte deste processo é óbvio, mas único: “É uma realização profissional e pessoal saber que nosso trabalho, mesmo que seja só uma pontinha de toda uma organização, está ajudando a salvar vidas”.

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