As atividades feitas no contraturno, entretanto, estão restritas a apenas 13% dos alunos por falta de espaço.

Há cerca de um mês, 36 alunos da Escola Municipal Bom Pastor, em Francisco Beltrão, vêm experimentando uma rotina um pouco diferente do habitual em outros anos. Eles tiveram a sorte de serem selecionados, de um total de 280 estudantes, para participar do Projeto Mais Educação, do governo federal, que está implantando educação integral em escolas das séries iniciais do ensino fundamental.
Além das quatro horas no ensino regular, eles frequentam a escola em turno contrário. São duas turmas de alunos (uma pela manhã e outra à tarde), da educação infantil ao 5º ano do ensino fundamental, que fazem atividades recreativas, esportivas, artísticas e pedagógicas com professoras contratadas especificamente para o projeto.
Apesar do pouco tempo, as crianças já se mostram bem adaptadas à nova rotina e os resultados têm aparecido, mas falta estrutura física para se trabalhar ainda melhor e ampliar o número de alunos envolvidos. “É uma coisa nova, desafiadora, até porque atendemos os alunos pela manhã e à tarde no pavilhão, não temos uma sala na escola. Não há muito mobiliário disponível. Porém, foi bem grande a procura de vagas. Até nos surpreendeu porque achávamos que não teria muita procura dos pais. Foi bem interessante a vontade deles em querer os filhos em tempo integral na escola”, conta a diretora Rosemeri Risso.
Nas aulas, improvisadas em uma sala do centro comunitário da Capela Nossa Senhora dos Navegantes, os pequenos estudantes se envolvem em atividades recreativas, artísticas e lúdicas; xadrez, tênis de mesa e outras atividades físicas; e atividades pedagógicas, como a tarefa que seria feita em casa, e jogos de memorização.

Bilboquê
Enquanto fazia um bilboquê com pet, papel e barbante, a pequena Beatriz Pavan, 7, revelou que nem se importa mais com as atividades que fazia antes durante as tardes. “Brincava de boneca e de bici, mas gosto mais daqui, aprende mais, tipo, educação física e artes”, afirmou.
Responsável por atividades recreativas, a professora Mariele Girardi tenta resgatar atividades físicas que vêm se perdendo com o tempo, como jogar “caçador”, pular corda, entre outros. “Até pra sair um pouco dessa rotina que eles têm hoje de computador, vídeo game”, diz ela, formada em Magistério.
Já a futura pedagoga Talita Hobold, estagiária da Secretaria Municipal de Educação, responsável pela área pedagógica, afirma que as oficinas contribuem no processo de ensino-aprendizagem dos alunos. “A gente consegue trocar experiências com as professoras das turmas regulares do tipo ‘olha, aquele aluno ‘x’ não está trazendo tarefa, mas o colega de turma está, dá pra conversar com ele’. Essa troca é muito importante para melhorar o rendimento deles”, ressalta.
