Alunos do Colégio Glória produzem a Revista Reverso.

Estudantes do Ensino Médio do Colégio Nossa Senhora da Glória se divertem aprendendo. Foi assim com a produção da revista Reverso, sob a orientação de Carla Lavorati, professora de Literatura e Redação, do Ensino Médio do Colégio Glória, nas versões impressa e digital. É o caso de Bruna Eduarda da Rosa Paes, 16 anos, que se sentiu muito feliz de participar deste projeto: “Dessa forma, aprendemos a matéria de uma maneira diferente do que nos outros dias e colocamos em prática valores que o próprio colégio nos ensina sobre empatia e solidariedade”.
Bruna acrescenta: “Acredito que esse projeto contribuiu significativamente para minha aprendizagem, visto que aprendemos muito mais quando fazemos algo divertido. E sabendo que essa iniciativa tem por finalidade ajudar alguém que realmente precisa, já que todo o material está disponível para acesso de alunos de outras escolas [públicas ou particulares], é muito significativo e gratificante”.
Adriano Uncini, 17, tem opinião semelhante: “Gostei muito de participar da revista, fazendo algo novo, nunca tinha feito nada parecido antes, uma das coisas que mais me motivou a fazer foi querer ajudar outras pessoas que não têm acesso a esses conteúdos”. Ele considera que este trabalho contribuiu com seu aprendizado, pois foi bem dinâmico. “Conseguimos estudar e ainda nos divertir. Apesar de sempre dar um pouco de trabalho, foi muito legal de fazer e isso faz toda diferença na hora de aprender.”
Francisco José Cadena Urio, 17 anos – completados segunda-feira, dia 12 –, também gostou de fazer uma ação diferente. “Eu acho que você aprende mais quando se apresenta algo, pois, além de pesquisar, estamos informando outras pessoas.”
Para Luísa Dal Ponte Santana, 15, “foi uma experiência muito legal, pois tudo era novo para nós, nunca tínhamos feito nada parecido”. Ela destaca que o trabalho da professora Carla contribuiu de “uma maneira super positiva, acredito que pra todos, pois, no momento em que estávamos vivendo, ocupar a cabeça com outras coisas, como a revista, os vídeos e os podcasts. Foi muito bom”.
Segundo a professora Carla, trata-se de educomunicação, que pode ser compreendida como uma prática educativa que envolve o uso das mídias na educação, principalmente, por meio da produção de materiais educativos. Assim, é possível aliar os conteúdos dos currículos à produção de podcasts, vídeos, revistas, jornais, web rádio, blog e fotografias. “As mídias tornam-se, dentro da escola, ferramentas de integração entre aluno, escola e sociedade.”

Segunda revista já está em elaboração
A partir da prática da educomunicação, ou mídia comunicação, os alunos ganham espaço de fala, de atuação e transformação do meio, e compreendem com mais facilidade a importância da língua e do desenvolvimento de habilidades comunicativas para o exercício da cidadania, como explica Carla Lavorati.
Para isso, aliam-se diferentes mídias à educação. “É o momento de ligar a teoria à prática. De pensar o uso da língua portuguesa e das diferentes linguagens a partir da produção de conteúdos educativos, colocados em circulação na sociedade. A produção de textos e imagens não precisa mais ficar reduzida à ‘gaveta do professor’.”

Carla é formada em Jornalismo e Letras, o que promoveu um diálogo promissor no dia a dia da prática educativa. “O mergulho na educomunicação começou de modo intenso durante o ano de 2020. O contexto singular da pandemia trouxe novas demandas para o ensino e me senti estimulada a pensar ainda mais na educação com as mídias. Comecei o projeto com a produção de um site para armazenar e colocar em circulação a produção dos meus alunos. Organizei as turmas para a produção de podcast e vídeos sobre temas literários. Os alunos foram responsáveis pela pesquisa, escrita do roteiro e gravação”, conta.Somado a isso, Carla e os estudantes elaboraram a revista Reverso, em formato digital e impresso. Todo esse material, disponível no site, foi produzido pelos alunos do ensino médio, em atividades totalmente remotas. Foram usados aplicativos como WhatsApp, para gravar os áudios dos podcasts, e programas de edição para formatar os vídeos, sendo que alguns vídeos estão traduzidos em Libras, pois discutiu-se a importância da acessibilidade deste material. Um dos objetivos do projeto é democratizar conteúdo de qualidade para alunos de outras escolas.
Novidades em 2021
Neste ano, já em modelo presencial, os participantes estão ampliando a produção dos materiais educomunicativos. “Novamente, apostaremos nos podcasts e vídeos, mas ampliaremos nossas possibilidades a partir do uso do tiktok. Também será produzido o segundo número da revista digital e impressa, na qual os alunos desenvolvem a habilidade de escrita a partir do trabalho com diferentes gêneros textuais, como notícias, reportagens, paródias, resenhas, artigo de opinião e dissertação, em comemoração aos 70 anos da escola.”
Carla ressalta que a importância da educomunicação está na articulação que ela promove entre escola e sociedade; os alunos são compreendidos como produtores e articuladores de conteúdo. “A educomunicação assume um papel importante ao fomentar entre os alunos a intervenção social. A linguagem passa a ser compreendida como uma ferramenta essencial para a modificação da sociedade, um estímulo para a democratização da comunicação e para o desenvolvimento de diferentes habilidades comunicativas, além de promover a criticidade diante do excesso de informações da atualidade.”