Vandecléia Aparecida Ribeiro Soares conta como adotou Frida.
Interessada em adotar um cachorro grande, Vandecléia Aparecida Ribeiro Soares procurou a ONG Arca de Noé. Tinha uma cachorra grande, que seria entregue castrada. Vandecléia concordou, até porque ela já tinha dois cachorros: Spot e Rex. Assim, Frida foi entregue recém-operada: “Ela tremia muito, tinha um olhar triste e era muito menor do que eu imaginava, só que quando eu olhei pra ela e ela pra mim, eu me encantei. Ela ficou muito triste, ficava olhando o carro ir embora, foi muito triste mesmo.”
Uma das situações que marcou Vandecléia foi o dia de tirar os pontos da castração. “Dentro do carro, eu coloquei Frida no meu colo, ela começou a tremer e foi assim até na clínica. Quando tiraram os pontos e disseram que podíamos levar, ela parece que não acreditava que estava voltando pra casa e foi aí que ela parou de tremer.”
Demorou também pra cachorrinha entender que ali era a sua casa. “Levou uns quatro meses pra aquele olhar triste começar a sumir e pra ela entender que aqui era a sua casa. Até aí, ela tinha fugido várias vezes e a gente ia atrás e resgatava. Isso me chamou muita atenção, aquele sofrimento dela, mas hoje a gente abre o portão e ela não sai mais. Faz dois anos que ela está conosco e é um membro da família mesmo.”

A tutora garante que foi escolhida por Frida. “Ela tem uma doçura, uma tranquilidade que encanta a gente, era pra ser. E aquele sofrimento, aquela tremedeira naquele tempo, a gente para e pensa o quanto ela não sofreu, mas hoje ela é bem feliz, graças a Deus não tem mais aquele olhar triste que demorou quase um ano pra sumir e ela reconhece a nossa casa como a casa dela.”
Frida brinca bastante com Spot e Rex. Vandecléia tinha muito medo de deixá-la perto do Rex, porque ele era muito bravo, então resolveram castrar os dois cachorros também. “Cuidamos dos três juntos. Depois que eles foram castrados, a gente começou a aproximação, mas eu ainda tinha muito receio por conta dela e o Rex. Hoje eles brincam juntos, correm um atrás do outro, se rolam na grama. Eles se dão tão bem que nós colocamos ração no potinho dela e no potinho dele, e ele come um pouquinho e solta uns grãos no piso para ela comer, às vezes ela vai comer no pote dele e ele fica sentado do lado esperando ela comer. Às vezes a gente tem que mediar.”
Thaís, filha de Vandecléia, ressalta o quanto Spot e Frida são entrosados. “Ele é mais espoleta, a Frida é mais quietinha, na dela, gosta mais de brincar com o Rex. Mas, eles se dão muito bem, a gente deixa os três soltos juntos, convivendo e a gente costuma dizer que é um cachorro pra cada, e a Frida é a xodozinha.” Além da filha Thaís, tem ainda o marido Sérgio.
“Quando eu chego da escola à noite — porque eu dou aula o dia todo—, ela sempre está ali esperando, quando eu abro a porta do carro ela é a primeira a me receber, pra gente fazer um carinho e brincar. Isso é interessante, porque ela me entende muito, é como se fosse da família. Ela late muito pouco e fica muito próxima da gente.”
O sumiço de Frida
Uma história interessante da Frida demonstra a comunicação entre os três pets e o vínculo de companheirismo: “A última vez que ela fugiu, há mais ou menos um ano e meio, ela se embrenhou num mato que tem aqui perto de casa e a gente não achava, foi uma tristeza muito grande. O que a gente ia fazer? Não dava pra entrar lá, era muito inclinado, um barranco. Aí, o meu esposo teve a ideia de pegar o cachorro maior (Rex) e levar ele na corrente, próximo de onde ela estava, isso deu certo. Ele chegou próximo de onde ela estava e ele latiu, quando ele latiu ela veio rapidamente atrás e voltou pra casa.”
