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Francisco Beltrão
quarta-feira, 28 de maio de 2025

Edição 8.214

29/05/2025

Em 2020, cesta básica ficou 23% mais cara

Arroz, óleo de soja e feijão foram os causadores do aumento, que ficou 17% acima da inflação.

O duovizinhense viu o auamento dos preços da cesta básica durante 2020.

Durante o ano de 2020, o consumidor duovizinhense percebeu, nas gôndolas dos supermercados, as altas constantes em diversos produtos que compõem a cesta básica. Esses reajustes foram comprovados com os dados trazidos, mensalmente, pelo Grupo de Pesquisa Economia Agricultura e Desenvolvimento (GPEAD), da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), de Francisco Beltrão que, em Dois Vizinhos, com a parceria do professor Sérgio Kuhn e da UTFPR realizam, mensalmente, a pesquisa dos valores da cesta básica no município.

O pesquisador participou do Programa Sete e Meia, na Rádio Educadora, e falou sobre como é pensada a pesquisa. “Eu, aqui, faço a pesquisa há três anos e meio, numa parceira com instituições de ensino de Francisco Beltrão, Pato Branco e Realeza. Juntamos as informações, colocamos em planilhas e comparamos com as capitais do Brasil para entender o comportamento nosso, na cesta básica. O Dieese começou essa pesquisa em 1959, ou seja, há mais de 60 anos com o objetivo de usar no cálculo do salário mínimo e utilizar para outros indicadores econômicos e sociais. Ela envolve 13 produtos da cesta, englobando carne, leite, feijão, arroz, farinha, batata, pão francês, café em pó, banana, açúcar, óleo e manteiga de uma forma geral”, disse.

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Sérgio Kuhn coleta preços em seis supermercados. “Eu pesquiso três na primeira quinzena e três na segunda quinzena e sempre buscamos o preço menor e maior de um produto, utilizando o valor médio. O que mostramos em percentuais são as médias, não só o aumento ou diminuição da cesta e calculamos quanto isso representa em salário mínimo e o custo para uma família que, no caso, é um casal e dois filhos”, completou.

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Professor Sérgio Kuhn.

 

No Sudoeste
No ano, a cesta básica mais cara, em grande parte dos meses, foi em Francisco Beltrão. “Em 2019, Dois Vizinhos teve sete meses a cesta mais cara, mas em 2020, quem teve a cesta mais cara foi Beltrão em dez meses, com Dois Vizinhos uma vez e Realeza em outra. É até surpreendente essas mudanças de um município para outro. Na média anual, o custo da cesta básica para família de quatro pessoas Beltrão foi de R$ 1.534 e em Dois Vizinhos foi de 1.400, isso pelo total acumulado”, completa.

Dois Vizinhos teve reajuste semelhante a algumas capitais do Brasil. “A nossa cesta aumentou 23%, mas se formos olhar as capitais do Brasil, em Curitiba foi 17%, Recife 19%, Rio de Janeiro 20%, são capitais que subiram menos, mas teve Salvador que subiu 32%, Aracaju 28% e assim por diante. Ficamos no meio termo e somos uma cidade do interior. Os preços se regulam pelo total da produção, estoque, se a matéria-prima vai ficar mais no Brasil ou será vendida para o exterior, o comportamento do dólar. No ano que passou, tivemos aumento grande na soja que gera produto como o óleo e margarina que foram elevados, assim como aumentou o custo de ração para carne. Outra pressão são as exportações que levam os produtos embora, temos a questão das safras, safras boas, abaixa o preço pela lei da oferta e procura. São variáveis que influenciam no preço”, acrescenta.

O ano
No ano, o aumento foi de 23%, entretanto, a diferença entre o menor valor calculado no mês e o maior chegou a 28%. “No ano, o aumento foi de 23%, mas se pegarmos o mais baixo, que foi em julho, de R$ 376,17 e no final do ano, onde estava em R$ 482,18, o aumento chegou a 28% e se você pensar que o custo aumentou 23% e a inflação pelo INPC foi 5,81%, o duovizinhense teve uma perda de 17,18% no poder de compra. Isso compromete mais a renda, o salário das pessoas”, diz.

O professor também analisou os produtos que mais aumentaram durante o ano. “No inicio do ano você comprava um pacote de cinco quilos do arroz e pagava R$ 10,49 no mais barato e, agora, o mais barato estava R$ 22,99. Se tu pegar arroz mais caro, em janeiro estava R$ 21,99 e em dezembro R$ 35,99. Ele subiu 64%, mas o primeiro subiu 119%. Se pegar o óleo de soja, o mais barato era R$ 3,69 em janeiro e em dezembro estava R$ 6,99 e o mais caro subiu de R$ 4,25 para R$ 7,99, um acréscimo de 88%. O feijão também subiu bastante: o mais barato, de um quilo, era R$ 3,80 e subiu para R$ 5,95, 56% de aumento; os mais caros saíram de R$ 4,99 para R$ 9,49, 90% de aumento e, na média, foi 74% e o que percebemos durante o ano é que os vilões foram os mesmos nas capitais. Banana, margarina, açúcar cristal, farinha, leite, carne vermelha, foram os que mais reajustaram durante o ano”, conclui.

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