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Francisco Beltrão
terça-feira, 27 de maio de 2025

Edição 8.212

27/05/2025

Em Beltrão, aumenta casos de gatos com Felv

O tratamento inclui até mesmo transfusão sanguínea.

Dra. Yana Cris Crestani, da Vital Clínica Veterinária e Dra. Yana Cris Crestani, da Vital Clínica Veterinária e Pet Shop, com a a gatinha Lia.

A médica veterinária Yana Cris Crestani, da Vital Clínica Veterinária e Pet Shop, destaca que, embora seja frequente o atendimento de pacientes FIV e Felv positivos, nos últimos dias houve um aumento de gatos com sinais clínicos ativos. Trata-se de dois vírus infecciosos que acometem os gatos, sendo a Felv, o vírus da leucemia felina, e a FIV, a imunodeficiência felina, mais conhecida como Aids.Ela conta que um caso marcante foi da paciente Clara, uma gatinha de 3 anos, que tem acesso à rua e a outros gatos.

“Clara chegou até nós apresentando fraqueza, emagrecimento, apatia, anorexia e diarreia. Após exames de sangue, como hemograma, alguns bioquímicos e o teste de Elisa, foi diagnosticada como Felv positiva e com uma anemia severa. Ela permaneceu internada e necessitou da realização de transfusão sanguínea.” Dra. Yana acrescenta: “Além disso, realizamos ultrassonografia, e identificamos a presença de linfonodos mesentéricos aumentados, caracterizando um quadro de linfoma intestinal, por isso a presença de diarreia”.

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Após alguns dias de internamento, a paciente teve alta e continuou com tratamento em casa, além de suplementação com imunomodulador de uso contínuo para evitar novas crises de viremia, que é a presença de vírus no sangue. Após três meses da alta, a tutora informou que ela está bem e com suas atividades normais. Porém, restrita dentro de casa para não transmitir para outros animais.“Lembramos que a vacinação de gatos é extremamente importante para a prevenção da Felv”, ressalta. Confira a entrevista. 

JdeB – A contaminação dessas doenças é frequente? 
Dra. Yana Cris Crestani:
Em Francisco Beltrão, muitos gatos são portadores desses vírus. O que observamos no dia a dia da clínica é que a Felv é muito mais frequente em gatos do que o vírus da FIV. E que a incidência de casos clínicos vem aumentando a cada ano. A transmissão é muito fácil de acontecer, principalmente via saliva, através de brigas, lambeduras e a utilização dos mesmos comedouros e bebedouros. A transmissão também ocorre através da urina, secreções de mucosas, via sexual, transfusão de sangue, e até mesmo de mãe para filho.

O animal apresenta alguns sintomas que o dono possa perceber?
Os gatos nem sempre manifestam sinais clínicos de imediato após a infecção do vírus. Muitos são portadores assintomáticos, ou seja, o vírus fica encubado por anos e sem manifestar sintomas. Porém, ao mesmo tempo, ele consegue transmitir para outros felinos. Normalmente, os vírus manifestam sinais clínicos nos animais após uma queda de imunidade. Qualquer fator que seja estressante como troca de ambiente, troca de alimentação, introdução de um novo membro na família (cachorro ou gato), viagens e doenças concomitantes podem intensificar o vírus no organismo do gato, vindo a desenvolver os sinais da doença. O sinais clínicos desencadeados por essas doenças podem ser emagrecimento progressivo, falta de apetite, fraqueza, apatia, febre, anemia, aumento dos linfonodos, inflamação na gengiva associada com odor forte na boca, e até mesmo alteração de comportamento podem ser observados.

Qual o tratamento?
Ambas doenças são graves, e não possuem cura, possuem controle. Por isso tratamos somente os sintomas, ou as doenças secundárias que podem estar associados às viroses. Geralmente, alguns pacientes necessitam de internação, para administração de fluidoterapia, antibióticos, antitérmicos, vitaminas e imunomoduladores. É muito importante a realização de exames de sangue, para identificar o grau da doença, pois podem apresentar anemia severa, sendo necessário transfusão sanguínea. Após o controle da doença, o uso de medicamentos que aumentem a imunidade do animal é muito importante para não ocorrer reincidias frequentes da viremia.

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