Eles estão preocupados com a possibilidade de prorrogação da suspensão das atividades e que outros setores sejam incluídos.

Um grupo de empresários dos setores de comércio, restaurantes e de prestação de serviços que se sente prejudicado pelos decretos governamentais que determinam o fechamento de atividades econômicas não essenciais entre 27 de fevereiro e 8 de março, no Paraná, fez um ato público ontem pedindo que possam reabrir seus estabelecimentos.
A decisão do governo e das prefeituras tenta diminuir o contágio do coronavirus e aliviar as internações de pacientes em hospitais em todas as regiões do Estado. O prefeito Paulo Pilati (MDB) esteve na manifestação, realizada em frente à sede da Associação Empresarial (Acimar), e recebeu um ofício da entidade com as alegações para a reabertura.
Solange Borges, do restaurante Bell Center, falou em nome do grupo de empresários. “Nós estamos sendo prejudicados. Uma pequena parte das atividades comerciais aqui em Marmeleiro e em todo o Paraná, porque cremos que esse decreto foi infeliz e sem um planejamento mínimo pra que abrangesse uma forma eficaz de controlar e quebrar a faixa de transmissão desse maldito vírus que assolou tantas pessoas, tantas empresas, tantas famílias de conseguir o pão de cada dia.”
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Direito de trabalhar
A empresária acrescentou que “estamos lutando e reivindicando por nada fora da lei, estamos reivindicando o direito de poder trabalhar. Os comércios não essenciais é injusto [incluir no decreto], todos somos essenciais. Fizemos esse manifesto, solicitamos junto com a Acimar que nos ajudasse, porque nosso medo é que, daqui a uma semana, esse decreto seja prorrogado, e novas atividades sejam incluídas; nós já estamos sendo prejudicados, como aconteceu há um ano. Estamos sofrendo há um ano! Simplesmente, aceitamos tudo que o Governo do Estado, que o município decretou; tivemos que aceitar goela abaixo, fechar nossas portas, demitir nossos funcionários… Agora que as coisas começaram a andar um pouco, simplesmente, começa tudo de novo”.
Para Solange, as transmissões do vírus não estão ocorrendo no setor comercial. “Quem está transmitindo são as aglomerações fora, de quem está ficando ‘de varde’ em casa, está sem trabalho e fazendo festas nas casas, em lugares que não são legalizados. Os lugares legalizados, como as nossas atividades, nós estamos nos cuidando e temos as portas abertas pra fiscalização, pra comunidade, pra quem quiser ver, estamos fazendo nossa parte.”
Solange fez um apelo: “Quero clamar a toda a população de Marmeleiro e do Paraná pra que nos apoie, nos ajude. Temos solidariedade a todas as vidas humanas, porque também tivemos em nossas famílias [casos da doença], mas precisamos trabalhar e pagar nossas contas honestamente como sempre fazemos.” A Acimar elaborou um ofício em solidariedade pelos sócios e não sócios, solicitando ao prefeito a reabertura.
Levar o pleito ao governo
Claudinei Brambila, presidente da Acimar, explicou o conteúdo do ofício entregue ao prefeito Paulo Pilati. “Estamos reivindicando que ele consiga levar aos nossos representantes, do Estado, esse oficio, do qual a gente é contra esse decreto que não está bem feito, entende que ele é ineficaz. Um decreto fecha 25% de um comércio só? Então, essa é a nossa preocupação, principalmente, com a prorrogação desse decreto.”
A Coordenadoria das Associações Empresariais do Sudoeste do Paraná (Cacispar) fez reuniões com seus diretores e das entidades filiadas e acabou se posicionando contra o decreto do governo estadual. Claudinei argumentou que o decreto não tem eficácia.
“Nós entendemos que a primeira coisa é a vida, entendemos que tem um vírus muito agressivo, mas também entendemos que esse decreto penaliza só 20% do comércio, não é eficaz, onde temos comércios que atendem uma, duas pessoas por hora – esse pessoal não transmite vírus, ajuda a cuidar da não transmissão.”
