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Uma consulta pública lançada pelo Inmetro está colhendo sugestões do setor de produtos de alumínio e da sociedade para aperfeiçoar o Regulamento Técnico da Qualidade e Requisitos de Avaliação de panelas e utensílios domésticos. São essas normatizações que definem as especificações de um produto para ter qualidade e segurança. As indústrias da região que fabricam utensílios em alumínio já estão se organizando, através do Arranjo Produtivo Local (APL) do setor, para apresentar reivindicações ao instituto.
Um dos pontos que deve ser formalizado na consulta é a sugestão de ampliar o prazo de validade da certificação dos produtos. Desde 2012, normativas passaram a exigir a certificação de todos os produtos domésticos em alumínio produzidos ou vendidos no País. O processo demanda a contratação de um OCP (Organismo Certificador de Produto) para realizar testes dos utensílios em laboratório. As mais de 30 empresas da região já se adequaram às novas normas do Inmetro, mas consideram que o processo pode ser simplificado.
“Uma das questões é que precisamos renovar todo ano a certificação. Temos que contratar o OCP, ir atrás da documentação, passar por uma espécie de auditoria, enviar as amostras e isso gera custos e demanda tempo para um processo que já foi feito anteriormente e que assegura a qualidade dos produtos”, conta Ademar Pastre, presidente do APL de Alumínios.
Somente na indústria administrada por Ademar, a Alumínios Lummi, são fabricados quase 200 produtos diferentes e cada “família” de utensílios precisa ter a certificação. A posição do APL não é para pôr fim à certificação, que garante a qualidade dos produtos ao consumidor, mas tornar o processo menos burocrático.
“Temos que considerar que a nossa região, mesmo sendo uma referência na fabricação de utensílios, é composta de pequenas e médias indústrias”, complementa Pastre. A consulta pública deve receber um pedido formal do APL e de entidades parceiras, como o Sebrae, Sesi/Senai, Sindimetal e Prefeitura de Beltrão com as sugestões.
Oscilações no mercado
As discussões para a reformulação da regulamentação acontecem num momento delicado para o setor de produtos em alumínio. No ano passado, o JdeB mostrou que a pandemia fez aumentar a demanda por utensílios domésticos como nunca e estava difícil encontrar matéria-prima — são utilizados discos de alumínio na fabricação de panelas, chaleiras, formas etc.
Agora, as indústrias estão tendo que lidar com o preço alto dos insumos e retração do consumo. “O alumínio aumentou mais de 50%, mas outros componentes, como cabos, chegaram a dobrar de preço. Junto a isso temos enfrentado um cenário de desaceleração das vendas desde o início do ano”, comenta Ademar Pastre.