Os depósitos na caderneta de poupança aumentaram 2,02%, o que equivale a R$ 10,75 milhões no período.
As operações de crédito (empréstimos, títulos descontados e financiamentos) da população beltronense registraram um aumento de mais de R$ 14,4 milhões, representando um acréscimo de 1,26%. Ou seja, subiu de 1 bilhão 142 milhões para 1 bilhão 157 milhões. Os dados da movimentação financeira do Banco Central, para o período de janeiro a junho de 2021, e fazem parte do boletim informativo de conjuntura econômica elaborado em parceria pela Acefb, Condef, Unioeste e Seab. O município de Francisco Beltrão possui cinco bancos comerciais.
Segundo o economista Marcelo Lopes de Moraes, um dos coordenadores do estudo, é relativamente normal e até necessário para o desempenho da economia, as pessoas contraírem dívidas para adquirir bens, assim como o financiamento de imóveis, que é considerada uma dívida boa, pois o bem tende a valorizar ao longo dos anos. No entanto, o que preocupa é o aumento do endividamento das famílias. O porcentual de famílias brasileiras que relataram ter dívidas ficou em 74,6% em outubro. “Essa média sempre estava na casa dos 60%, 65%.”
A equipe também analisou outros indicadores do sistema financeiro. O financiamento imobiliário, por exemplo, aumentou 1,18% no período analisado, demonstrando o aumento do investimento para a compra do imóvel no município.
Os depósitos na caderneta de poupança aumentaram 2,02%, o que equivale a R$ 10,75 milhões no período. Agora, a poupança dos beltronenses em bancos comercias atingiu R$ 542,9 milhões, contudo, a poupança, conforme noticiou o Jornal de Beltrão na quinta-feira, 16, é um mau negócio neste momento, pois seus rendimentos não alcançam a inflação acarretando em perdas aos poupadores.
O nível de poupança da população beltronense em junho/2021 equivale a mais de 17% do PIB do município. A única variável que apresentou queda no período foram os depósitos a prazo, que registraram uma expressiva retração de 10,31%. “A queda nos depósitos a prazo indica, aparentemente, que a população mais capitalizada de Francisco Beltrão, no período analisado, optou por investir as suas reservas em imóveis e na caderneta de poupança, que são tradicionais investimentos de proteção”, descreve o relatório.
Região segue mesma tendência
O grupo de pesquisadores também analisou os dados de movimentação financeira para o mesmo período dos municípios de Ampere, Barracão, Dois Vizinhos, Itapejara D’Oeste, Marmeleiro, Pato Branco e Realeza. Nestes municípios observou-se a mesma tendência de Francisco Beltrão, mas com algumas observações.
Todos os municípios selecionados, menos Barracão, tiveram aumento das operações de crédito (endividamento). Com relação ao financiamento imobiliário, Ampere, Dois Vizinhos e Pato Branco registraram aumento, sendo que os dois últimos, juntamente com Francisco Beltrão, possuem as maiores populações e os maiores PIB da mesorregião Sudoeste.
Com exceção de Ampere, todos os municípios selecionados apresentaram aumento dos depósitos em poupança, e somente Barracão e Pato Branco apresentaram aumento dos depósitos a prazo. Esses dois municípios chamam a atenção, já que em Barracão não foi registrado nenhum saldo para o financiamento imobiliário e houve redução das operações de crédito no período analisado. Em Pato Branco houve aumento dos três investimentos, inclusive dos depósitos a prazo.
