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Francisco Beltrão
quinta-feira, 29 de maio de 2025

Edição 8.214

29/05/2025

Entidade aposta em aumento das exportações de madeira para os Estados Unidos

 

Luiz Flávio: só especulação sobre
expansão das exportações. 

 

Os dados positivos do Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos no terceiro trimestre – crescimento anual de 4,1% – devem refletir nas exportações brasileiras de compensado. De acordo com fabricantes da Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente (Abimci), a demanda já aumentou e os resultados devem aparecer nos números de agosto. Mas entre empresários do setor de Francisco Beltrão há um clima de ceticismo.

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O consenso é de que até o final do ano, pelo menos, as exportações para este mercado serão regulares, com ligeiro crescimento. Segundo relatório do Bureau of Economics Analysis (BEA) divulgado em julho, os gastos com a construção de casas e melhorias em imóveis nos Estados Unidos aumentou 7,5% no segundo trimestre, ponto favorável aos exportadores de compensado. A categoria havia recuado nos dois trimestres anteriores. 

De acordo com dados divulgados pela Abimci, o otimismo da indústria se baseia nos resultados obtidos neste ano. Desde março, o volume de compensado de pinus, por exemplo, triplicaram para o mercado norte-americano, atingindo pouco mais de 9 mil m³ em julho para esse destino.  Já os negócios com a Europa, principal destino dos produtos madeireiros brasileiros, devem ter uma retomada após as férias de inverno com a retomada dos contratos.

Taxa de câmbio melhor
Uma das preocupações de alguns empresários ainda é a taxa cambial. Com o dólar em torno de R$ 2,25 desde abril deste ano, muitos estão em alerta. Na avaliação de produtores de compensado, por exemplo, uma taxa ideal seria entre R$ 2,70 e R$ 2,80. André Camilotti, executivo da Angelo Camilotti, tradicional empresa de compensados e portas de Beltrão, diz que a taxa cambial praticada no momento pelo Brasil não é vantajosa para as empresas. “O mercado dos Estados Unidos está comprador, o que está ruim é a taxa de câmbio”, ressalta o empresário.

Conforme André, houve problema com uma indústria madeireira (multinacional) do Chile que fornecia produtos para os Estados. Por isso, os Estados Unidos estariam abrindo cotas para importar produtos como os compensados do Brasil. Mas ele também concorda que o ideal seria que o dólar estivesse na faixa de R$ 2,50 a R$ 2,60. Porém, ele não acredita que a Angelo Camilotti aumentará seus negócios por causa do atual panorama. 

Luiz Flávio Zagurski, diretor da Mazza Compensados e Laminados, de Beltrão, expressou um ceticismo em relação à perspectiva de aumento das exportações para os Estados Unidos. “É só especulação, não vejo nada de concreto”, diz o empresário. Há cerca de quatro anos, a Mazza exportava grande quantidade de compensados para empresas norte-americanas. Com a crise econômica entre os anos de 2008 e 2010, nos Estados Unidos, a Mazza e outras empresas brasileiras acabaram deixando de enviar seus produtos para lá, até porque o valor do dólar no Brasil não se tornou mais compensador.
 
Inverno na Europa
Para os fabricantes de compensado plastificado, além da dificuldade com o câmbio há fatores que historicamente já impactam nas vendas, como a chegada do inverno europeu. Segundo o coordenador do Comitê de Compensado Plastificado da Abimci, Walter Reichert, a Turquia, principal destino desse produto brasileiro, todos os anos diminui os pedidos. “Exportamos, em média, 10 mil m³ e esse número deve cair nos próximos meses para 6 ou 7 mil m³”, afirma. 

Reichert explica que uma pequena parte desse volume pode ser absorvida por outros mercados, como Egito e Arábia Saudita.

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