Secretário de Agricultura do Paraná esteve ontem em Francisco Beltrão, onde aproveitou para visitar a Expobel.

secretário Norberto Ortigara (Agricultura), prefeito Cantelmo Neto e Rubens Niederheitmann (Emater) na entrega do documento do Sudoeste.
Representantes de entidades e prefeituras da região Sudoeste entregaram na tarde de ontem, 8, durante reunião na sede da Amsop, um documento para o secretário estadual de Agricultrua e Abastecimento, Norberto Ortigara, pedindo a implantação de um programa de conservação de solos.
O evento foi aberto pelo prefeito Antonio Cantelmo Neto (PMDB) que ressaltou a importância da agricultura para a economia da região. Como exemplo citou a Expobel, que acontece até o próximo dia 13, no parque de exposições, e que começou há 48 anos como Festa Nacional do Feijão (Fenafe). “Diante de um momento de dificuldade, é justamente na agricultura que vamos encontrar lastro para continuar nossos municípios de pé.”
Segundo o documento, em relação à conservação de solos e água, muitas ações foram feitas desde a década de 1980, com destaque para programas de reposição florestal, implantação de sistema de plantio direto, proteção de fontes, adequação de estradas rurais e construção de terraços. As entidades listam alguns programas em andamento e que consideram insuficientes para o enfrentamento dos problemas de erosão do solo e contaminação dos recursos hídricos.
O presidente da Associação dos Secretários Municipais de Agricultura (Assema), Hélio Vansetto, pediu uma parceria envolvendo Governo Federal, Governo do Estado, prefeituras e agricultores. Segundo ele, depois do povo, a maior riqueza de uma nação é o solo e, portanto, merece mais atenção e investimento. A ideia é que as prefeituras participem com gestão, formalização de convênios; Governo do Estado, com pesquisa, assistência técnica, capacitação e apoio financeiro; União, com apoio à assistência técnica via chamada pública e outros mecanismos, apoio financeiro e a aquisição de patrulhas mecanizadas e emendas parlamentares; e agricultores com contrapartida financeira, execução de práticas ambientais e conservacionistas.
Na opinião dele, os investimentos precisam ser divididos em partes iguais. “Tivemos um projeto em Santa Izabel do Oeste em que o Estado participava com 30%, o município com 30% e o produtor 40%. Deu muito certo, porque o agricultor fez o que era preciso e valorizou.”
Ortigara fez uma explanação sobre o cenário do agronegócio do Paraná. “O único setor que conseguiu empregar foi a agricultura e a agroindústria.” De acordo com ele, 2015 foi o ano em que o Estado mais colheu grãos, mais produziu leite – passou o Rio Grande do Sul – frango, porco, celulose e papel, entre outros. “Não se pode dizer que é um quadro otimista, mas de bom desempenho. O desafio é continuar crescendo sempre e agora fica cada vez mais difícil, pois já crescemos muito.”
Ortigara disse ainda que recebe a proposta das entidades com entusiasmo renovado e classificou o tema – conservação de solo – como absolutamente urgente e relevante. “Precisamos fazer a agricultura conservacionista e trabalhar tecnicamente com conhecimento agronômico.”
Ele salientou que o Estado se coloca como parceiro, embora ainda não saiba quanto investimento será necessário, e chamou a atenção dos agricultores para também se preocuparem com a preservação do solo, uma vez que a erosão constitui perda de patrimônio. “A sociedade já se endividou para pagar essa conta e as pessoas desmancharam o que foi feito no passado.”
A comitiva, que também teve a presença do presidente Instituto Emater, Rubens Niederheitmann, depois seguiu para uma visita à Expobel, onde foi realizado um evento em homenagem aos 60 anos da Emater.

Fotos: Niomar Pereira/JdeB