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Francisco Beltrão
terça-feira, 27 de maio de 2025

Edição 8.213

28/05/2025

Erro no cartório, homenagem ao amigo, inspiração na Bíblia, enfim, por que seu nome é muito diferente?

Geral

Se você não tem um nome diferente, talvez conheça alguém que tem. E, dependendo o grau da amizade, um assunto que brota nas conversas é de como aquele nome foi escolhido. Homenagem a um conhecido? Inspiração bíblica? Erro no cartório? Ou simplesmente o desejo dos pais de batizar quem veio ao mundo com um nome especial? Confira a seguir histórias curiosas e divertidas.

Guienola Meggiolaro.

Guienola Meggiolaro: Minha mãe conta que foi lendo um nome de forma rápida e errada, por ser diferente (Guewndola), que ficou marcado nos cadernos dela de magistério que, se tivesse uma filha, Guienola seria o nome. Então, eu fui a primogênita e recebi o nome. A revista falava sobre uma ginasta ou bailarina russa. Meu apelido é Gui. Mas minha mãe me chama de Gueninha desde criança. Quando as pessoas precisam escrevê-lo, tenho que soletrar. Para memorizá-lo também é difícil, já falo logo meu apelido. Além disso, o cartório errou ao registar uma proparoxítona sem acento: deveria ser Guiênola.


Aleta Tereza Dreves:
Meu nome veio de uma história em quadrinhos chamada “O Príncipe Valente”. E tinha a princesa Aleta. Príncipe Valente, nos tempos do Rei Arthur, de Harold Foster. Mais tarde descobri que a origem do nome é celta (mas meu pai não sabia disso quando escolheu meu nome). Não tenho apelido. A maior dificuldade é que te chamam de vários nomes menos o seu, eu até já acostumei: Arlete, Seleta, entre outros.

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Veraniz Choldys: Uma prima da minha mãe deu à luz a uma menina e foi a óbito por complicações no parto. Minha mãe ficou com a criança, uma menina que chamaram de Veranice. Quando ela estava com seis meses, uma tia veio de Curitiba e a levou.Minha mãe conta que sofreu muito e logo depois ficou grávida de mim. Quando nasci, colocou o mesmo nome, Veranice, mas por um erro de cartório ficou Veraniz.Até eu começar a ir para a escola, era chamada por Veranice e tive bastante dificuldade em aceitar meu verdadeiro nome, mas quando minha mãe me contou a história, gostei mais de Veraniz. Acho que fiquei com ciúmes.Até um tempo atrás, não gostava muito, pois meu sobrenome também não é comum, “Choldys”. Dos 19 filhos da minha avó paterna, somente meu pai tem esse sobrenome, tem que ficar sempre soletrando e, mesmo assim, a maioria das pessoas escreve errado.Essa é minha maior dificuldade, ficar sempre de olho quando estão escrevendo. A maioria das pessoas me chama de Vera, porque se falar Veraniz tenho que ficar explicando, é cansativo.

Loir Carlos da Costa.

Loir Carlos da Costa: Meu pai tinha um amigo que trabalhava num posto em Palmas quando jovem, por volta da década de 60, e criou amizade com ele. Eu nasci e ele colocou o nome de lembrança do amigo. Já tive uma meia dúzia de apelidos desde a infância, na maioria das vezes aconteceu pela facilidade de lembrar melhor de mim sem chamar pelo nome. Mas nunca nenhum deles ficou martirizando, todos foram temporários. O mais recente veio no meio automobilístico, alguns pilotos e chefes de equipe me chamam de Fitness Racing. Muitas vezes as pessoas esquecem o nome quando escutam a primeira vez, mas logo se acostumam. A maior dificuldade geralmente acontece quando vou fazer algum tipo de cadastro, inscrição ou chamada que tenha que passar o nome por comunicação verbal, o pessoal pede para repetir. Já me acostumei com esta situação e vou soletrando.

 
Engel Vitória: Meu nome foi baseado numa cantora norte-americana de nome Angel, mas, no momento de registrar, a pessoa do cartório registrou com “E”. Meus amigos criam várias adaptações: “Em Gel”, “Engels”, “Power Engel” etc. Muitas pessoas não conseguem pronunciar meu nome e, depois da segunda vez corrigindo, eu aceito o que ela diz. E também a escrita. Há pessoas que escrevem “Endieu”, “Enjhô”; tive professores que escreveram “Angel” e “Angiel” também. Mas é muito divertido, o significado é lindo, Engel em alemão quer dizer anjo, e muitas vezes usam essa forma carinhosa para se dirigir a mim.

Gardiliane Broeto.

Gardiliane Broeto: Um significado até hoje eu não encontrei, só a razão de tê-lo recebido. Foi homenagem a uma amiga da minha mãe que tinha o mesmo nome. Minha mãe achava um bonito e então o escolheu. Meu apelido é Gardi. A dificuldade é para as pessoas pronunciarem corretamente, às vezes me falam umas três vezes para tentar acertar e eu acabo dizendo que está certo e tudo bem.Uma situação engraçada já foi no meu batizado, o padre na época tinha um sotaque diferente e, ao pronunciar a frase “eu te batizo, Gardiliane”, disse “Gardiliano”! Ninguém quis corrigir o padre, mas a história a família nunca esqueceu.

 
Wagna Maria da Silva: Sei apenas que meu nome é de origem americana, criado instantaneamente por meus pais de forma que todos ficassem parecidos, ou talvez apenas para ter a mesma inicial que o nome dos irmãos. Na infância, o apelido era Baga… Agora, professora de educação infantil, recebi diversos nomes, dentre eles: Wániga, Gáina, Waga, Wácina… etc. Muitas situações engraçadas e algumas constrangedoras. Uma delas: em consulta num certo local da cidade, no momento da triagem, o estagiário chama: “Vagina”. Dali alguns momentos novamente: “Senhora Vagina”. Olhei para os lados, eu ali, paralisada e envergonhada, perguntei: “Moço, qual nome você chamou por último?” Ele: “Vagina”. “Meu nome é Wagna… com W e sem a letra i”, eu disse.

Wagno Antônio da Silva.

Wagno Antônio da Silva: Meu pai que colocava os nomes nos filhos e não tinha uma razão aparente, creio que ia da criatividade dele mesmo. Sou Wagno não por erro de cartório, foi por vontade dele, da mesma forma meus irmãos: Wayme, Wagnéia, Wagna e Valdenice (filhos do mesmo pai e mãe). Depois da separação, a mãe casou novamente e continuou com a combinação, aí nasceram a Vandecléia e a Vanusa. Do lado do pai, que também casou de novo, nasceram Kedson, Kadson, Kadsonia, Kidson e Kedsonia. Geralmente, as pessoas erram meu nome e na maioria das vezes chamam de Wagner, não ligo para isso, respondo normalmente. Fato que chama a atenção é que as crianças (alunos), em suas cartinhas, escrevem “Vagino”; também não ligo, pois trabalho diariamente com elas e sei da sua inocência, mas sempre penso: “Jesus, e minha irmã que é Wagna…”.

Jovanka Fonini: Meu nome é de origem russa. A maior dificuldade é que as pessoas não entendem quando você se apresenta e te chamam de outros nomes. Também ninguém consegue escrever corretamente! Já fui apelidada de Jovi na adolescência; agora é Jô.

 

Loidi Daeuble Ferst.

Loidi Daeuble Ferst: Ter um nome diferente tem seus dois lados. O bom: se alguém me chamar no meio de uma multidão, provavelmente só eu irei olhar. O lado ruim é que em uma ligação, por exemplo, quando preciso falar meu nome completo — Loidi Daeuble Ferst —, são raras as vezes em que não tenho que soletrar. Sem contar os apelidos que renderam ao longo da minha vida escolar. Meu nome é bíblico e acredito que esse é um dos motivos pelos quais gosto ainda mais dele. Minha mãe conta que o seu sonho desde mocinha sempre foi ter uma filha. Ainda jovem, ela perdeu seu bebê assim que nasceu — se chamaria Francieli (bem mais comum que o meu). Três anos mais tarde, na maternidade, sem saber o sexo do bebê, pois ultrassom naquela época era caro, em uma de suas conversas com Deus, minha mãe disse que, se fosse uma menina, escolheria um nome bíblico. Ao folhear as páginas da Bíblia viu em 2/Timóteo/1:5 o nome Lóide, achou bonito, mas resolveu adaptar, me batizando de Loidi. Na adolescência, a frase que mais ouvia era: “Loidi, onde está o Debi?”, fazendo alusão ao filme “Debi e Lóide”. Eu nunca achei graça nisso, é claro, mas também nunca senti vergonha do meu nome. Ao longo do tempo, já me chamaram de Lóidi, Loide, Loídi, Lurdi… enfim, às vezes eu nem corrijo a pessoa, só quando é muito necessário mesmo, e em algumas ocasiões eu até ajudo na piadinha. 

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