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Francisco Beltrão
quinta-feira, 29 de maio de 2025

Edição 8.214

29/05/2025

Estiagem prejudicou a produção do milho

Ao contrário da soja, o milho sofreu com a estiagem e apresenta grandes quebras na produtividade da safrinha.

Foto: Ivo Pegoraro/Gente do Sul

O acréscimo de área de milho safrinha na região Sudoeste do Paraná pode não garantir o mesmo resultado da primeira safra. Isso porque os grãos, que devem ser colhidos até julho, sofreram os impactos da estiagem. Ao contrário da soja, que teve chuva no “tempo certo”, o milho foi mais prejudicado; para muitas lavouras faltou chuva na hora do pendoamento e formação de grãos e a perda geral pode passar de 20%.

A área plantada com milho na microrregião de Francisco Beltrão foi de 171 mil hectares, no total. Parece muito, se comparada à soja, que é de 267 mil hectares nesta safra (64%). Mas 69 mil hectares (40%) é milho para silagem. A safra normal teve apenas 18 mil hectares plantados. Os outros 84 mil hectares são da safrinha e foi esta que mais sofreu com a falta de chuva.

A microrregião de Pato Branco plantou um pouco mais de milho na safra normal: 25.500 hectares e colheu 308 mil toneladas. Poderia ter colhido mais, não fosse o mau tempo, porque a qualidade de sua produção foi semelhante à estadual que, segundo boletim do Deral do início de junho, apresentou, nos 2,3 milhões de área plantada com milho no Paraná, 42% de grãos colhidos em boas condições, 40% em condições medianas e 18% ruim.

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Ivano Luiz Carniel, responsável pelo Deral do Núcleo Regional de Pato Branco, informa que a segunda safra expandiu, muito impulsionada pela rentabilidade dos preços anteriores – embora a soja tenha ganhado a segunda safra após cinco anos e estivesse com valores acima da média. “Não houve tempo hábil do produtor se preparar para o plantio de soja, então ele acabou ficando basicamente com a opção de milho e feijão de segunda safra. E aumentou a área de milho safrinha, porque na safra 18/19 o produtor teve uma boa rentabilidade com a cultura do milho, e os preços estavam muito atrativos.”

O mesmo não aconteceu na primeira safra deste ano, quando comparada com o ano agrícola 18/19. O ganho, na época, foi de 7% por hectare. Em números absolutos, nos 44.855 hectares plantados na safra 19/20 (território 5% maior que ano anterior), a produtividade foi de 11.055 quilos por hectare na região Sudoeste. No ano 18/19 foi de 10.345.

Estas variações colocam a região Sudoeste como a quarta no estado em produção de milho. Índice que acompanha os municípios produtivos em ambas as safras. Mas a estiagem inesperada castigou estas lavouras, lamentado pelos produtores que devem sofrer até o final da colheita. É que, diferente da soja, que teve “chuvas no tempo certo”, a safrinha, ou segunda safra do milho, foi castigada com volumes de chuva 63% menores a partir do plantio, que ocorreu de janeiro ao início de março.

Neste cenário, alguns produtores estimam uma quebra de até 50%. Ou seja: onde se colhiam 120 sacadas do grão (cerca de 7,2 toneladas, dependendo da propriedade), espera-se colher entre 60 e 50 sacas.

O técnico Antoninho Fontanella, do Deral de Francisco Beltrão, salienta que a previsão para a próxima safra é uma área maior de milho na safra normal. O motivo é a liberação do cultivo da soja safrinha, que só pode ser plantada em área onde foi colhido milho. Ou seja: planta-se o milho em setembro e, após sua colheita, vem a soja, em janeiro ou fevereiro.

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