Doutores Fernando Dalcumune e Guilherme Moreira esclarecem as principais dúvidas.

assim pra ler antes da cirurgia.
Não tinha ninguém pra conversar e tirar dúvidas”,
comenta Alana Foppa, 22, engenheira civil.
“Queria tanto ter uma matéria assim pra ler antes da cirurgia. Não tinha ninguém pra conversar e tirar dúvidas”, comenta Alana Foppa, 22, engenheira civil, que operou o nariz há sete meses. Com o objetivo de esclarecer as principais dúvidas sobre o assunto, a reportagem ouviu dois cirurgiões plásticos: dr. Guilherme Moreira e dr. Fernando Dalcumune.
Quanto ao nariz ideal, dr. Fernando declara: “Deve-se levar em consideração o formato do rosto. Critérios como dimensões da testa, queixo, maçãs do rosto, lábios, exposição dentária, linha de implantação do cabelo e comprimento facial determinarão a preferência por um nariz mais curto ou mais longo ou com dorso e narinas mais largos ou estreitos”.
Para dr. Guilherme, o conceito de nariz ideal “vem de certo modo trazer harmonia em todo o rosto, já que o nariz se encontra na sua região central”. Ele acrescenta que há estudos como o ângulo entre o nariz e o lábio, que deve estar entre 100 e 105 graus em mulheres. Já no homem, o ângulo deve estar entre 90 e 95 graus. Outra medida muito utilizada é a largura nasal, que compreende a distância entre os dois olhos. “Claro que isto não é uma regra, já que existem algumas variações étnicas.”
O paciente escolhe o formato do nariz que deseja ter? “Na consulta médica, o paciente deve mostrar ao cirurgião plástico todas as suas queixas quanto à aparência estética de seu nariz. Muitas destas queixas podem ser atendidas, como diminuir o tamanho da ponta do nariz, diminuir o dorso, levantar a ponta, sempre obedecendo o princípio da harmonia facial”, responde dr. Guilherme.
De acordo com dr. Fernando, esta opção de escolher o nariz não é considerada saudável, na sua forma estrita, pois conota que o paciente não aceitará outro resultado que não seja aquele idealizado por ele. “Entretanto, é saudável colocar alguns limites para que o médico entenda o que o paciente espera do resultado. Opiniões pontuais sobre o que não lhe agrada, por exemplo, ponta caída, narinas largas, giba no dorso, ponta muito fina, dorso baixo demais. Vale até citar exemplos pontuais de fotos.”
Ele destaca que caberá ao médico explicar as possiblidades de atingir ou não determinados resultados, fazendo o possível dentro da técnica cirúrgica e de acordo com a anatomia pré-operatória para executar essa mudança.
Os dois profissionais enfatizam que a plástica de nariz não é uma cirurgia exclusivamente estética. “A estética anda de mãos dadas com a função nasal. A correção do septo (septoplastia) ajuda no alinhamento do dorso, ressecções exageradas da cartilagem da ponta podem causar colapso de uma das narinas e obstruir a passagem de ar, abaixamento excessivo também pode causar limitação ao fluxo aéreo dentro da cavidade nasal”, explica dr. Fernando.
Segundo dr. Guilherme, na cirurgia de nariz também “podemos abordar com objetivo funcional, ou seja, para melhorar a respiração”. Existem outras indicações, como malformações congênitas ou trauma com indicação de se realizar cirurgia plástica reparadora.
Em alguns casos, leva-se até dois anos para perceber o resultado final. Conforme dr. Guilherme, a cirurgia de nariz se apresenta com inchaço importante nos primeiros dias. Este inchaço tende a desaparecer com o passar dos dias e meses; após 12 meses, a cirurgia de nariz geralmente se apresenta já com resultado final.

Fotos: Arquivo pessoal
Uma nova intervenção
Dr. Guilherme comenta ainda que a rinoplastia secundária, que é uma nova intervenção, somente é realizada em casos de insatisfação do paciente em que haja defeitos funcionais ou estéticos passíveis de correção cirúrgica. “Algumas causas de reparação, por exemplo, são pacientes com irregularidades de cartilagens, expectativas irreais por parte do paciente, uma maior cicatrização, trauma sobre o nariz recém-operado, entre outras.”
Dr. Fernando afirma que a rinoplastia secundária é necessária quando há queixas respiratória persistentes e refratárias ao tratamento clínico, além de insatisfação com algum aspecto relevante, como desvio no dorso. “Importante o paciente ir para a cirurgia sabendo que o procedimento tem limites impostos pela anatomia prévia, cicatrização interna, que pode deformar algumas cartilagens. Ou, ainda, ter em mente todos os aspectos que melhoraram e focar menos em pequenas irregularidades ou assimetrias que são perfeitamente aceitáveis socialmente e são comuns em pessoas consideradas bonitas.”
Ele enfatiza ainda que, caso este paciente tenha uma insegurança extrema quanto ao resultado final ou aponte, literalmente, seu nariz como motivo de sua felicidade pessoal e profissional, evite a cirurgia até que tenha este problema psicológico resolvido.