“Nos últimos anos ela tinha suas mãos muito, mas muito trêmulas, mas o tremor acabava imediatamente, como que um milagre, quando ela ia dar a comunhão”

Faleceu às 17h, de quarta-feira, 2 de dezembro, e foi sepultada ontem, no Cemitério Municipal de Francisco Beltrão, a professora aposentada Clemência Lúcia Barea de Araújo.
Ela foi hospitalizada duas vezes nas últimas duas semanas. Faleceu de insuficiência cardiorrespiratória, aos 82 anos. Ela era viúva de Antonio Derval de Araújo (4.6.1936 a 6.2.2012). Deixa quatro filhos – Mauri, Marcos, Mariza e Nércio –, netos e bisnetos.
Clemência Lúcia Barea era a segunda dos oito filhos de Zenóbio Lourenço e Maria Trevisan Barea (Álida, Clemência, Edwiges e Salete – nascidas em Joaçaba –, Odete, José Ângelo (Zezinho), Mari e Agda Regina (nascidos em Beltrão). Na celebração de ontem, na Capela Mortuária Cristo Ressuscitado, o filho Mércio leu o seguinte texto:
“Clemência Lúcia de Araújo, nascida em Joaçaba (SC), em 27/1/1938, onde teve sua infância e adolescência. Em 1951, veio com seus pais para Francisco Beltrão, onde instalaram o moinho Pio XII. Formou-se em Matemática, Pedagogia e Administração. Sua vida profissional foi em prol da Educação; atuou como professora em colégios como o Suplicy e Cristo Rei.
Sempre atuou em movimentos da Igreja Católica como Cursilho, Lareira, Renovação Carismática e grupos de oração. Clemência dedicou os 20 últimos anos de sua vida como Ministra da Eucaristia, aqui na Concatedral de Francisco Beltrão. Muitos de nós receberam a Santa Eucaristia por meio de suas mãos, pois ela tinha a missão de levar Jesus Cristo às pessoas e também aos doentes.
Uma curiosidade é que nos últimos anos ela tinha suas mãos muito, mas muito trêmulas, mas o tremor acabava imediatamente, como que num milagre, quando ela ia dar a comunhão; nesse momento, sua mão nunca tremeu. E ela nos contava isso admirada, pois não entendia como era possível, mas sabia que Deus contribuia com este plano.Um de seus filhos fez a seguinte reflexão, enquanto a cuidava em seu leito:
As mãos de minha mãe
Me lembro perfeitamente de suas mãos, querida mãezinha, nunca, jamais irei esquecê-las, pois sou conhecedor de todo o peso que ela tem.
O primeiro contato que tive com elas foi até de forma indireta, quando me acariciava no seu ventre, eram macias e com tanto amor que eu ficava feliz só em ouvir sua voz.
Depois, suas mãos me trocavam, me davam banho, e preparavam a comida mais deliciosa que existe na face da Terra. Arrumaram as minhas roupas, amarraram o meu cadarço, e por muitas vezes as estenderam pra me socorrer quando na cama eu gritava por seu nome.
Suas mãos ensinaram a juntar as minhas, para se pôr em oração, e, repetidamente, contavam as “Ave Marias” do terço.
Uma delas sempre estava com um enfeite dourado no dedo. Era pra mostrar que era casada e uma comprometida mãe de família.
Suas mãos tremeram quando enterraram seus entes queridos e também batiam contentes em comemorar a vida nos aniversários de seus filhos, netos, bisnetos, irmãos e amigos que agora deixa.
E também nos apontava a direção para qual caminho correto que deveríamos seguir.
Uma das coisas que nunca se cansava em fazer, era doar. Foram incontáveis as vezes que recebemos benefícios pelas suas mãos.
Na tarde de terça-feira, em oração na sua hora derradeira, suas mãos estavam leves, sem forças, e nós (eu e minha irmã Mariza) as seguramos fortemente, e entregamos a nossa mãezinha aqui da Terra pra nossa mãezinha do Céu. E é com esta certeza, de que está junto de Deus-Pai, Todo-Poderoso, que damos graças a Deus por tê-la conhecido, amado e ser fruto do seu amor.”
Obrigado a todos vocês que estão unidos em oração com nossa família. Aqueles que conheceram a “Dona Clemência” sabem o valor que ela representa em nossas vidas.”
.jpg)
[relacionadas]