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Francisco Beltrão
sexta-feira, 30 de maio de 2025

Edição 8.215

30/05/2025

Família Kessler tem uma vida dedicada ao tabelionato de Ampere

Geral

Casemiro e Zenir Kessler, de Ampere. Chegaram antes da fundação do município.

Vindos do Rio Grande do Sul, em 1961, Casemiro e Zenir Kessler chegaram em Ampere antes mesmo da emancipação do município, ocorrida em novembro do mesmo ano. Eles saíram de Erechim e, por incentivo de familiares, chegaram em terras paranaenses.

Alguns destinos foram sugeridos, entre eles Dois Vizinhos, mas foi em Ampere que fixaram moradia. Era um vilarejo que meses depois se tornou cidade. “Nesse tempo era um pequeno povoado. Só tinha mato e as pessoas estavam chegando para residir aqui. Vimos Ampere nascer e se tornar o que é hoje,” relembra Zenir.

Início
Inicialmente o casal era proprietário de um escritório de Contabilidade. Em entrevista ao Jornal de Beltrão, Zenir conta algumas passagens desses 60 anos de Ampere. Sentada num sofá da sala, ao lado do esposo, que atualmente enfrenta problemas de saúde, ela cita que na época Casemiro atendia empresas de Ampere, Santa Izabel do Oeste e Realeza. “A gente tinha umas 55 empresas. Depois de alguns anos o João Maria Lerias queria vender o cartório pra gente. O Casemiro conversou comigo e lembro que foi em 1964 que compramos. O escritório vendemos para o Flávio Penso. Foi assim que começamos uma vida dedicada ao tabelionato.”

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Dona Zenir, como é carinhosamente chamada em Ampere, lembra que o esposo foi chamado nesse mesmo ano para ser secretário da Prefeitura. Após uma conversa entre o casal, ela aceitou ser cartorária, profissão que segue até hoje.

“O Casemiro veio falar comigo para que eu ficasse no cartório. No começo eu relutei, mas acabei aceitando. A gente trabalhava em casa e tudo era muito difícil, pois eu não sabia nada. Lembro que alguns conhecidos indicaram para procurarmos o Carlos Tschá, que trabalhava em Capanema. Fomos até lá e ele nos ajudou muito, no começo.”

Tudo a mão
As facilidades que a tecnologia traz hoje para a execução do trabalho era impensável para a época. Zenir conta que os documentos eram preenchidos a punho. “Eu me recordo que o primeiro casamento se levou 30 dias para fazer a documentação. A primeira certidão de nascimento demorou uns dez dias e o primeiro óbito quase duas semanas. As famílias que não eram bem de vida registravam vários filhos no mesmo dia. Eles faziam isso, pois era difícil vir até a cidade. Era a pé, a cavalo e alguns de carroça.”

Padre José Bosman ajudou construir Ampere
No início da colonização de Ampere o já falecido padre José Bosman (8-12-1927 a 17-4-2020) fez história e contribuiu muito com os primeiros anos do município. Zenir conta que ele era enérgico, mas com sua simpatia e liderança fazia a comunidade participar. “Ele ia a cavalo nas casas das famílias chamar para os eventos e missas. Foi um grande homem e ajudou muito nos 13 anos que ficou em Ampere.”


Cartorária em atividade

Zenir Kessler começou a vida no cartório da cidade em 1964. E quem pensa que ela se aposentou está enganado. Perguntada sobre o trabalho, ela diz com satisfação que está em plena atividade.
“Na pandemia eu estou mais por casa, mas todos os dias os documentos são trazidos para que eu possa conferir e depois assinar. Se tiver algum erro, seja o menor que for, eu peço para ser refeito. Eu ainda vou no cartório, sim. Às vezes, eu chego de surpresa e, se precisar fazer reunião, eu chamo toda a equipe e passo as orientações que são necessárias.”

Dona Zenir continua em plena atividade e acompanha tudo no Cartório.

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