Nadir e Terezinha, junto do filho Leandro, trabalham com o leite e com aviário.

Nadir Peretto nasceu e foi criado na comunidade Rio do Mato. Seu pai nasceu no Rio Grande do Sul e depois foi para Pato Branco, onde ficou sabendo da comunidade de Francisco Beltrão e resolveu mudar de cidade. Naquela época, o avô já tinha propriedade em Pato Branco, enquanto a família de Nadir resolveu plantar milho, feijão e arroz e criar porcos em Rio do Mato.
Como houve um momento em que a agricultura perdeu em preço e o acesso à tecnologia era difícil, seu Nadir precisava de renda e o leite foi a solução para esse dilema. “Primeiro, a gente optou por mexer com o leite, mas depois também decidimos tocar aviário. Com o leite, a gente todo o mês tem uma renda e, na época, o aviário era também uma alternativa de renda”, conta Nadir.
A opção por trabalhar com aviário surgiu porque o empreendimento ocupa pouco espaço e ainda gera adubo para a roça. “Tem dado para sobreviver”, garante o produtor. A esposa de Nadir, dona Terezinha, comenta que na propriedade tem um pouco de cada coisa. Segundo ela, o casal começou com aviário de 50 metros e hoje conta com dois aviários de 100 metros cada.
A manutenção não é muito onerosa, porém Nadir reclama do alto preço da energia elétrica, o que tem encarecido a produção. “O preço do peru faz tempo que se mantém, o problema é que a energia dobrou. No verão, quando ocupa bastante energia, o aviário chega a gastar 5 mil quilowatts por mês”, informa o produtor.
Terezinha também reclama do setor leiteiro, porque o preço do produto este ano foi considerado ruim. “E tudo aumenta de preço, da alimentação à medicação do animal”, lamenta a produtora. Nadir complementa dizendo que o leite não dá prejuízo, mas que há períodos que quase empata os gastos com o retorno financeiro, no entanto “ainda é uma alternativa”.
Atualmente, a propriedade tem 20 vacas em lactação, que produzem uma média de 10 mil litros de leite mensais. “É um número que dá para manter e dá pra cuidar bem de cada uma. A gente mesmo da casa consegue dar conta do negócio”, diz Nadir.
Filho optou por ficar na propriedade
Leandro, filho de Nadir e Terezinha, decidiu continuar trabalhando na propriedade rural junto dos pais. Ele é formado técnico em Agropecuária pelo Colégio Agrícola do Sudoeste. “Não achei vantajoso trocar para trabalhar na cidade, como empregado dos outros, quando nós temos algo aqui”, argumenta Leandro.
Nadir ressalta que na propriedade rural é preciso trabalhar muito, mas não tem chefe. “Nós nunca pensamos em ir pra cidade, porque crescemos aqui na comunidade. Pro colono, tendo estrada boa e ajuda na terraplanagem, as coisas vão indo”, comenta o produtor.
A filha do casal, Franciele Peretto, morou na cidade para estudar, mas resolveu trancar a faculdade. Ela trabalha no posto de saúde do Distrito Nova Concórdia.