
para se entregar à Polícia Militar. Fotos : www.plantaopolicialfb.com.br
Uma família de Marmeleiro viveu momentos de pânico nas mãos de assaltantes na madrugada de ontem, 30. Três homens encapuzados e armados invadiram a casa do empresário Milton Thomé, no prolongamento da Avenida Macali, saída para Barracão, e fizeram reféns sua esposa e as duas filhas. A ação rápida da polícia resultou na prisão de dois dos envolvidos e a retirada das vítimas em segurança de dentro da residência. O empresário tinha saído para ir a um jantar.
A filha mais velha, Juliana Thomé, foi surpreendida pelos bandidos enquanto tomava banho, por volta da meia-noite e dez minutos. “Eles me levaram nua para baixo e foram no quarto da minha mãe para acordá-la. Quando minha irmã escutou, se trancou no quarto dela e eles não a encontraram porque falei que estava só eu e minha mãe na casa”, conta Juliana.
Segurança
A segurança na casa é reforçada com grades, cerca elétrica e alarme, mas durante o dia um dos assaltantes esteve no local – como funcionário de uma empresa – para prestar serviços e colocou um pedaço de madeira no portão eletrônico para que não fechasse completamente, permitindo a invasão da propriedade. Na sequência, ele ligou para os outros dois comparsas, que vieram de lotação de Francisco Beltrão no final da tarde.
Por volta das 20 horas, Juliana saiu para recepcionar duas amigas que chegavam para um jantar. Neste momento, eles já estavam escondidos dentro do lote, contudo resolveram agir só depois que as visitantes saíssem.
A moradia está passando por reformas e um dos bandidos, se utilizando do seu trabalho, preparou toda a ação durante o dia enquanto esteve lá para trocar algumas portas. A família se revoltou quando ficou sabendo que ele já tinha passagem na polícia. “Tudo bem que as pessoas merecem uma segunda chance, mas colocar ele trabalhar num cargo de confiança, justamente com a porta da casa das pessoas. Imagine quantas cópias de chaves que não deve ter feito”, desabafou Juliana.
A família já foi assaltada em outras duas oportunidades, porém esta foi a pior situação. “Foi muito traumático, mandaram eu deitar no chão e diziam que se eu levantasse a cabeça iriam me matar.” A jovem salienta que esse tipo de crime só aumenta a desconfiança sobre as pessoas designadas para trabalhar dentro da moradia dos cidadãos.
A irmã de Juliana ficou escondida e conseguiu avisar o namorado, que comunicou a polícia. Em poucos minutos a casa estava cercada por viaturas da Polícia Militar, que iniciou o processo de negociação para liberar as vítimas.
Enquanto os assaltantes reviravam a casa em busca de joias e dinheiro e estavam carregando objetos no carro da família, duas equipes da Polícia Militar chegaram ao local. Neste momento, o assalto se transformou em sequestro, visto que mãe e filhas se tornaram reféns. Um dos bandidos conseguiu fugir e os outros dois permaneceram no interior da casa.
O comando do 21º Batalhão da Polícia Militar conduziu as negociações, que duraram mais de quatro horas. Um dos assaltantes, Daiton Rangel Heilter de Almeida, 19 anos, se entregou. Ele estava armado com um revólver calibre 22, municiado. Juliana conta que manteve a calma e propôs sair da casa para negociar com a polícia a rendição deles.
No interior da residência ficaram a outra jovem e um dos ladrões. Ela permaneceu trancada no quarto e se comunicando via celular. Somente às 4h30 da manhã a polícia conseguiu libertá-la e prender o segundo assaltante, Tiago Siqueira Fortes, 21 anos.
Ação da polícia
A ação rápida e eficaz da PM resultou em uma solução pacífica para a ocorrência. O capitão Rogério Pitz, comandante da 1ª Cia da PM, diz que tudo se resolveu graças à ação rápida da primeira equipe de rádio-patrulha que chegou ao local. “A equipe rapidamente conseguiu identificar o ponto crítico e conter a crise. Conseguiram que dois dos assaltantes permanecessem dentro da casa e acionaram as equipes de apoio. Depois, através da negociação, eles se renderam e conseguimos lograr êxito.”
Conforme o oficial, a ideia dos criminosos era fazer um assalto, mas um dos familiares ligou para a polícia, frustrando a iniciativa. Segundo informações deles, o objetivo era praticar o assalto, mas como aconteceu a intervenção policial, acabaram fazendo o cárcere privado da família.
Pitz ressalta que a negociação é sempre um momento crítico. “A filosofia da polícia neste tipo de situação é manter a calma dos sequestradores para preservar a integridade física dos reféns. A senhora estava sob a mira de uma arma de fogo, acabamos convencendo ele a entregar a arma e liberar a vítima. Depois, tinha mais um dentro da casa que acabou se entregando.”
Nas buscas, a polícia encontrou mais um revólver calibre 38 cromado sem marca e sem munições e, em revista pessoal na delegacia, ainda foram encontrados diversos objetos na cueca do Tiago e dentro do tênis do Daiton, todos referentes ao roubo. Os dois presos são moradores do bairro Padre Ulrico, em Francisco Beltrão. O outro é foragido da justiça de Foz do Iguaçu. (*Com informações do site www.plantaopolicialfb.com.br)