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Francisco Beltrão
domingo, 25 de maio de 2025

Edição 8.211

24/05/2025

Famílias falam da angústia de lidar com a Covid em crianças menores de um ano

“Nós tivemos muita sorte”. Duas famílias contam sobre crianças menores de 1 ano que contraíram a Covid.

Vanda Castagna, o marido, Everton Aparecido Garcia, e a pequena Ísis Castagna Garcia.

Quando a pequena Ísis Castagna Garcia, de 8 meses, precisou fazer o teste para Covid-19, a mãe, Vanda Castagna, de 37 anos, deixou a filha com o pai, Everton Aparecido Garcia, de 38. Não podia lidar com o medo do resultado positivo e nem ver a pequena sendo submetida, tão nova, a um exame invasivo que chegou a tirar sangue das suas narinas. Era dia 4 de agosto e, embora o casal tivesse apresentado sintomas leves, foi a dor de garganta na filha que acendeu a preocupação.

O resultado, seis dias depois, deu positivo. Mas não apenas para Ísis; Vanda e Everton também estavam com a doença. “E aí começou o pesadelo”, relatou Vanda. O casal passou a apresentar os sintomas no 1º dia de agosto. Iniciou com uma forte dor no corpo. Depois, dores de cabeça e sintomas que pareciam de uma gripe qualquer, até chegar à perda do paladar e à preocupação por saber que esses sintomas também eram os da Covid-19.

“Tive medo, muito medo. Nossa maior preocupação era com a nenê”, desabafa Vanda. Quando o casal procurou ajuda, dia 4, foi orientado apenas a buscar auxílio ao bebê, o que fez a pediatra suspeitar quando diagnosticou a dor de garganta na criança. Felizmente, do laudo positivo até o final do tratamento, a evolução foi positiva para Íris, para Vanda e para Everton.

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“Graças a Deus, ela reagiu bem, ninguém ficou hospitalizado. Fizemos o tratamento em casa, que é muito triste e doloroso, porque você fica sem saber o que fazer. Rezamos para que não acontecesse o pior. Por isso, gostaria de alertar a todos para se prevenir ao máximo. Não é brincadeira. É horrível. Eu senti muita falta de ar. Tive sensação de desmaios. Sem falar na dor insuportável. A maioria das pessoas leva como uma brincadeira, achando que não é nada e que os jornais estão exagerando. Mas, infelizmente, é real. Nós tivemos muita sorte”, desabafou Vanda.

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Bebê de dois meses
Em julho, foi a família da vendedora autônoma Keyla Borges Fagundes, de 40 anos, que passou por essa angústia. O bebê Augusto Borges Fagundes, agora com 4 meses, começou a apresentar febre dia 14 de julho. Mas, na época, a mãe não achou que pudesse se tratar de Covid-19.

“Não desconfiamos, pois ele estava com 2 meses, completados no dia dos sintomas, e a febre não era muito alta. Estávamos nos cuidando e não recebendo visitas de muitas pessoas, somente a família. Só minha filha mais velha estava ajudando nas missas e meu esposo trabalhando. Porém, quando chegavam em casa, após sair, trocavam de roupa e se higienizavam”, contou Keyla.

A suspeitas só cresceram na família quando associaram a febre do bebê a um quadro febril da irmã, Laura Fagundes, de 17 anos. Logo, ela também foi submetida ao exame, constatando também estar com a doença.

Mas o medo da família tinha um agravante. Augusto nasceu com um problema no coração, devido a diabetes enfrentada pela mãe na gravidez. “O bebê tem um ‘buraquinho’ no coração. Quando estava grávida, tive diabetes gestacional e ele ficou com essa ‘falha’ no coração, que leva até quatro meses para normalizar. Fiquei assustada, pois sabíamos que a doença em um determinado momento poderia piorar. Estávamos muito apreensivos.”

Augusto foi tratado com medicamento para febre. Além dele, a mãe, a irmã, o pai e o outro irmão também contraíram a Covid. Hoje, como outra história que terminou feliz, a família pode contar sobre a recuperação e fazer o seu alerta: “Essa doença não se pode subestimar. Pois, assim como foi muito leve nele [Augusto], poderia ter sido pior. Quem tiver criança pequena em casa, cuide! Principalmente se essa criança tiver alguma patologia. Crianças se recuperam muito mais rápido dessa doença, desde que não tenham uma doença preexistente. Sei que teve casos de falecimento de bebê por Covid. Então, cuidar é a melhor opção.”

Emanuel Fagundes, Antônio Marcos Fagundes, Keyla Borges Fagundes, Augusto Borges Fagundes e Laura Fagundes. Todos contraíram a Covid.

 

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