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Francisco Beltrão
quinta-feira, 29 de maio de 2025

Edição 8.214

29/05/2025

Felinos podem desenvolver quadros graves de conjuntivite, alerta dr. Ronivan Gobbi

A doença pode ser transmitida, por isso a importância do isolamento.

Felinos podem desenvolver quadros graves de conjuntivite,

alerta dr. Ronivan Gobbi, da Clinicão, médico veterinário pós-graduado em Oftalmologia. 

Pós-graduado em Oftalmologia, dr. Ronivan Gobbi, da Clinicão, destaca os perigos desta doença, que acomete os olhos dos felinos. A conjuntivite é uma inflamação dos olhos que atinge a conjuntiva palpebral e a conjuntiva bulbar. O sinal clínico principal é a secreção ocular, que pode variar entre cerosa, purulenta, mucopurulenta e secreção mais escura, com aspecto de borra de café. “Os animais com conjuntivite apresentam desconforto ocular blefaroespasmo, que é o piscar constantemente; mas o que mais chama a atenção dos proprietários são os olhos vermelhos e com secreção.”

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Há vacinas, que produzem certo grau de imunidade. Outras medidas preventivas são evitar que os gatos circulem pelas ruas, bem como mantê-los bem alimentados e saudáveis pra que tenham imunidade e, caso tenham contato com algum agente infeccioso, não desenvolvam quadro clínico. Em caso de conjuntivite, é importante fazer isolamento por pelo menos 15 dias, que é o período de tratamento.

Como identificar?

“Normalmente, o proprietário vem ao consultório com o diagnóstico de que viu algo diferente nos olhos do animal, principalmente a secreção ocular e os olhos vermelhos. Importante salientar que a conjuntivite em gatos sempre tem uma causa de base que deve ser investigada e através disso fazer o tratamento correto”, responde dr. Ronivan.
Há quatro causas principais de conjuntivite, ou seja, quatro etiologias. Geralmente, são causas infecciosas, mas também podem ser por causa traumática, alérgica ou doença autoimune. Ao identificar a causa dessa conjuntivite, há uma definição do tratamento, por isso a importância de procurar um profissional. Pra descobrir a causa, há alguns exames, sendo que o principal é a citologia ocular, no qual é coletado material da conjuntiva e feito uma análise histológica. “Além da citologia, podemos fazer outros exames, como o PCR, que é a pesquisa de conteúdo genético desses agentes etiológicos. A partir do momento em que temos a causa, instituímos o tratamento.”

De acordo com dr. Ronivan, entre as quatro etiologias das conjuntivites infecciosas, a mais comum é o herpesvírus felino tipo 1; seguido da chlamydia, do mycoplasma e do calicivírus. Às vezes, também pode-se ter os dois agentes etiológicos, tanto herpesvírus, quanto a chlamydia ou mycoplasma ou calicivírus. Cada agente etiológico tem uma sintomatologia que diferencia um do outro.

“Por exemplo, o herpesvírus felino tipo 1 tende acometer, além da conjuntiva, a córnea, então podemos encontrar além de uma conjuntivite, uma ceratite. A chlamydia tende acometer somente a conjuntiva, dificilmente vai acometer a córnea. O mycoplasma é mais característico da conjuntiva também. O calicivírus, além da conjuntiva, pode atingir a cavidade bucal, provocar estomatite, inflamação gengival. Então, através dos sinais clínicos também podemos traçar um diferencial e chegar numa suspeita clínica de qual agente etiológico.”

 

 

 

 

 

 

Riscos de perder a visão
Essas conjuntivites de origem infecciosa são contagiosas, portanto, podem passar de um animal pra outro. “Inclusive no caso da clamydia felis, há relatos de seres humanos também que já foram acometidos, então ela é considerada uma zoonose, mas isso em pessoas com imunodeficiência muito grande, ou que são portadoras de doença infecciosa, que provoca imunodeficiência, ou que estão sob tratamento com medicamentos imunossupressores, do qual o sistema imunológico está muito sensível.”

O tratamento existe para todas as conjuntivites, mas é importante ressaltar o diagnóstico etiológico, pra saber a causa e evitar a recorrência. Quando o tratamento é feito corretamente, a evolução é boa, mas, quando não tratada, pode evoluir pra ceratite, que é inflamação de córnea; a ceratite pode provocar uma úlcera de córnea; essa úlcera de córnea provocar uma oveíte, que é uma inflamação das estruturas internas do olho e essa oveíte levar até um glaucoma, com a necessidade de retirada do globo ocular, com a perda de visão.

 

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