A doença do trato urinário inferior dos felinos acomete a vesícula e uretra dos machos da espécie. Estaa doença é conhecida como doença do gato moderno, pois sua maior incidência tem acontecido nos últimos dez anos e é, principalmente, provocado pelos hábitos de vida dos gatos que mudou na atualidade. As principais classificações da doença são: doenças inflamatórias da bexiga; pedras ou cálculos na bexiga e doença obstrutiva que leva a retenção de urina.
O médico veterinário José Carlos Zanella, da Clínica Planeta Bicho, em Francisco Beltrão, é um apoiador dos hábitos preventivos da doença, pois recorrentemente atende felinos que sofrem com os problemas urinários. “A vida moderna dos felinos os tem levado para dentro de casa. Diferente dos hábitos dos gatos livres, que bebiam muita água para fazer xixi e marcar território, os felinos dentro de casa fazem menos atividades físicas, sentem menos sede e engordam”, relata o veterinário.
Outro fator associado à doença é a castração precoce, pois o gato não tem o sistema reprodutor todo desenvolvido. Naqueles animais que já têm em sua carga genética a propensão em desenvolver cálculo renal, o estilo de vida e a castração favorecem que esses cálculos se agrupem e obstruem o canal da uretra do gato, que já é muito pequeno.
Dr. Zanella alerta que as causas são variadas como inflamação das vias urinárias, agentes infecciosos, neoplasias da bexiga, nutricional, estresse, obesidade e sedentarismo, pouca ingestão de água e caixa sanitária suja. “O dono precisa ficar atento aos sintomas, um dos sinais é ver o animal ir cada pouco fazer xixi ou se ele vai fazer xixi e demora, numa posição em que parece que está fazendo coco”, orienta o veterinário.
Outros sintomas são sangue na urina, lambedura constante na região genital, micção em lugares incomuns e apatia. Se o animal estiver dando sinais, o dono deve procurar um veterinário imediatamente. “Será preciso desobstruir a uretra, se não for necessário, pode-se precisar fazer uma lavagem. Nos casos mais extremos é preciso amputar o pênis do gato e colocar uma prótese como uretra”, informa dr. Zanella.
Prevenção
A prevenção da doença é sempre a melhor alternativa. A primeira delas é castrar os machos somente após os sete meses. O segundo é não permitir que o animal fique obeso. “Magro, ele vai ser mais ativo e consequentemente vai beber mais água e reduza a possibilidade da formação dos cálculos”, diz o veterinário Zanella.
O dono deve disponibilizar sempre muita água para o felino e da forma que ele gosta. A indicação é ter água fresca e se possível ter uma fonte com água em movimento, o que estimula o animal a bebê-la. O pote de água do gato precisa ser amplo, para que ele não encoste os bigodes na borda. Os recipientes devem ser de vidro ou inox, o que colabora para manter a temperatura mais amena. Os gatos também não gostam de beber em potes que ficam em locais que outros animais circulam.
“Os donos de felinos com hábito de beber água da torneira ou do chuveiro devem saber que seu animal está passando sede, pois espera o dono para beber ou só está tomando água por sobrevivência, o que é pouco para qualidade de vida. No verão, uma dica, é o dono comprar pedras ‘sabão’ deixar no cogelador e depois de gelado colocar no pote de água do animal. Isso manterá a água geladinha por mais tempo e mais atrativa para o animal”, sugere dr. Zanella.
Gatos não gostam de urinar em caixas sujas, então é indicado que ela seja limpa todos os dias. Se o animal segura a urina, pois não quer evacuar na caixa, ele ficará mais propensa a desenvolver doenças urinárias. O gato persa é uma das raças mais suscetíveis à doença, mas no mercado há rações próprias para prevenir este tipo de problema.
