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segunda-feira, 23 de junho de 2025

Edição 8.230

21/06/2025

Flávia Lucini “Aprendi a levar não sem me machucar”

A top model conta suas conquistas e também dificuldades até chegar ao time da Victoria’s Secret.

 

O  que para muitas modelos é um sonho, para Flavia Lucini é realidade. Em dez anos de carreira, ela já viajou o mundo e, desde 2015, é selecionada para o Victoria’s Secret Fashion Show, desfile de moda íntima mais conhecido no mundo e o mais disputado entre as modelos. Mais que um desfile, a Victoria’s Secret organiza um grande evento, com cantores renomados, como Lady Gaga, com quem Flavia dividiu a passarela na última edição. 

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A top nasceu em Francisco Beltrão, mas cresceu em Barra Grande, distrito de Itapejara D’Oeste, onde morou até os 15 anos, quando começou a trabalhar como modelo. Há mais de um ano, reside em Nova York, mas procura passar pelo menos as festas de final de ano com a família na região. Flavia mora com o ator Leandro Lima, com quem noivou no final de 2016. O casamento ainda não tem data definida. 
Orgulho para o Paraná, em especial para a região Sudoeste, ela já trabalhou para marcas como Chanel, Miu Miu, Louis Vuitton, Marc Jacobs, Armani e Missoni, para citar as mais representativas. Foi capa de várias revistas, incluindo as edições italiana, japonesa, espanhola e brasileira da Vogue.
Mesmo estando entre as melhores, Flavia não perde a simplicidade. Numa das matérias com a modelo, a reportagem do JdeB perguntou: você acha que essa humildade é uma questão de maturidade ou de personalidade? Ela respondeu: “A humildade faz parte de mim. Não me esforço pra ser humilde. Eu sou quem eu sou. Ninguém e nada vai mudar isso, minha essência vai ser sempre essa. Não importa o que aconteça”.
Sua trajetória é marcada por muitas conquistas, mas também muitos sacrifícios. Para ela, o mais difícil ainda é a distância da família, principalmente em datas especiais. Outros fatores são superar o medo de avião e cuidar do corpo, porque “viver em dieta não é nada legal”. Nesta entrevista, ela fala sobre isso e também sobre a competição entre os modelos. 

Flávia dividiu a passarela com Lady Gaga na última edição do Victoria’s Secret Fashion Show, em novembro de 2016. 

 

Gente do Sul – Você está entre as modelos mais famosas do mundo. Como chegou a esta posição?
Flávia Lucini –
Tive muitas vitórias principalmente porque tive o incentivo da minha família, uma boa educação familiar que refletiu no meu caráter. Além disso, sempre fui sonhadora, mas mantive os pés no chão, nunca tive medo de trabalho, acho que isso herdei dos meus pais, fui muito persistente e aprendi a levar “não” sem me machucar, fui evoluindo como ser humano durante toda minha caminhada na moda, fugi dos preconceitos que só faziam mal a mim mesma, aprendi a respeitar as diferenças entre os seres humanos, e fui aprendendo a ser mais feliz do que eu já era, aprendi a ser paciente, mas nunca fui acomodada; aprendi também a ser disciplinada e cuidar da minha alimentação e saúde, tracei um objetivo na cabeça e daí ele nunca saiu. 

Nem só de vitórias é a vida de modelo. Quais as principais dificuldades que você enfrentou?
Eu passei por mais dificuldades do que vitórias, com certeza! Foram muitas mesmo. Sair com 14 anos de casa já é difícil, muitas vezes me senti só, sendo muito jovem, e muitas vezes sem poder me comunicar. Fiquei doente e não tinha ninguém por perto pra me fazer um chá ou me dar um copo de água, em muitos momentos fiquei sem um centavo no bolso e com 15 anos trabalhei num restaurante lavando pratos em Londres. Em Milão, eu almocei na igreja junto aos mendigos da cidade. Já fui ajudada por pessoas que eu não conhecia e aprendi a ajudar o próximo também. Na minha vida não consegui nada de “mão beijada”, meu pai foi muito sábio em não ter me mimado com presentes, e sim me ensinado a “pescar”.  

Como você encorajaria meninas do Sudoeste do Paraná que desejam seguir carreira?
Hoje eu consigo ver a profissão de modelo se acabando aos poucos, o fluxo de trabalho diminuiu muito e os cachês não são mais tão bons como eram, as mídias sociais estão tomando conta do business; quem tem mais visibilidade e seguidores, emerge mais facilmente. Acho que hoje um bom trabalho de imagem começa pelas mídias sociais. Então, as meninas que têm o sonho de ser modelo, eu incentivaria a estudar, pra terem conteúdo, usar o mínimo de maquiagem possível – pelo fato de muitas vezes eu ver meninas de 16 anos muito maquiadas e terem a aparência de mais velhas -, praticar esporte e procurar saber mais sobre nutrição e saúde. Além disso, ficar atenta sobre a história da arte e a história da moda, ver os desfiles de moda que acontecem em todo o mundo e, claro, estudar inglês, assim estarão mais preparadas que eu quando começarem a trabalhar e viajar. 

Diferente de outras áreas, como engenharia, na qual prevalecem os homens, na moda as mulheres são mais valorizadas e mais bem pagas, certo?
Sim, uma modelo mulher chega a ganhar até cinco vezes mais do que um modelo homem, e tem um maior fluxo de trabalho também, acredito que seja pelo simples fato de as mulheres serem mais consumistas. 

E no caso dos meninos, como você orientaria?
Os meninos orientaria da mesma maneira!

“Meu pai (Jair) foi muito sábio em não ter me mimado com presentes,
e sim me ensinado a pescar.” 
Fotos: Arquivo pessoal

 

 

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