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Francisco Beltrão
terça-feira, 27 de maio de 2025

Edição 8.213

28/05/2025

Foguetes são bonitos, mas nada agradáveis

O primeiro de ano é a pior data festiva para os cães.

 

O casal Valter Afonso Vieira e Elizandra Severgnini, com seus cães, comenta o sofrimento dos animais por causa dos foguetes. O primeiro de ano é a pior data para os cães. 
Foto: Adriano Oening

A explosão de um rojão é seguida de latidos de susto e sofrimento. Não é à toa, pois os animais têm audição sensível e não possuem a mesma facilidade das pessoas de suportar o barulho dos foguetes. Algumas vezes, as consequências dos fogos de artifício são lamentáveis. Um exemplo é Nelson, cachorro da família Candido, que teve as patas cortadas por vidro, resultado do pânico aos rojões. No desespero, ele se jogou contra uma porta e, diante da gravidade dos ferimentos, teve que fazer pontos.

Luís Severgnini, irmão de Elizandra, com o pit bull Guri,
cão que mais sofreu com os fogos da virada do ano.

“A pior data festiva é primeiro de ano. Meus cães se machucam, precisam tomar sedativos. Em 2014, minha cadela cortou toda a boca mordendo uma tela”, conta Leidiane Candido, voluntária da ONG Arca de Noé. Ela tem vários cães, entre eles o Jack, que fugiu e foi achado depois de nove dias, magro e comendo lixo, a três bairros de distância. “Eles arranham portas, tremem muito, latem, é complicado demais. E se prender, podem se enforcar; esse ano não saímos de casa para evitar de achar um deles morto.”

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Elizandra Severgnini, que também é apaixonada por animais, há dois anos se mudou para Maringá e levou quatro pit bulls. Toda vez que vem para Beltrão visitar seus pais, procura trazê-los junto. “Todos é impossível, mas faço o máximo para transportar um ou dois. Em Beltrão, meu irmão e meus pais têm uma rottweiler cega, dois pitt bulls, um cofap e um SRD [Sem Raça Definida]. No período do Ano-Novo, estávamos com os cinco deles, mais dois meus”, comenta. 

Elizandra, que há dois anos se mudou para Maringá,
procura trazer alguns dos seus cães, como o Capitão.

Ela relata que os fogos começaram na manhã do dia 31 de dezembro, quando iniciou o estresse. “Alguns latiam desesperados, outros andavam para frente e para trás, outros ficaram tão ofegantes que achei que teriam um ataque cardíaco. Foi quando me recordei do medicamento que dava aos meus cães nas primeiras viagens: Acepran. Entrei em contato com o veterinário Angelo Menin e fizemos a sedação dos cães no dia 31, no fim do dia.”

Elizandra Severgnini, apaixonada por cachorros, gosta também de gatos, 
como o Valentim, com ela na foto.

Outra medida tomada por Elizandra foi colocar algodão nos ouvidos dos cachorros, para tentar amenizar os estampidos. “Essa parte do algodão não sei se ajudou muito, mas foi uma alternativa que pensei para diminuir o sofrimento. Graças a Deus, no período da virada, eles ficaram todos sedados e calmos. Decidimos isso para oferecer o melhor para eles, diminuindo o sofrimento.”

Nelson, cachorro da família Candido, teve as patas cortadas por vidro, resultado do pânico aos rojões. 

 

 

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