Geral
Irma Marin Simonetto residiu em Ampere de setembro de 1962 até sua morte, em 28 de setembro de 2016, com 92 anos de idade. Sua vida está no livro “Irma Marin Simonetto, 90 anos intensamente vividos”, um presente que os filhos lhe deram no seu nonagésimo aniversário.
Foi professora e empresária em Ampere.
Ainda no Rio Grande do Sul, onde nasceu, casou com Reinaldo Simonetto (1920 a 1988), e teve nove filhos: Maria das Graças, Nilson Antônio, Gilberto (falecido), Gilberto Luiz (falecido), Jairo Noé, Feliciano Francisco, Medelices (Mike) e os gêmeos Ivam e Ivânia.
Em seu livro, ela deixou frases como estas que seguem:
Sempre gostei de tudo o que fiz.
Eu enfrentei pessoas, enfrentei leis,
enfrentei advogados, tudo porque era necessário.
Eu me culpo um pouco porque não ensinei que chega, mas acho que vale mais o exemplo de quem educa uma família. Não adianta ficar dizendo não faça isso, não faça aquilo, eu não tive esse costume.
Dou graças a Deus em tudo, porque sempre
me iluminou, a perdoar, a não julgar, mas sim
amar muito, sem esperar recompensa.
A natureza tem muitas surpresas ainda para nos dar. O contrário da vida não é a morte, nós
nascemos para a vida além da morte.
É importante conviver, acolher, escutar, para
que a vida tenha mais sentido de plenitude.
Eu acho que a vida é uma consequência de
coisas boas e coisas ruins para estarmos
prepararmos para tudo.
Tem coisas boas e coisas ruins em todas
as fases da vida, e não adianta tratar os idosos com
diminutivos, assim: “Ai, coitadinho do vovozinho,
ah, te dou um presentinho”.
Nós éramos pobres, pobres, mas nunca
faltou nada, o pai foi um herói.
Eu penso assim: será que vocês não pensam
em ajudar antes de se queixar tanto?
Eu acho que eu tinha alguma coisa, um dom
diferente pra estudar, pra sair.
Deus criou o mundo, sim, mas antes desse
mundo com certeza tinha outro e vai ter outros
mundos, quantos Deus quiser.
Às vezes o mendigo te dá uma sentença,
ele te abre um caminho, tem que
prestar atenção a tudo.
Tem o diálogo pra conversar, os outros presidentes
também, não é só a Dilma, aí eles declaram
guerra, mas quem vai lá não são eles.
Mandam os soldados e os soldados são livres,
não são obrigados a ir enfrentar a morte. Eu não fiz nada e ele não fez nada, eu vou lá matar por quê? Tudo isso faz pensar que tem muita coisa
errada no mundo.
Muitas vezes tu tem verdades pra dizer e é perigoso falar, então tu tem que ficar quieto, e um dos
mandamentos principais é que não devemos nos omitir.
Os italianos vieram aqui e ficaram todos
analfabetos porque não tinha escola.
Muitos nascem para fazer escândalo e outros
para servir. Eu sempre fui de servir,
mais que para ser servida.
Cada um tem que construir a sua felicidade.
Ser feliz é fazer o outro feliz.
Deve ter um criador. As árvores, os rios todos
correm para o mesmo lugar, todo dia, na hora certa, nasce o sol e ilumina, que coisa mais perfeita.
Quem é capaz de fazer isso?
Pra fazer um grão de trigo — só um grãozinho — e germinar, não foi feito nada ainda. Até hoje, tudo a gente copia daquilo que Deus criou.
Pela felicidade que os filhos me deram, eu faria tudo de novo. Eu só amaria mais, porque o que conduz tudo é o amor das pessoas.
Se tu faz por amor, tu tens lembranças boas.
Eu casei pra sofrer, uma vez se pensava assim. Hoje casam pra serem felizes. Dizem “eu prometo te fazer feliz”, isso é bobagem. A felicidade a gente faz juntos, tanto o homem como a mulher.
Ganhei elogio de bonita depois dos 80 anos.
Reinaldo foi uma pessoa boa que Deus botou
no meu caminho.
Lecionar foi uma experiência boa, mas é bom saber
que os professores sofrem e precisam de ajuda,
porque a gente pensa uma coisa e lá é outra.
Deus me ajudou muito, porque não é possível
passar por tudo o que eu passei, quando saí
da casa do meu pai, pra casar, eu não
tinha experiência nenhuma de vida, de mundo. Deus me ajudou muito.
