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Francisco Beltrão
quarta-feira, 28 de maio de 2025

Edição 8.213

28/05/2025

Frigorífico Santa Bárbara amplia capacidade e já pleiteia o registro do Sisbi-Suasa

O proprietário também está instalando um biodigestor para gerar a própria energia a partir dos resíduos.

O Frigorífico Santa Bárbara, em Beltrão, está sendo ampliado. No projeto, novas lagoas de decantação, um biodigestor e ampliação da capacidade de armazenagem de carne.

O município de Francisco Beltrão virou a “bola da vez” em novos investimentos privados. Além da implantação das unidades do SuperDia e Max Atacadista, da compra de um dos ativos da Gralha Azul Avícola pelo Grupo Mantiqueira no segmento de ovos comerciais, a instalação da empresa Crowil do Brasil S/A – indústria de rações para pets –, ampliação da fábrica de rações pet da BRF, os investimentos da Rede Maestro no Maestro Thermas Park Hotel – 80 apartamentos novos –, a volta dos alojamentos de abates de perus pela BRF.

Outro grande investimento é do empresário Edegar Três, que ampliou sua indústria de alimentos – Frigorífico Santa Bárbara, na Linha Santa Bárbara. Os projetos já foram planejados pensando na ampliação de abate de bovinos, da capacidade de armazenagem e no destino e reaproveitamento dos resíduos com a geração de energia própria.

A indústria de alimentos foi montada distante um quilômetro da Linha Santa Bárbara. No Bairro Marrecas, Edegar e familiares mantêm o Supermercado Trevo. “É uma luta. A gente sempre vai inovando, investindo; faz 15 anos que o investimento é tudo no frigorífico. A gente começou pequeninho, começou a ampliar o abate, a produção, foi sempre ampliando e conforme mudam as normas da fiscalização, da vigilância de saúde.”

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Nos primeiros anos eram abatidos suínos e bovinos e, atualmente, o abate é apenas de bovinos e a empresa compra carne suína para fabricar embutidos. No frigorífico houve ampliação da área de câmaras frias e da capacidade de abate de animais. Antes, a capacidade era para 500 bovinos/mês, agora foi ampliada para dois mil bovinos/mês. Agora, são três câmaras frias com capacidade de armazenar 280 bovinos cada. Trabalham na agroindústria 20 funcionários.

 

Carcaças bovinas na câmara fria do frigorífico.

Ampliação constante
Edegar comenta que sempre está pensando em ampliação de pessoal, de abate, da estrutura. “Tendo a capacidade pra abater, tem condições. Só depende do comércio, porque frigorífico também tem bastante [concorrentes] em todas as cidades; mas é sempre pensando em ampliar o abate.”

Para aumentar sua capacidade e poder comercializar os produtos além do município de Francisco Beltrão – carcaças bovinas e embutidos de carne suína – para supermercados e açougues, o Frigorífico Santa Bárbara elaborou os projetos e está pleiteando a certificação do Sisbi-Suasa, já que o Serviço de Inspeção Municipal (SIM) de Francisco Beltrão tem equivalência ao SIF-POA, do Ministério da Agricultura. Apenas 30 municípios têm esta autorização no Brasil.

Vistoria anual
Quinta-feira, 4, os técnicos do SIM fizeram a vistoria de supervisão anual. A indicação da indústria para a certificação pelo Sisbi-Suasa depende da conclusão de documentos internos, das planilhas e formulários novos e da conclusão das obras. Sidney Pasqualetto Júnior, coordenador do SIM, acredita que a indicação do Frigorífico Santa Bárbara para a certificação pelo Sisbi-Suasa deva acontecer no primeiro trimestre de 2022.

Com a conquista desta certificação nacional, inicialmente o empresário pretende vender a produção para clientes das regiões Sudoeste e Oeste – Cascavel e Foz do Iguaçu -, Curitiba e Litoral do Paraná. Mas com esta certificação, a empresa poderá comercializar a produção em outros estados.

A indústria só abate bovinos confinados, comprados de criadores parceiros.

“A diferença é na qualidade da carne e também na qualidade do abate. Porque a prestação de serviço e o abate tem que ter qualidade no carnear um boi, na higiene do boi, ao lavar um boi e no resfriamento da carne dentro dos padrões, porque o cliente que recebe pra vender dentro do mercado dele, no estabelecimento, chegando na temperatura certa, vai ter muito mais qualidade, em aparência e durabilidade da carne.”

Os recursos financeiros para as obras e ampliações e para a implantação do biodigestor são próprios e também oriundos de financiamento.

Empreendimento familiar
A família Três mantém o frigorífico e o Supermercado Trevo, no Bairro Marrecas. Os proprietários são Edegar e Eliamara Três e os filhos Carlos Eduardo Jardim Três (gerente da indústria) e Gessica Aparecida Jardim Três (gerente do mercado) e Edegar Três Júnior (contador das empresas) e também as netas Maria e Letícia, que já trabalham no supermercado.

Secretária destaca investimento
Liliana Paula de Andrade, secretária municipal de Desenvolvimento Econômico de Beltrão, considera importante o investimento realizado pelo empresário Edegar Três no município. “É uma empresa que traz muito retorno ao município. De mão de obra, de referência e também de tributos pela atividade em que atua, pela transformação dessa matéria-prima. Mão de obra direta e indireta com os fornecedores.”

Frigorífico terá biodigestor para geração de energia
Outro investimento da família Três está sendo feito em frente ao Frigorífico Santa Bárbara. Foram preparadas as lagoas de decantação e instalado um biodigestor para geração de energia com os próprios resíduos gerados pela empresa. Foram elaborados os projetos e foram recebidas as orientações técnicas. “Aqui nós vamos produzir com esse biodigestor, onde vai ser produzido o gás, e do gás vai ser produzido energia elétrica. Então, além de estar dentro das normas do IAP, tudo certinho, as lagoas que estão sendo feitas não vão ter dano nenhum [ao meio ambiente]”, esclarece Edegar.

 

A instalação do biodigestor numa área em frente ao frigorífico.

Será destinado para o biodigestor tudo que é usado dentro do frigorífico, a água, esterco, entre outros. Depois da geração da energia, a partir da fermentação dos resíduos, tem as lagoas que vão servir de depósito para fertilizante orgânico, que pode ser usado em áreas de pastagens, de lavouras e hortaliças com aumento da produtividade. No total são sete lagoas – uma do biodigestor e seis para receber os resíduos já fermentados.

Edegar Três aguarda a autorização da Copel para instalar um transformador e a construção de uma casinha para lançar a energia na rede da companhia estadual. “É uma empresa altamente sustentável. A intenção é dar uma boa produção de energia também”, diz, orgulhoso sobre os investimentos que vem fazendo.
Ao investir neste sistema próprio, o empresário acredita que terá uma grande economia de custos com energia elétrica. “Ah, lógico, tirando o custo do investimento, é um lucro a mais pra empresa.” A princípio, o sistema deve começar a funcionar em janeiro de 2022. Na semana passada, aconteceu a instalação do biodigestor com os técnicos que vieram de uma empresa de Marechal Cândido Rondon.

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