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Francisco Beltrão
terça-feira, 27 de maio de 2025

Edição 8.213

28/05/2025

Fundo Clima pode financiar a aquisição de equipamentos para reduzir emissão de gases

No entanto, o fundo financiou apenas R$ 296 mil na região Sudoeste em 2020. Até 60% dos investimentos podem ser financiados.

 Por meio da linha de crédito, equipamentos podem ser 60% financiados com juros de 4% ao ano, para áreas urbanas ou rurais.

A linha de crédito Fundo Clima é destinada ao financiamento de máquinas e equipamentos com maiores índices de eficiência energética ou que contribuam para a redução de emissão de gases do efeito estufa. É utilizada principalmente para investimentos em placas fotovoltaicas e essa linha já sofreu alterações em suas condições ao longo dos anos. Atualmente, financia 60% dos investimentos, com taxa fixa de aproximadamente 4% ao ano e prazo para pagamento de 12 anos, incluindo dois anos de carência.

Historicamente foi voltada a projetos de produtores rurais e micro e pequenas empresas, mas hoje está aberta para produtores de todos os portes. Os recursos podem ser obtidos por meio do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) ou pelo Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES). Em 2020, apenas R$ 296 mil foram financiados pela linha de crédito na região Sudoeste.

Motivos para redução
O principal motivo da redução na utilização da linha de crédito Fundo Clima é que ela não financia placas importadas, que atualmente são significativamente mais baratas que as produzidas no Brasil. No caso do Fundo Clima Rural, a linhas têm sido mais utilizadas para instalação de placas fotovoltaicas em aviários dos cooperados ou integrados de empresas avícolas que possuem convênio com o BRDE. O banco possui convênios, para distribuição dessa linha, com a maioria das cooperativas de crédito e empresas avícolas do Paraná, como Sicredi, Cresol e Sicoob.

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Sustentabilidade
Os empreendedores rurais têm focado grande parte dos investimentos em projetos para adoção de novas tecnologias e sustentabilidade. Com isso, mostram o alto nível da agricultura e da pecuária que praticam, além do seu compromisso com o meio ambiente e com as futuras gerações. Segundo o vice-presidente e diretor de Operações, do BRDE, Wilson Bley, “Em sintonia com esta particularidade, o banco disponibiliza para esta nova safra, mais recursos para a inovação e para a sustentabilidade”.

Linha de crédito vantajosa
Fábio Cossa é produtor de leite em Seção São Miguel, Francisco Beltrão. Ele afirma ser plenamente favorável a tudo o que venha para auxiliar os produtores rurais e que há algum tempo já conta com a energia fotovoltaica na sua propriedade, porém, implantou os equipamentos por meio de outra linha de crédito. “Por mais que não sejam financiados 100% dos produtos, os juros são baixos e é muito vantajoso, no meu ponto de vista. Tudo o que vem para agregar é bom para o produtor.” Ele diz que não conhecia a linha Fundo Clima, mas que se, na época em que comprou seus equipamentos para a captação de energia solar (em janeiro de 2020), soubesse desta linha de crédito, afirma que sem dúvida teria optado pelo serviço. “Hoje pago quase o dobro dos juros ao ano e acho que essa linha de crédito é muito vantajosa para todos os produtores rurais.” 

Finame encarece
Tiago Bertoncello, é assessor de crédito comercial e rural da Sicredi em Francisco Beltrão. Ele afirma que a cooperativa trabalha há dois anos com a linha do Fundo Clima Rural e que em 2020 a procura foi bem grande, mas que em 2021 está havendo certa retração por parte dos produtores. “Principalmente porque alguns equipamentos exigem uma certificação do sistema, chamado ‘Código Finame’, (Financiamento para Aquisição de Máquinas e Equipamentos Industriais). Algumas revendas têm deixado de trabalhar com equipamentos que precisam desse código porque encarece um pouco mais o sistema voltaico, de modo geral.” Além do mais, a linha Fundo Clima Rural, que cobria até 80% do valor financiado, hoje cobre 60%. “Isso pode fazer com que o nosso associado mude dessa, para linhas de crédito diretas, também para investimentos em equipamentos de energia fotovoltaica em função da necessidade de um valor maior para seu projeto.” 

Outras linhas
O gerente do ciclo do crédito da Cresol Baser, também de Francisco Beltrão, Marcos Kempf, afirma que a procura pela linha Fundo Clima Rural está baixa na região, também porque a cooperativa trabalha com linhas do Plano Safra para o financiamento de equipamentos de energia solar, como o Pronaf e a linha Bioeconomia. “Diante disso, a linha Fundo Clima tem mais adesão das pessoas que vivem em áreas urbanas. Além disso, muitas vezes o cooperado não tem todas as informações necessárias para contratar o crédito, em virtude da pouca divulgação e de falhas na estratégia de comercialização”, avalia Marcos. Ele diz que a linha Fundo Clima está disponível para todos os públicos com receita bruta operacional de até R$ 4,8 milhões/ano, na Cresol.

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