Ao completar 70 anos de idade, a professora foi homenageada pela Câmara de Vereadores de Capanema.

O que se vê, muito, é professoras se aposentando aos 50 e poucos anos de idade, ou até menos. Mas lecionar durante 53 anos ininterruptos e ser aposentada por idade, aos 70 anos, é raro. Este recorde foi estabelecido no município de Capanema pela professora que tem um nome também diferente, Germilede Poloni.
“Acredito ser este tempo um recorde no município e possivelmente em todo o Sudoeste”, diz sua nora Kellerman Godarth.
Dia 10 deste mês, a professora Germilede foi homenageada pela Câmara de Vereadores de Capanema com uma Moção de Aplausos e um Agradecimento. E dia 16, numa festa especial, recebeu uma placa, entregue pela prefeita Lindamir Denardin.
Seguem os textos da Câmara de Vereadores sobre a homenagem.
Manifesta Reconhecimento e Gratidão à senhora Germilede Poloni
O Poder Legislativo Capanemense não poderia deixar de constar nos registros desta Casa de Leis, também em nome de toda comunidade capanemense, o reconhecimento, agradecimento e manifestar elevadas congratulações a essa pessoa que deixou sua marca registrada na história da educação de nosso município. Sendo de suma importância seus ensinamentos para a formação de bons cidadãos e cidadãs, durante esses 53 anos que atuou no magistério. Contribuindo para que a educação de Capanema acontecesse e também fazendo a diferença na vida de todos que passaram pela sua nobre missão, que foi a de ensinar, preparando pessoas para o futuro e visando sempre melhorar a natureza das mesmas.
Dessa forma, através dessa Moção de Aplausos e Agradecimento, em nome do povo de Capanema, homenageamos com sinceridade, reconhecendo o envolvimento e a dedicação da professora Germilede Poloni, sempre ministrando seus conhecimentos em prol dos interesses dos alunos, da comunidade escolar e de uma educação de qualidade. Sonhando sempre com um futuro melhor para todos, mas, sobretudo, fazendo amigos e exercendo com seriedade o papel de “mestre”, sendo a diferença por onde ministrou seus ensinamentos, representando assim a garra da mulher, o envolvimento na sociedade e a importância do trabalho como educadora.
“A vida do cotidiano é tão difícil, mas o professor se esforça para dar o seu melhor, fazendo da crença no pleno desenvolvimento do ser humano seu objetivo de vida.” Com essa frase queremos deixar registrado, nos arquivos desta Casa de Leis, nosso respeito, nossa valorização pela seriedade e intensa dedicação, bem como nosso carinho e gratidão por todos esses anos que a senhora Germilede Poloni dedicou de sua vida à arte de ensinar.

Sala de Sessões, 3 de agosto de 2015.
Vereadores Américo Bellé, Airton Marcelo Barth, Dirceu Alchieri, Ginésio João Pinheiro, Izolete Aparecida Walker Schneider, Marcelino Ampessan, Nolir Feier Lopes, Sérgio Ullrich e Valdomiro Brizola.
Uma gaúcha de coração capanemense
Germilede Poloni nasceu dia 15 de agosto de 1945, filha de Ernesto Poloni e Ana Amábile da Silveira Poloni, na localidade de Pinto Bandeira, à época distrito do município de Bento Gonçalves (RS).
Em 24 de junho de 1961, aos 15 anos de idade, deixou o Rio Grande do Sul e, junto com os pais e os irmãos Antonio, Angelo, Antenor (já falecido), Armando, Adezide e Jandira, mudou-se para Capanema, no Paraná, estabelecendo moradia primeiramente na cidade, próximo ao Hospital Sudoeste, onde moraram aproximadamente por dois anos. Germilede foi estudar no colégio das irmãs “Padre Cirilo”, mas ficou por pouco tempo.
No ano de 1962, com 16 anos de idade, a convite do então prefeito Manoel Rodrigues, passou a ser professora do município de Capanema, iniciando na Escola Rachel de Queiroz, no bairro São Cristóvão. Desde então, são 53 anos ininterruptos de trabalho prestado à educação no município de Capanema.
Posteriormente, a família mudou-se para a Linha Curitibana, e dona Germilede, mesmo morando no interior, continuou a ser professora na cidade. Em 1964 foi convidada para lecionar na localidade de Linha Ipiranga, em Duas Barras. Morou temporariamente na casa de dona Catarina Petrequich. Em 1965 a família também se mudou para a mesma localidade, onde nasceu mais um irmão, o Ademir. Seu pai Ernesto construiu em suas terras uma escola, onde dona Germilede passou a trabalhar como professora.
Em 1971 casa-se, em 1974 nasce a primeira filha, Neusa, e em 1977 a segunda filha, Cleusa. Em 1980 muda-se para a localidade de Ouro Azul, onde passa a exercer também sua função de professora.
No ano de 1989 alcança os quesitos para se aposentar e faz o requerimento para isso. Mas ao mesmo tempo presta um novo concurso para professora do município de Capanema, e em março de 1990, já aposentada, assume novo concurso como professora e permanece atuando no Ouro Azul até 1994. Com a extinção da escola da localidade, em 1995 ministra aulas no Alto Faraday.
Em meados de 1996 muda-se para a cidade, fixando residência no bairro São José Operário, onde mora até hoje. Passa a ministrar aulas no Colégio Tancredo Neves, no mesmo bairro.
De lá para cá trabalhou em colégios de várias localidades, levando o conhecimento para muitos munícipes capanemenses, sempre com muito amor e muita honestidade. São 53 anos atuando como professora, diretora, merendeira, zeladora e outras funções como funcionavam antigamente as escolas no interior. Foi professora por muitos anos de turmas multisseriadas. São 53 anos como funcionária pública do município de Capanema.
Agora, completando seus 70 anos de idade, vai usufruir de seu merecido descanso, depois de ter cumprido com muito zelo sua função pública de professora!
