Planejar a gestação é o caminho mais apropriado.

Portadoras de diabetes podem ter uma gravidez bem-sucedida e dar à luz um bebê saudável, assim como mulheres que não têm a doença. Planejar a gestação é o caminho mais apropriado para que os nove meses sejam tranquilos. A hemoglobina glicada (HbA1c) deve estar dentro da faixa apropriada (segundo a SBD – Associação Brasileira de Diabetes, 6%) ao longo dos meses que antecedem a concepção do bebê.
Durante a gestação, é fundamental que a glicose sanguínea seja rigorosamente controlada. Episódios de hiperglicemia podem aumentar o risco de aborto ou afetar o desenvolvimento do feto, sobretudo, no primeiro trimestre de gravidez. Entre os males que o bebê pode desenvolver, neste período, estão problemas respiratórios ao nascer ou deformidades na coluna vertebral, ossos, rins, coração e sistema circulatório.A partir do quarto mês de gestação, os riscos do descontrole glicêmico giram em torno da macrossomia, que caracteriza o nascimento de bebês muito grandes (acima de 4 kg). Cerca de um terço dos filhos de mães diabéticas apresentam tamanho maior do que a normalidade.
Dicas para uma gravidez tranquila
Planejamento: É importante manter um bom controle glicêmico, não apenas durante a gestação, como também nos meses que antecedem a concepção. Antes de tentar engravidar, portanto, a portadora de diabetes precisa cumprir previamente as metas de hemoglobina glicada (6%), acompanhada pelo médico. Cada caso é um caso específico, hoje já se fala muito da glicemia no alvo, ou seja, a glicemia deve estar dentro do alvo indicado pelo médico.
Regularidade ao consultório: o período requer atenção especial, por isso, a gestante com diabetes tem de frequentar seu especialista regularmente. Para conquistar o bom controle glicêmico, os testes de glicemia, também conhecidos como ponta de dedo, precisam ser realizados ao menos seis vezes por dia (antes e uma hora após as refeições). Os atuais insumos, como lancetas e agulhas mais finas e curtas, facilitam os testes e as aplicações de insulina.
Exames periódicos: a realização de ultrassons precisa ser feita em intervalos menores quando as gestantes têm diabetes. O check-up ajuda a garantir uma gravidez saudável.Mariana Viana Liz Chiapetti, por exemplo, é portadora de diabetes há 26 anos. “Aos 21 anos engravidei, foi um grande susto, pois não foi planejado por mim e pelo meu esposo Robson Chiapetti (na época noivo), a minha glicada estava em 7.0, não estava ruim, mas podia estar melhor para o momento. Tive médicos maravilhosos ao meu lado, a batalha não é fácil.”
É necessário controle glicêmico e acompanhamentos rotineiros com médicos de várias especialidades, como endocrinologista, oftalmologista, nutricionista e obstetra. “Com 39 semanas e quatro dias, o meu filho Gabriel estourou a bolsa e nasceu saudável, pesando 3,695 kg e 49 cm. Tive parto cesárea, um parto maravilhoso. O apoio da família, médicos comprometidos e o compromisso da gestante é fundamental. Sim, nós portadoras de diabetes podemos ser mães. Nossos filhos não correm risco de ter diabetes porque nós temos, se algum dia eles tiverem não foi por nós sermos diabéticas e sim pelo metabolismo deles”, diz Mariana.
Ela e o marido pensam em ter um segundo filho. “Precisamos parar com o mito e com os medos de que mulheres com diabetes não podem ser mães, porque como os meus médicos sempre falaram, riscos? Todas as mulheres correm riscos, apenas temos que ter um cuidado a mais.”Há um núcleo de apoio dentro do Núcleo de Diabetes de Francisco Beltrão, no momento sem encontros presenciais, mas em contato pelo WhatsApp. Para maiores informações, falar com as coordenadoras Mariana Chiapetti e Gislene Titon. Além disso, no Facebook tem a página Núcleo de Diabetes de Francisco Beltrão.