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Francisco Beltrão
quinta-feira, 05 de junho de 2025

Edição 8.219

05/06/2025

Gustavo Fruet defende renovação política e diz que o povo é o juiz da democracia

Dentro da série de entrevista com os principais candidatos ao Senado, organizada pela Associação de Jornais do Interior (ADI), hoje é a vez de Gustavo Fruet. Ele defendeu renovação política com diálogo,  afirmando que seu desafio de lutar por uma vaga no Senado depende do povo, “o juiz da democracia”,
Confira um resumo da entrevista.
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Cascavel O Paraná – O senhor aparece bem em Curitiba e RMC. O que fazer para “deslanchar” também no interior do Estado? Disputar a prefeitura de Curitiba está em seus planos?
Gustavo – Sempre que me fazem essa pergunta recorro a Camões: “Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades. Muda-se o ser, muda-se a confiança”. Estou totalmente focado na campanha para o Senado. E na política, a circunstância é sempre um fator determinante, que muitas vezes se sobrepõe a qualquer planejamento. Quanto ao interior, tenho viajado por todo o Paraná, ao lado de Beto Richa, levando a nossa mensagem de renovação. Cabe à população, que é o juiz da democracia, avaliar as trajetórias e decidir.

Castro Página Um – O senhor é a favor do aborto? Qual a sua proposta para acabar com as clínicas clandestinas que existem no Brasil, atualmente?
Gustavo – Sou contra a legalização do aborto. A legislação já prevê situações em que ele é permitido. As clínicas clandestinas são um caso de saúde pública e não é papel do Congresso acabar com elas. Cabe, sim, ao Congresso fiscalizar o Executivo no cumprimento de suas obrigações.

Umuarama Tribuna do Povo – Quais os motivos que levaram o senhor a disputar uma das cadeiras do Senado?
Gustavo – Há 12 anos, eu era vereador em Curitiba quando meu pai, Maurício Fruet, faleceu a poucos dias das eleições, em que ele concorria a um mandato de deputado federal. Fui convocado a assumir o seu lugar e aceitei por entender que há desafios dos quais não podemos fugir. Foi minha primeira eleição para deputado federal. Este ano, mais uma vez recebi uma convocação. Aceitei porque gosto de desafios e também para mostrar que não quero fazer da política uma carreira. Poderia disputar o quarto mandato de deputado federal com a perspectiva de uma reeleição relativamente fácil. Mas encarei a candidatura ao Senado como uma missão, numa disputa da qual participam personalidades diferentes. Também me motiva a possibilidade de contribuir para este projeto de um novo Paraná. É muito importante que, eleito governador, Beto Richa conte com senadores aliados em Brasília, para que não se repita aquela situação vivida no governo Lerner, quando divergências políticas levaram senadores do estado a bloquear empréstimos internacionais que financiariam projetos como o Paranasan e o Paraná 12 Meses. Está nas mãos da população do Paraná decidir se a minha luta comunga com os valores da sociedade, se valeu a pena o combate à corrupção.

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Santo Antônio da Platina Tribuna do Vale – O Norte Pioneiro tem se notabilizado em perder disputas com outras regiões, principalmente na esfera federal, muitas vezes pelo seu inexpressivo peso político. Se eleito, o senhor será um representante do Norte Pioneiro em Brasília e pode ser cobrado por isso?
Gustavo – Terei a maior honra em assumir esse papel, para ajudar o próximo governador junto ao governo federal e na busca de recursos orçamentários para a região. Registro com carinho uma passagem que me liga ao Norte Pioneiro: meu pai, Maurício Fruet, morou em Santo Antônio Platina durante sete anos, na década de 50.

Laranjeiras do Sul Correio do Povo – Como deputado o senhor teve uma atuação destacada em diversos projetos. Qual é, na sua opinião o papel principal de um senador. O que muda na sua vida como parlamentar, caso seja eleito?
Gustavo – A atividade parlamentar está tão desvirtuada no País que deseduca a população sobre o papel institucional de senadores e deputados. Os senadores são eleitos para fazer boas leis, fiscalizar o governo e ajudar o estado que representam, numa atuação política em sintonia com os governos estaduais, mesmo que as posições políticas sejam divergentes. Além, é claro, de cuidar de questões de política externa, fiscalizar as agências reguladoras, realizar sabatinas de diretores do Banco Central. São muitos temas distintos e sem apelo popular. Quem sabe, por exemplo, o que faz o diretor de Política Monetária do Banco Central? Mas é preciso ter clareza sobre o papel institucional do senador e entender que não se pode chegar ao Senado sem experiência parlamentar. Ali se exerce um papel de equilíbrio na República, é onde se estabelecem os conflitos entre os estados, entre ideias e entre governo e oposição. Nesse espaço, onde coexistem políticos como José Sarney, Renan Calheiros e Romero Jucá, é preciso firmeza e experiência para ter uma boa atuação. Estou me dispondo a levar minha experiência parlamentar para o Senado, com diálogo e equilíbrio, contribuindo para tirar o Senado da agenda policial.

Campo Mourão Tribuna do Interior – Sendo desconhecido em todo interior do estado o sr não teme ficar sem mandato?
Gustavo – Não. Aceitei a convocação para ser candidato ao Senado por acreditar num projeto e por gostar de desafios, abrindo mão de uma candidatura a deputado federal com grandes possibilidades de reeleição. A campanha é justamente para proporcionar o contato com a população, seja diretamente ou por meio dos programas de rádio e televisão, de entrevistas e materiais de campanha. Também contamos com o trabalho dos partidos coligados em cada município e com apoios importantes, como os de Beto Richa, Flávio Arns, José Serra e Alvaro Dias, além dos suplentes da minha chapa, Euclides Scalco e Edson Casagrande.

Cianorte Tribuna de Cianorte – Como senador, é possível o senhor conseguir mais apoio do governo federal para o desenvolvimento industrial do Paraná?
Gustavo – Sim, mas sempre deixando bem clara a diferença entre a função parlamentar e o trabalho de um governador ou prefeito. Uma das condições para o investimento industrial é a existência de uma boa infraestrutura – e um parlamentar pode apresentar emendas com esta finalidade, bem como fiscalizar sua execução, para que não ocorra o que acontece com o PAC, que até agora só concluiu 13% das obras previstas. Além disso, um senador pode atuar na votação de projetos e incentivos fiscais relacionados a temas que influem na atração e fortalecimento de investimentos industriais.

Maringá Diário do Norte – Quais as iniciativas que o senhor vai tomar para dar transparência ao seu Gabinete no Senado?
Gustavo – O mesmo que já fiz como deputado – um período de quase 12 anos em que sempre primei pela transparência e o rigor no uso de verbas públicas. Lembro que em 2007 fui candidato à presidência da Câmara dos Deputados com uma proposta centrada na transparência, defendendo, entre outras medidas, o fim do voto secreto no plenário. É uma tendência sem volta na vida pública, fortalecida, entre outros meios, pela internet, com uma série de portais que acompanham os atos parlamentares.

Toledo Jornal do Oeste – O senhor se destacou como um dos maiores opositores ao Governo Lula. Qual, em sua opinião, a maior falha do atual governo?
Gustavo – O governo perdeu a oportunidade de fazer reformas estruturantes para o País. Em sete anos, apesar do crescimento da economia, não houve qualquer iniciativa de reforma liderada pelo governo, na qual tenha se empenhado efetivamente. Este governo também deixa como herança a banalização da corrupção e uma grande contribuição para a perda de credibilidade das instituições, em especial o Congresso. E um processo de cooptação de setores organizados da sociedade e de redução do papel de fiscalização do Congresso. Confunde-se deliberadamente fiscalização com oposição e em função disso vivemos um processo de enfraquecimento da oposição, o que é ruim para a democracia.

Pinhais Agora Paraná – O Paraná apesar de ser um estado muito rico hoje não tem mostrado força junto ao governo federal para recebimento de grandes obras como metrô, tricheiras, cebolões e etc como recebem cidades do sudeste e até nordeste. Como vê e defenderá esta situação? Qual sua ideia ou proposta para mudar isso?
Gustavo – Todos os estados têm divergências políticas, mas as superam quando há projetos fortes e estratégicos. No caso do Paraná, o que une o mundo político hoje? Nada. Em boa parte isso se deve à personalidade do ex-governador, que em muitos momentos prioriza o conflito pessoal.  Isso prejudicou muito o estado, que deixou de receber investimentos no porto, em ferrovias, e esperou sete anos por uma solução para a multa do Banestado. Então, o primeiro passo para mudar essa situação é restabelecer o diálogo, a sintonia entre o governo do estado e a bancada no Congresso Nacional, colocando os interesses do estado acima de divergências políticas.

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