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Dr. Dimosthenis Papaconstandinou, médico cardiologista.
Foto: Adriana Ortolan Papaconstandinou
Foi realizado nos dias 20 a 22 de setembro de 2019, em Porto Alegre (RS), o Congresso da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), com o tema “Proteja o coração do seu paciente hoje”. Foi apresentado um Congresso muito organizado, com a participação de mais de seis mil cardiologistas que se reuniram com o intuito de atualização, troca de informações e experiências, através de 23 salas simultâneas com os mais diversos temas apresentados sob a forma de simpósios, colóquios, palestras, arenas e sala de ensino prático.
Entre as novidades que foram apresentadas destacamos o uso da tecnologia, que está cada vez mais incorporada à Medicina, avanços na telemedicina, dispositivos de diagnóstico e monitorização, robótica nas salas de cirurgia e hemodinâmica, pílulas com nano chips, entre outros. Contudo, o conhecimento vai sendo sedimentado aos poucos, avançando mais e retrocedendo menos até o ponto de equilíbrio, inúmeros estudos são feitos para responder às perguntas/problemas que vão surgindo com a prática médica.
Concomitantemente, gerou interesse a palestra proferida por um dos maiores pesquisadores na área de Cardiologia no Brasil, dr. Álvaro Avezun, sobre a espiritualidade e perdão. Em seu estudo, o autor demonstrou que a falta de disposição para perdoar pode ser um marcador de risco para infarto do miocárdio, assim como a menor espiritualidade pode estar associada à sua ocorrência. Apesar do avanço no diagnóstico e na cura desta doença, uma proposta a ser investigada é quando e como começamos a adoecer.
Quase toda enfermidade nasce das profundezas da consciência/mente/espírito e a partir daí atinge o corpo físico, alterando funções biológicas e manifestando as doenças. Distonias emocionais antecedem em horas, dias, semanas ou anos a manifestação na contraparte física. O autor citou Maimonides, um filósofo do século 21, que dizia que nós devemos aceitar a verdade independente de sua origem e propondo a criação de um departamento para estudar a espiritualidade e o coração.
Desta forma, o referido Congresso se apresentou com conteúdo variado, perpassando as diversas possibilidades de estudos, desde as novas tecnologias que se incorporam à medicina e, ao mesmo tempo, voltando aos estudos clássicos para procurar entender algumas questões subjetivas que merecem a atenção de todos os médicos, incluindo aquelas questões ligadas ao bem-estar físico, mental e emocional.
*Dimosthenis Papaconstandinou Médico cardiologista em Francisco Beltrão