
cachorrinha, que tomará remédio durante toda a vida.
O hipotireoidismo é uma doença autoimune, conhecida por acometer humanos, mas também é muito comum nos cães. Assim como nas pessoas, a glândula tireoide fica no pescoço e é responsável pela produção de hormônios. A doença se manifesta normalmente em animais adultos ou de meia idade, raramente em jovens.
O hipotireoidismo é uma disfunção na produção do hormônio da tireoide. O problema é classificado como primário ou secundário.
O primário é causado quando as células de defesa do animal atacam as células da tireoide ou também pode ser desenvolvido por um trauma, por exemplo, em uma briga em que o cão é mordido no pescoço e compromete a glândula. O hipotireoidismo secundário é mais raro, quando ocorre a destruição da hipófise, o que diminui a produção do hormônio TSH, responsável por estimular os hormônios da tireoide.
No início da doença, às vezes os sinais passam despercebidos, porque o hormônio da tireoide atua no metabolismo celular de todos os tecidos do corpo do animal. O médico veterinário Ronivan Gobbi, da Clinicão de Francisco Beltrão, esclarece que a evolução da doença é lenta e só se percebe as perdas progressivamente. “A doença pode atingir vários sistemas do organismo do animal, desencadeando diversos problemas, que podem aparecer juntamente ou não”, comenta Roni.
A cachorrinha Leona tem feito reposição hormonal para tratar o hipotireoidismo. A dona, Kerolin Vicari, percebeu que Leona estava ganhando muito peso, mesmo comendo ração light. “A princípio, pensei que o sobrepeso fosse por causa da castração, mas ela engordou em pouco tempo, então decidi levar no médico e o resultado foi o problema na tireoide. Agora é cuidado para toda a vida”, resume Kerolin.
Sintomas
Ronivan Gobbi informa que, de maneira geral, os primeiros sintomas são metabólicos. O organismo do animal começa a funcionar de forma mais lenta, o cão fica com temperatura mais baixa e fica mais sensível ao frio. “O dono pode perceber que o animal não se exercita mais e, consequentemente, fica com mais peso. O cão pode ter reflexos cardíacos vasculares, com batimentos cardíacos mais lentos, a força de contração do coração fica mais fraca, assim como o pulso”, alerta o doutor.
Se não tratado, o quadro do animal pode evoluir para uma deficiência cardíaca. Porém, também há sintomas neuromusculares, os quais deixam o cão mais sonolento e ele começa a andar muito pouco. “Ele pode desenvolver anemia, colesterol alto, triglicerídeo alto, baixa taxa metabólica e, consequentemente, ele vai acumulando gordura”, ressalta dr. Roni.

esclarece que a evolução da doença é lenta e
precisa de acompanhamento.
Mudanças na pele e pelo
No cão com hipotireoidismo é possível perceber alterações significativas na pele e no pelo. Os pelos ficam mais ásperos e acontecem perdas acentuadas nas laterais da barriga e de forma simétrica. A pele do animal tende a ficar mais espessa, pode haver seborreia e hiperpigmentação.
Tratamento eficaz
O diagnóstico é feito através da avaliação dos sintomas e exames laboratoriais. “O tratamento é relativamente simples, feito com reposição hormonal, e os cães respondem muito bem a ele. É importante o acompanhamento para casos em que é preciso reajustar as doses de hormônio. Com isso, o animal volta ter qualidade de vida, mas os cuidados são para a vida toda”, ressalta dr. Roni.