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Francisco Beltrão
sábado, 31 de maio de 2025

Edição 8.216

31/05/2025

Histórico da Festa de São Cristóvão

 

A imagem de São Cristóvão, iniciando as comemorações, foi doada por Alberto Cattani.

 

 A tradicional Festa de São Cristóvão da Encruzilhada chega no dia de hoje à sua 47ª edição. Desde 1966, a festa do padroeiro dos motoristas e agricultores reúne dezenas de pessoas em festividades na comunidade que fica na divisa de Pato Branco e Vitorino. 

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Segundo contam os moradores da comunidade, esta já poderia ser a 48ª Festa de São Cristóvão, porém os festejos não aconteceram no ano de 2004, devido a desavenças entre o padre e a comunidade, mas mesmo assim naquele ano foi celebrada uma bela missa.

 

Relíquia encontrada pela população da comunidade:
este pedaço de madeira traz a “primeira ata” da criação
da Capela São Cristóvão com o nome de seus construtores.  

 

As irmãs Romilda, 68 anos, Madalena, 64, e Helena, 77, da família Colla, nasceram e foram criadas na comunidade da Encruzilhada e contam um pouco da história desta confraternização. “A festa sempre abrangeu a paróquia toda. No começo a gente pertencia à Paróquia São Pedro e o pessoal do centro vinha para as festas aqui. Aquelas vezes aqui era uma cidade de tanta gente”, conta Romilda. 

Helena ressalta que em épocas passadas a parte religiosa da comemoração recebia mais atenção da população. “Nós fazíamos os nove dias de novena e era sempre cheio de gente”, relembra.
“As primeiras festas não tinha pavilhão, então eram construídas barracas de folhas de coqueiro e o povo ficava ali embaixo. Naquela época dava sorte e São Pedro sempre colaborou, nunca chovia na Festa de São Cristóvão”, diz Romilda, e Madalena complementa: “Tinha muitos jogos, do cavalinho, da roleta, pesca, do aviãozinho e do coelho. Envolvia toda a comunidade, e olha que no começo a nossa comunidade era grande”. 
A comunidade diminuiu após a mudança de local da estrada principal, que antes passava no meio da Encruzilhada. “Quando a estrada foi para lá, a comunidade diminuiu, ficaram poucos morando”, afirma Madalena.

Segundo recordam as irmãs, o trabalho da comunidade sempre foi importante para a realização da festa. “Naquela época nós cozinhava as cucas, cozinhava bolo e fazia tudo em cozinha com chão de terra. Os fogões eram tudo, como é que chama? De gibão… Não tinha fogão a gás aqui. E as mulheres se reuniam e conversavam, fazendo cestadas de bolacha. Usavam 30 pacotes de farinha para fazer bolacha”, recordam.
Ainda hoje, para que a Festa de São Cristóvão ocorra, a comunidade se une e aproximadamente 100 voluntários fazem tudo acontecer. Neste ano, a previsão é que sejam vendidos 2,8 mil quilos de carne na churrascada.

A Capela São Cristóvão

 

Uma das festas realizadas na década de 80. 

 

A história da Festa de São Cristóvão se confunde com a da construção da capela da comunidade no ano de 1966. Antes disso, havia nas proximidades da comunidade apenas um capitel dedicado a Nossa Senhora das Graças, onde eram realizadas as missas da comunidade. 

Uma tábua encontrada após a demolição da capela antiga é guardada com cuidado. Nela estão apontados os nomes das pessoas envolvidas na criação da primeira Capela São Cristóvão, que era de madeira, assim como a data de 15 de dezembro de 1966 como a data oficial de sua construção.

 O “documento” é considerado pelos moradores como a primeira ata da capela. Nela constam os nomes do frei Samuel Both como construtor, dos carpinteiros Amélio Ciarella, Ismundo Rosera, Roque Gubert, Eduardo Maciag e Antônio Maciag e do presidente da capela Geraldo Veronese. O terreno para a construção foi doado por Ernesto Colla. 

Esta primeira capela ficava junto à atual rodovia PR 280. “Os fundadores da primeira capela daqui foram o nosso pai, o tio Lourenço, o Geraldo Veronese, o Pedro e a dona Margarida Carletto”, lembram as irmãs.
De acordo com moradores da Encruzilhada, a imagem de São Cristóvão que deu início à festa foi doada por Alberto Cattani, que no ano de 1966 era proprietário de uma empresa de transporte de Pato Branco e que mais tarde, entre os anos de 1969 e 1972, foi prefeito do município.

 

Missa de Primeira Comunhão na antiga capela da comunidade. 

 

A capela existente hoje na comunidade já é a segunda. Com a mudança de estrada principal, da antiga estrada Estratégica para a PR 280, o terreno da capela foi permutado entre a Mitra e Rodolfino Pastorello. A primeira capela foi demolida e a nova foi construída no local atual, que pertence ao município de Vitorino. Ela foi inaugurada no dia 7 de março de 1982.   

A primeira capela da comunidade pertencia à Paróquia São Pedro e teve como um de seus párocos o frei Nelson Rabello. “Quando trabalhei lá, ia periodicamente rezar a missa e cuidava da comunidade visitando as famílias e os doentes. Aquela comunidade sempre valorizou a festa dos agricultores, motoristas e caminhoneiros. Sempre foi uma característica esta devoção a São Cristóvão”, destaca Frei Nelson. Quando Pato Branco passou a contar com uma segunda paróquia, a Cristo Rei, a Capela de São Cristóvão passou a pertencer a ela.

 

 

A parte interna da primeira capela. 

 

 

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