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Francisco Beltrão
segunda-feira, 26 de maio de 2025

Edição 8.211

24/05/2025

Hoje é Dia Internacional do Portador de Deficiência. Joel Rodrigues comenta como é a realidade de um cadeirante

A declaração é de Joel Pereira Rodrigues, cadeirante. Hoje é Dia Internacional do Portador de Deficiência.

Joel Pereira Rodrigues conquistou sua independência e a acessibilidade também se dá com a adaptação no carro.

Cerca de 15 anos após o acidente de moto que deixou Joel Pereira Rodrigues numa cadeira de rodas, ele destaca que pouco se evoluiu em questão de acessibilidade, mas ele cresceu muito como pessoa.

“Uma das maiores vitórias é não ter preconceito consigo mesmo. As pessoas que têm preconceito são mais deficientes do que nós”, afirma.

Hoje, 3 de dezembro, é Dia Internacional do Portador de Deficiência.

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Joel, que está com 41 anos, ressalta que sua luta por acessibilidade não é apenas pelos deficientes, mas sim por todos, seja para o idoso, para quem está passeando com uma criança no carrinho ou mesmo para quem está fazendo sua caminhada, por exemplo.

Sua intenção é fazer com que as pessoas percebam diferentes pontos de vista, no qual elas também serão beneficiadas.

“Muitos deficientes não saem de casa para cobrar, mas reclamam da falta de acessibilidade. Ou então reclamam da inclusão social, mas quando recebem convites não aceitam. O próprio deficiente tem preconceito com ele mesmo. Eu penso: estão me olhando porque estou numa cadeira de rodas ou por admiração? Por causa da minha superação?”

Joel deseja mostrar o quanto um cadeirante é capaz, tanto que ele já fez várias apresentações de dança e de arte circense, já competiu pela seleção brasileira no handebol em cadeiras de rodas e leva uma vida independente.

Logo após o acidente, que aconteceu dia 4 de fevereiro de 2006, ele passou por uma reabilitação em Brasília, no Hospital Sarah Kubitschek. Cerca de dois anos e meio depois, ele tornou-se independente; morou sozinho seis anos e agora mora com a mãe Maria Rita Pereira Rodrigues, de 80 anos, que está sob sua responsabilidade.

 

Calçadas irregulares

A acessibilidade também está no carro adaptado e na sua casa, construída após o acidente, que conta com banheiro grande e portas largas. “Todos deveriam estar atentos a isso, porque um dia pode haver necessidade no caso de idosos, por exemplo, que precisam de mais auxílio, ou no caso da fratura de uma perna.”

Quanto à mobilidade, ele acrescenta: “Entrar no estabelecimento é até tranquilo, o difícil é andar na calçada, porque precisamos ocupar a rua. Um joga pro outro [Prefeitura e proprietário]. Nem mesmo as principais vias estão de acordo; assim, a gente ganha habilidade na cadeira, mas quem não tem precisa de ajuda”.

 

Os caminhos de Joel

O escritor Antônio Alves Pereira, tio de Joel, lançou um livro sobre sua trajetória, em 2014: “Os Caminhos de Joel: Superações de um Paraplégico”. A obra apresenta reportagens sobre a história de Joel, suas conquistas, como as premiações no handebol, as palestras que ministrou e sua batalha pela melhoria da qualidade de vida dos deficientes.

“Cada dia que passa, vendo as fatalidades que acontecem nos acidentes de moto na região, vejo que não tenho o direito de me sentir mal, porque muitos não têm a mesma oportunidade que eu tive.”

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