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Existem relatos de lobisomem pelo mundo todo e hoje vamos contar uma história deste bicho que aconteceu com Ilce Koch.
Ilce tinha 10 anos e morava num sítio que pertencia ao município de Boa Esperança do Iguaçu, a cinco quilômetros da cidade. Era tempo de Quaresma, uma sexta-feira, noite de lua cheia, quase 21 horas. Na cozinha estavam Ilce, sua mãe e mais duas de suas irmãs, o restante da família já tinha ido dormir. De repente, os cachorros começaram latir. Estavam muito brabos, latiam parados, não saíam do lugar.
Logo em seguida as galinhas que pousavam no galinheiro começaram a fazer um “gritedo” e dava de perceber pelo barulho que tinha algo dentro do galinheiro. Então, sua mãe pegou um lampião e as quatro foram lá ver o que estava acontecendo. Já estavam próximas quando a porta do galinheiro se abriu e lá de dentro saiu um enorme bicho preto, todo peludo.
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Vendo aquilo, todas ficaram apavoradas e com muito muito medo. Os cachorros estavam juntos e nenhum teve coragem de avançar no bicho, e isso que eles eram cachorros grandes.
Foram poucos segundos, mas todas conseguiram ver que seus olhos eram vermelhos, iguais aos de cachorro. Os pelos da cabeça estavam todos arrepiados, seus dentes eram enormes e o bicho também era muito fedorento. Media mais ou menos um metro e meio de altura.
O bicho olhou para elas, deu uma rolada na terra e correu mato a dentro. Ele corria meio inclinado, era manco. Os cachorros continuavam latindo muito. Aí elas também correram e se trancaram dentro de casa e, com o barulhão que fizeram, acordaram os que estavam dormindo.
Depois que todos se acalmaram, sua mãe disse: “Ninguém vai falar nada do que foi visto aqui!” Na época, os filhos obedeciam aos pais e ninguém falou nada sobre aquilo. No dia seguinte, logo que amanheceu, foram até o galinheiro e não faltava nenhuma galinha. O lobisomem só havia comido bastante esterco das galinhas, nada mais.
Então seus pais contaram que todos os anos, sempre nas quatro sextas-feiras da Quaresma, isso acontecia. E não era só na casa deles, em várias outras também. Ali, todos suspeitavam de um vizinho, mas todos ficavam quietos. Ilce morou neste local até os 16 anos e ela e suas irmãs nunca mais esqueceram daquela noite e do bicho que viram. Ilce confirma que nos anos seguintes, no tempo da Quaresma, isso sempre acontecia. Mas aquele bicho não fazia mal a ninguém e nem matava os animais.
Mas, devido ao susto que levaram, elas nunca mais foram tentar ver o lobisomem, ficavam quietas em casa, só ouvindo os latidos dos cachorros.
Faz dez anos que Ilce mora no Bairro Marrecas em Beltrão e já fazem 43 anos que ela viu o lobisomem. Ela tem três filhos: o Sérgio, o Cleomar e a Bruna. Ilce diz que tem gente que não vai acreditar nessa história, mas ela é real e aconteceu mesmo.
O dia em que alguém passar pelo susto que elas passaram vai começar a acreditar em lobisomens, pois eles existem mesmo.
