6.7 C
Francisco Beltrão
quarta-feira, 28 de maio de 2025

Edição 8.214

29/05/2025

Impactos da variação do dólar na vida das pessoas

Neste ano, o dólar atingiu sua menor cotação em 31 de janeiro (R$ 3,65) e a maior em 20 de maio (R$ 4,10).

O sobe e desce da moeda norte americana afeta diretamente a vida das pessoas. Como muitos produtos brasileiros são fabricados a partir de matéria-prima importada, não é difícil antever que o preço dessas mercadorias ficará mais alto quando o dólar sobe. O sobe e desce da moeda norte americana afeta diretamente a vida das pessoas. Como muitos produtos brasileiros são fabricados a partir de matéria-prima importada, não é difícil antever que o preço dessas mercadorias ficará mais alto quando o dólar sobe.

 Um dos exemplos é o pão francês. Boa parte do trigo consumido no Brasil é importado, logo, o pãozinho nosso de cada dia fica sujeito às variações do dólar. Neste ano, o dólar atingiu sua menor cotação em 31 de janeiro (R$ 3,65) e a maior em 20 de maio (R$ 4,10). Na quinta-feira, dia 6 de junho, a cotação fechou em R$ 3,88.

O economista José Maria Ramos, professor da Unioeste de Francisco Beltrão, observa que a desvalorização do Real implica em um conjunto de problemas que afeta a sociedade indistintamente. “Geralmente, as pessoas associam que o aumento do dólar afeta apenas quem está pensando em viagens internacionais, mas não é só isso.”  

- Publicidade -

Segundo ele, um dos principais efeitos é o aumento dos preços dos bens e serviços que têm como referência os preços cotados nas bolsas internacionais como as commodities agrícolas e o petróleo. “Isso significa dizer os preços desses bens tendem a ficar mais caros aos brasileiros, como por exemplo a farinha de trigo, a gasolina, ou qualquer bem ou serviço importado, ou seja, impacta diretamente sobre a inflação, reduzindo o poder de compra, principalmente do assalariado.”

 O economista salienta que neste momento, em que a economia brasileira procura recuperar sua capacidade de crescimento econômico, os problemas que afetam a taxa de câmbio não contribuem em nada, muito pelo contrário, criam um cenário de instabilidade que dificulta a retomada do crescimento pelo menos para amenizar o nível de desemprego.

O que provoca o aumento do dólar?

Zé Maria pontua que o mercado está jogando com a capacidade do governo em fazer aprovar as reformas que possam amenizar os problemas fiscais, com destaque para as reformas da Previdência e Tributária. No contexto internacional aparecem as questões comerciais entre os Estados Unidos e a China que vivem uma “guerra comercial”. “Nas situações de incertezas econômicas e ou políticas a tendência é uma maior demanda por dólares, como reserva de valor, aumentando seu valor frente a outras moedas, inclusive o Real.

Além da questão inflacionária, a desvalorização do Real também afeta empresas que têm passivo em dólar. As incertezas políticas e econômicas desestimulam os investimentos produtivos – o lado real da economia – e canalizam recursos na especulação financeira, limitando a capacidade de geração de emprego e renda”, analisa o economista. A economista Roselaine Navarro relata que, se em face do câmbio, o mercado externo for mais convidativo e houver abertura, a tendência das indústrias nacionais ou do agronegócio é exportar mais ou demandar aumento de preços no mercado interno.

“Por outro lado, preços mais altos podem estimular no período seguinte com aumentos na produção, mas os mercados mudam muito rápido. Dependemos da postura dos outros países. Tanto com relação à produção quanto com relação a sua atuação no mercado”, avalia Roselaine.

O pãozinho nosso de cada dia

O Jornal de Beltrão entrou em contato com representantes de supermercados na tarde de ontem para saber como está o preço do pão francês. Em algumas cidades brasileiras a variação chegou a 10%, mas em Beltrão está inalterado.

Denilso Baldo, representante da Rede Forte de Mercados, disse que tanto o preço da farinha de trigo como do pão francês está estável. Isso ocorre, conforme disse, porque o consumo está represado em virtude da baixa atividade econômica no País. “Temos supermercados com ação promocional com o quilo do pão francês a R$ 5. Mas assim que melhorar a confiança, circula mais dinheiro e o povo volta a consumir mais. Fora isso vejo estabilidade. ”

Luciani Perdoncini, gerente do Supermercado Mano Manfroi 2, informou que a rede não teve aumentos nos preços nem do pão francês e nem da farinha de trigo. “Agora no inverno o consumo é maior, mas o preço não alterou.”

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Destaques