Geral
O indicador de consumo segue em ascensão no Paraná. O Índice de Intenção de Consumo das Famílias (ICF), aferido pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) e pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Paraná (Fecomércio PR), registrou a terceira alta consecutiva no mês de outubro, passando de 88,4 pontos em setembro para 91,1 pontos no mês passado. O indicador paranaense está acima da média nacional, que ficou em 68,7 pontos. No entanto, ambos se mantêm abaixo dos 100 pontos, parâmetro ainda considerado desfavorável pela pesquisa. A elevação da ICF foi motivada pelas famílias de maior renda. Em outubro, o crescimento entre as faixas de renda foi parecido (2,6% x 4,7%). Mas nos últimos meses o aumento do indicador foi maior entre as famílias das classes mais altas. Em agosto, o ICF era praticamente a mesma entre as famílias com renda até dez salários mínimos (84,1 pontos) e daquelas com renda superior a este patamar (85,6 pontos). Porém, nos últimos meses a diferença entre as faixas econômicas tem se intensificado. Em outubro, o indicador ficou em 89,5 pontos entre as classes C, D e E e foi de 98,3 pontos entre as classes A e B. Em dois meses, o ICF cresceu 5,4 pontos percentuais (p.p.) nas famílias de renda mais baixa e saltou 12,7 pontos percentuais nas classes mais altas, mais que o dobro de crescimento. Entre os fatores avaliados para composição do indicador, a perspectiva de consumo para os próximos meses é a que mais cresceu na variação mensal, avançando 15,4% de setembro para outubro. Contribuíram para esse resultado a retomada gradual da atividade econômica, com a recuperação dos empregos perdidos durante o auge da pandemia.
Situação preocupante
O presidente do Sindicato dos Lojistas de Francisco Beltrão (Sindilojistas), Vilmar Bottin, diz que esta perspectiva está muito atrelada ao auxílio emergencial do governo e a perspectiva do pagamento do 13º salário para os trabalhadores. Bottin, no entanto, sem querer ser pessimista, prevê “uma retração nos negócios a partir do fim do auxílio emergencial. O governo federal atendeu milhões de pessoas com o auxílio emergencial durante a pandemia do coronavírus”, diz. Outra preocupação de Vilmar Bottin é com o aumento do preço da carne bovina. Devido ao grande volume exportado de carne bovina para a China, houve novos aumentos nos preços nas vendas do varejo.