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Francisco Beltrão
quinta-feira, 29 de maio de 2025

Edição 8.214

29/05/2025

ISDV apresenta balanço financeiro do Hospital Pró-Vida em reunião na Câmara

O déficit anual, em 2020, foi de R$ 172 mil, entretanto, a dívida total do hospital, em curto e longo prazo, é de pouco mais de R$ 7 milhões.

Na manhã de sexta-feira, 12, o Instituto de Saúde de Dois Vizinhos (ISDV), que faz a gestão do Hospital Pró-Vida, apresentou o balanço financeiro da instituição, de 2020. A reunião foi no plenário da Câmara de Vereadores e contou com a participação de autoridades e representantes da sociedade. “É preconizado por estatuto que o ISDV faça essa prestação de contas a cada quadrimestre, entretanto, em virtude da pandemia, no ano passado não fizemos duas apresentações de resultados”, explicou o conselheiro José Roberto Ank.

Melhorar a imagemEsse conselho assumiu o mandato em 2018 e o planejamento era mudar a visão que a população tinha do hospital. “Nós passamos por dificuldades. Desde que o ISDV foi criado, ele vem com dificuldades. O nosso planejamento, quando assumimos, trazia um objetivo de, primeiro, melhorar a visibilidade do atendimento, tornar o Pró-Vida muito mais eficiente, atendendo de maneira humanitária, com mais qualidade e especialidades. Sabíamos que isso ia gerar mais dívidas e tínhamos, no entanto, noção que isso geraria um aumento nas dívidas, mas isso nos possibilitaria buscar recursos para saldar, não só essa dívida que assumimos, como dívidas passadas. Essas ações estão se refletindo hoje, já que a população mudou a forma como vê o hospital”, completou. 

O conselheiro do ISDV, José Roberto Ank, e o contador Lauri Helfenstein fizeram a apresentação dos dados para os participantes da reunião.


Receitas
Durante o ano, a receita bruta atingiu R$ 12,3 milhões, sendo grande parte do valor aportado pela Prefeitura de Dois Vizinhos, que repassou R$ 8,1 milhões (65,3%). O Fundo Municipal de Saúde, com R$ 1,7 milhão e o HospSus, com 1,3 milhão foram também duas fontes de receitas importantes. O hospital contou ainda com receitas particulares, da Sanepar, BRF, PoliSaúde e convênios com as prefeituras de Boa Esperança do Iguaçu, Nova Prata do Iguaçu e com o Governo do Estado, através do Programa Mãe Paranaense. 

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Já, dentro das receitas não operacionais, o hospital recebeu pouco mais de R$ 123 mil em doações, R$ 728 mil em convênio liberado pelo deputado estadual Paulo Litro (PSDB), R$ 799 mil em emenda parlamentar do deputado federal Vermelho (PSD), outros R$ 805 mil conseguidos pela deputada federal Leandre (PV) e R$ 95 mil do deputado estadual Nelson Luersen (PDT). Com isso, o total de receitas chegou a pouco mais de R$ 14,9 milhões. 


Despesas
As despesas totais foram de R$ 15,1 milhões, sendo os maiores custos com os médicos (R$ 7 milhões), equipe de enfermagem (R$ 2,2 milhões), custos administrativos e operacionais (R$ 2 milhões) e farmácia (R$ 1,1 milhão). Ainda são computadas as despesas com lavanderia, cozinha, exames radiológicos, ultrassonografia, exames laboratoriais, transfusões de sangue, limpeza e financeiras. Com isso, o déficit no ano ficou em pouco mais de R$ 172 mil. 

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Dívidas
Diante desse cenário, também foram apresentadas as dívidas da casa de saúde, que totalizam pouco mais de R$ 7 milhões. As principais são com médicos (pouco mais de R$ 2 milhões), trabalhistas, previdenciária e FGTS (pouco mais de R$ 1,8 milhão), impostos ISS/IRRF/CSLL/PIS/COFINS (R$ 732 mil) e provisão de juros e parcelamentos de dívidas (R$ 1,2 milhão).

Ainda se tem dívidas de empréstimos (R$ 360 mil), fornecedores de medicamentos (R$ 221 mil), materiais de limpeza (R$ 9 mil), alimentos (R$ 15 mil), outros fornecedores (R$ 174 mil), produtividade médica (R$ 441 mil) e processos judiciais em parcelamento (R$ 46 mil). São tratadas como dívidas de longo prazo cerca de R$ 3,7 milhões com impostos, parcelamentos, juros e multas e cerca de R$ 2,4 milhões de dívidas em curto prazo, principalmente, com médicos e fornecedores, sendo que parte desse montante ainda não está vencida. 

Buscar soluções
O prefeito Carlinhos Turatto (PP) elogiou a prestação de contas e disse que o poder público vai ajudar o hospital a quitar as dívidas. “Vamos enviar essa prestação de contas para a Câmara, pois queremos ter tudo às claras, sem surpresas, mas já deixo claro que o que estiver fora desse balanço não vai receber. Uma coisa eu tenho bem clara: não quero falar sobre problemas, quero buscar soluções. Todo mundo sabe que hospital não é pensado para dar lucro e precisamos manter o Pró-Vida em pé. Não vamos correr da nossa responsabilidade, temos que agradecer pelo o que o Instituto vem fazendo e vamos economizando cinco de um lado, dois de outro, para sair dessa situação”, disse. 

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O conselheiro destacou que o ISDV também já tem soluções pensadas para o futuro. “Acredito que essa dívida de R$ 2 milhões, quando tivermos a regularidade de recebimentos, conseguimos, mês a mês. A ideia é que com a alteração do contrato com a Prefeitura vamos conseguir ter uma previsão de recebimentos e, dentro disso, priorizaremos os pagamentos que são imediatos. Se recebermos emendas e ajuda da população, conseguiremos adequar, conforme a legislação permitir, saldar as dívidas. Seguimos contando com o apoio dos deputados e vamos conseguir colocar em dia, resolver esse problema porque o hospital precisa estar disponível para a população, principalmente, para a mais carente que não tem condição de se locomover para outras cidades buscar recursos”, explicou José. 

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Duas situações animam. “Em 2018, conseguimos o Certificado de Entidade Beneficente (Cebas), um dispositivo que isenta impostos e tributos sobre o faturamento. Temos também um processo que está no TRF-4 referente ao INSS patronal e todas as empresas que não estão enquadradas em simples ou microempresa precisam contribuir com um percentual sobre a folha de pagamento e entidades com a mesma características que ingressaram na justiça, tiveram êxito. Como o Instituto, por muito tempo, fez esse pagamento, pedimos a devolução desse valor e,  com isso, vamos poder  cobrir esses outros impostos que ficaram em atraso. O jurídico nos trouxe bastante expectativa para que tenhamos êxito nessa ação que está em cerca de R$ 4 milhões em crédito para abater impostos em parcelamento”, diz. 

Ele destaca que o hospital mantém as contas em dia. “Do contrário, pela Lei de Responsabilidade Fiscal, a Prefeitura ou qualquer outro órgão público não consegue efetuar pagamentos para empresas inadimplentes com a união e nós temos uma dívida, mas não estamos inadimplentes.”

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