Ele faleceu com apenas 60 anos, num dia 21 de abril como hoje.
Pioneiro do município de Salgado Filho, Itacir Rebelatto faleceu há 17 anos, dia 21 de abril de 2004. Pessoa muito ativa, passou a vida se capacitando e enfrentando novos desafios. Deixou viúva a professora Norma Pelegrini Rebelatto, que reside (hoje aposentada) em Francisco Beltrão, e dois filhos: Roniedson e Rodney.
“Ele estava adiantado em seu tempo”, escreveu seu filho Roniedson (Roni), autor deste resumo da vida de seu pai Itacir Rebelatto.
“Meu pai nasceu na cidade de Joaçaba (SC) em 23-3-1944, filho de Albino Rebelatto (de Fagundes Varela (RS), hoje com 99 anos residente no Bairro Alvorada em Francisco Beltrão) e Ortenila Ramella Rebelato (in memoriam). No ano do nascimento, a 2ª guerra “fervilhava” e, com a participação do Brasil, seu pai, Albino, servia o Exército em Passo Fundo e foi convocado para se juntar à FEB (Força Expedicionária Brasileira). Por sorte, na eminência de embarque à Itália para lutar, a guerra se findou. A mãe contava que os primeiros contatos com o pai foi quando ele estava com mais de dois anos de idade, havia até muita dificuldade em chamá-lo de pai.
Itacir iniciou os estudos em colégio de padres de Joaçaba. Na sequência, transferido para a mesma congregação em Rio Negro, onde permaneceu até o ano de 1956/57, finalizando o primeiro grau. Detalhe: a família toda já havia se transferido ao Paraná no ano de 1954, quando no mês de agosto (esta data seu Albino não esquece, pois nos mesmos dias chegou a notícia da morte do Getúlio – 24-8-54), adentrando pelo Oeste catarinense, instalou-se no que seria o futuro município de Salgado Filho.
Aos 12 anos, Itacir veio sozinho e as estradas eram poucas. Quando chegou, já encontrou seu pai Albino instalado e produzindo numa propriedade no interior do hoje município de Manfrinópolis (Linha Tancredo Benghi).
No ano de 1963 serviu o Exército Brasileiro no quartel de Francisco Beltrão. Ele se destacava por possuir uma super máquina (para a época) fotográfica Konica, efetuando muitos registros. No dia de sua baixa do quartel, passando pela “Vila” (povoado de Salgado Filho) adentrou no comércio do sr. Nísio e Lívide Spessato, quando conheceu sua futura esposa Norma, que juntamente com sua amiga Nilva ajudava nos afazeres da família Spessato que, na sequência, veio residir em Francisco Beltrão.
Após um tempo de namoro, o casamento aconteceu em 12-6-1966, na então já sede do município de Salgado Filho. Foi dia chuvoso, impossibilitou a presença do fotógrafo contratado em Francisco Beltrão, Olívio Bordignon, e dos convidados, devido às difíceis estradas de terra da época (as fotos foram feitas 15 dias após). Somente os amigos Belair Ferreira e sua esposa Neide mais o pai e mãe da Neide conseguiram vencer o barro e a estrada sinuosa…
Com o advento da instalação do município em 1965, seu Itacir foi convidado para trabalhar nas questões administrativas da Prefeitura, lhe valeu de muito a conclusão do primeiro grau. Já o segundo grau foi cursado mais tarde (nos anos 80), deslocando-se todas as noites até Palma Sola (SC).
Logo na sequência, aproveitando-se da bravura de uma Brasília branca, que aguentou todos os deslocamentos, conseguiu cursar e concluir o curso de Economia Doméstica, na Facibel, (ainda no Bairro Miniguaçú), graduando-se na segunda (grande) turma, em 1981. Entre os formandos, estavam Quintino Girardi, atual presidente da Câmara de Vereadores de Francisco Beltrão, e o deputado Wilmar Reichembach.
Seu esforço em estudar e sempre levando junto outros colegas do município possibilitou a instalação do colégio de segundo grau em Salgado Filho e por muitos anos foi exerceu a função como professor.
Hoje percebemos quanto o estudo lhe valeu a pena e o quanto ele “estava adiantado em seu tempo”. Sempre dedicado à família e aos amigos, disposto e prestativo, admirado pela sua calma e paciência.
Sua atuação profissional sempre se deu no contexto da administração municipal, estando junto à Prefeitura desde sua instalação até se aposentar, em 1995, mesmo assim, continuou trabalhando. Com desmembramento de Flor da Serra do Sul e Manfrinópolis (1996), passou a colaborar com a instalação das duas prefeituras, atendendo as duas em dias alternados. Itacir manteve-se ativo até dezembro 2003, quando foi acometido de uma doença pulmonar, falecendo em 21-4-2004.
Norma Pelegrini Rebelatto (esposa) nasceu em Arroio do Meio (RS) 6-5-1948. Hoje residente em Francisco Beltrão, no Bairro Vila Nova, chegou ao Paraná no ano de 1954, aos 6 anos de idade, com sua família, que foi residir no interior do município de Barracão. Mudou para a recém-formada cidade de Salgado Filho aos 12 anos, para estudar e trabalhar na casa e comércio da família Spessato. Do casamento tem dois filhos: Roniedson (1968) e Rodney (1973) e quatro netos: Giovani e Etcheverry, Daniely e Gabriely. Após o casamento, dedicou-se à família e aos estudos, sendo professora até sua aposentadoria, porém o espírito de empreendedores sempre se fez presente no casal, tanto que tiveram várias empresas no ramo de confecção (indústrias de malharia, loja de confecções, facção e produção de marca própria).”
