Os mantimentos que foram furtados tinham sido recebidos como doação de empresas e moradores antes do Natal.

A família de Luís Carlos Rocha Vagner, 39, que reside às margens da PR 483, no trecho conhecido como Bica D´Àgua, em Francisco Beltrão, está precisando de ajuda da comunidade. No início deste ano – o morador não soube precisar a data – ladrões arrobaram a frágil casa de madeira onde eles residem e levaram toda a comida (cerca de 20 cestas básicas), eletrônicos e até dois porcos do chiqueiro.
Luís é pai solo de seis filhos – Gisele, 15 anos; Felipe, 14 anos; as gêmeas Évelim e Andressa, 10 anos; Jeniffer, 8 anos; e Thaís, 6 anos. A mais velha atualmente mora com uma tia em Pomerode (SC).
A história da família já foi relatada pela reportagem do JdeB em outubro de 2017. A única fonte de renda deles é o programa Bolsa Família, que atualmente paga R$ 450 por mês. Além disso, Luís atua com pequenos bicos na construção civil, mas nem sempre consegue trabalhar, pois precisa cuidar dos filhos. Os mantimentos que foram furtados tinham sido recebidos como doação de empresas e moradores antes do Natal.
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O dia do arrombamento
Ele conta que saiu para trabalhar, no Bairro Jardim Floresta, pois foi contratado por um amigo, que passou bem cedo em sua casa para lhe dar carona, serviço pelo qual receberia R$ 140 por dia de trabalho. “Eu estava com as contas atrasadas, aproveitei para pegar o servicinho. A gente ia rebocar uma parede.” Naquele dia, as crianças ficaram na casa dos avós, pais de Luís, que moram na comunidade de Santa Bárbara.
Quando ele chegou em casa no fim da tarde percebeu que tinham arrombado uma janela lateral da casa. Levaram as cestas básicas, doces e roupas que as crianças tinham ganhado, três aparelhos de TV, um vídeo-game Xbox e uma motosserra (tudo recebido em doações). No chiqueiro mataram um porco de 100 quilos e outro de 70 kg e também levaram a carne. “Não tenho nenhum vizinho por perto pra cuidar da casa, fui lá na concreteira (empresa de concreto que fica uns 200 metros acima da casa dele) e o cara que cuida lá disse que viu um carro preto saindo daqui, mas não soube precisar também.”
A polícia foi acionada para fazer o boletim de ocorrência, mas os ladrões não foram localizados. Luís acredita que eles ficaram bastante tempo dentro da casa e eram em mais de uma pessoa, pois deixaram várias bitucas de cigarro pelo chão. O morador contou que ficou abatido e agora fica receoso de sair e deixar a casa sozinha, pois é um local bastante isolado. A motosserra, por exemplo, ele usava para cortar lenha, já que nem sempre tem dinheiro para comprar gás de cozinha.
Contas atrasadas
A família está novamente precisando de ajuda, especialmente comida e dinheiro para pagar contas de luz atrasadas. Eles têm uma dívida de aproximadamente R$ 800 com a companhia elétrica que foi parcelada no final do ano passado. Só que as contas dos últimos dois meses já estão atrasadas novamente. “A gente ganha bastante coisa da comunidade e o pessoal do Cras (Centro de Referência de Assistência Social) tá sempre aqui ajudando, mas só o dinheiro do Bolsa Família não dá para fazer praticamente nada.” Depois do furto, a equipe da assistência social do município esteve na casa da família e levou mais mantimentos.
Os avós mais perto
Luís quer levar seus pais, Salete, 64, e Jairo Sebastião, 68, para morar na mesma propriedade. Para isso está construindo por conta própria uma pequena casa de madeira, logo abaixo da sua, para os idosos. Estando perto, os avós poderiam ajudar a cuidar das crianças e ele poderia sair para trabalhar com mais frequência. A estrutura da casa já está de pé, mas ainda falta bastante coisa para abrigar o casal. A tábuas para as paredes eles já têm, mas falta prego, cobertura e material para o banheiro de alvenaria.
Dificuldade para estudar
Com a pandemia de Covid-19, as crianças estão continuando seus estudos de casa. O pai vai até a escola e busca as atividades para eles fazerem em casa. Luís tem um celular pré-pago e é a única forma que a família tem de acessar a internet. Ele diz que os filhos sentem falta de um computador e de internet para poderem acompanhar melhor as tarefas. Outra dificuldade é o deslocamento para a escola, quando as aulas retornarem presencialmente, conforme disse, não tem transporte escolar para os filhos irem e voltarem das aulas.
A casa onde Luís e a família residem está muito próxima da rodovia, dentro da área de domínio do DER (Departamento de Estradas de Rodagem). A família foi cadastrada pelo órgão para receber uma casa e sair daquele local, mas por enquanto não há nada definido.
Contatos para doações: 46-99980-6308
