Doença põe em risco a saúde de seres humanos e animais.

A leishmaniose é uma doença endêmica na região Norte, Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste do Brasil, mas ela também está presente em outros lugares do mundo, como Europa, África e demais países do continente americano. A doença é transmitida através da picada por um inseto flebotomíneo, popularmente conhecido como mosquito-palha, que infecta animais e seres humanos com o protozoário Leishmania chagasi.
O médico veterinário José Carlos Zanella, da Planeta Bicho de Francisco Beltrão e Pato Branco, alerta sobre a contaminação dos pets durante o período de férias. A partir de meados de novembro, as pessoas começam a viajar e passear mais e levam seus cães junto, e assim os expõem a maiores riscos. “É uma doença que está distribuída no mundo todo, em regiões mais quentes. Ela é preocupante porque, além de ser uma doença com alta taxa de infectividade nos cães, é uma zoonose e de insucesso no tratamento nos animais. No homem tem tratamento, mas para animais não tem completamente”, ressalta Zanella.
O tratamento existe, porém não deixa o animal livre da doença. Segundo o veterinário, após o tratamento para leishmaniose, o cão fica como portador assintomático, ou seja, fica difundindo no meio ambiente a doença. A leishmaniose chega aos animais, assim como nos seres humanos, com a picada do mosquito-palha. “O mosquito é encontrado na nossa região, porém não foram detectado casos autóctones (doença contraída aqui) em animais, só casos de cães infectados”, informa Zanella.
De acordo com o veterinário, entretanto, a 8ª Regional de Saúde tem casos de pessoas que se infectaram na nossa região. “Então, o cuidado é que os animais não tragam essa doença de fora. E para que isso não ocorra, podem-se tomar cuidados, que são: vacinações desses animais para protegê-los e utilização de repelentes contra os mosquitos. O ideal é os dois serem usados conjuntamente”, orienta.

Prevenção
Atualmente, é possível fazer a vacina LeishTec, do laboratório Lema, que deve ser aplicada a partir dos 45 dias de idade do cão, com mais duas repetições com intervalo de 30 dias uma da outra e depois reforços anuais. Antes de aplicar a vacina, os animais devem ser testados sorologicamente e estarem negativos à doença. Todos os cães podem receber. Os repelentes são preventivos e vendidos como coleiras, colocadas no pescoço e assim afugentam o mosquito.
Sinais da doença
A doença se manifesta como tegumentar e visceral. A tegumentar apresenta lesões cutâneas como perda de pelos e feridas, que demoram ou não para cicatrizar, associadas ao emagrecimento do animal. A forma visceral está associada ao emagrecimento do animal e ao crescimento do abdômen.
“Foz do Iguaçu teve um caso de visceral e é um lugar estratégico, de muito trânsito, e por ser um local de fronteira, se não controlar, é mais fácil se espalhar. O mosquito-palha se reproduz em matéria orgânica, então se desenvolve com maior facilidade que o Aedes aegypti, esse fato associado ao calor e ao clima quente é o seu ambiente”, alerta Zanella.