O fato de não ter gerado a criança, não diminui o amor para com os filhos.
Em alguns casos, o Dia das Mães pode ser considerado uma data triste ou de muita saudade. Isso porque, a mãe morreu ou abandou o filho, ou também, por não conseguir gerar uma vida. Por isso, quando se pensa em maternidade, geralmente se faz uma conexão com gravidez e o nascimento de um bebê.
Porém, esse pensamento, se torna obsoleto diante de uma sociedade moderna. Existe também, a possibilidade de adotar uma criança, e nesse sentido, a mulher que não tinha condição de engravidar, por impossibilidade biológica ou vontade própria, obtém a alternativa de ser mãe adotiva de uma criança, e nem por isso, deixa de ser mãe. A adoção se tornou mais frequente, entretanto há algumas questões jurídicas e sociais nesse processo. O Estatuto da Criança e do Adolescente, por exemplo, no artigo 43, prevê que “a adoção será deferida quando apresentar reais vantagens para o adotando e fundar-se em motivos legítimos”.
O Jornal de Beltrão foi conferir duas histórias que transformaram a vida de duas crianças.
Eva e Beatriz

A mãe Eva Beatriz Andreis, 41, e a filha Beatriz Andreis Magnan, 3. A história começa desde quando Beatriz foi adotada, há seis meses e, portanto, será o primeiro Dia das Mães de Eva. Mãe e filha têm contato desde os primeiros meses de vida, quando Bia, como é carinhosamente chamada, se utilizava dos atendimentos de saúde da Apae, onde Eva é assistente social. A mãe viu a criança com infecção pulmonar, desnutrição e com muitas dificuldades. “Eu não sabia se a Bia ia andar, ou falar, como ia ser o futuro dela; quando surgiu a oportunidade eu quis ficar com ela”, disse Eva. Em todos os momentos, Eva contou com o apoio do marido, Moacir Macagnan, 34, que aceitou a ideia de ter uma filha com uma situação difícil de saúde. Hoje, Bia já desenvolveu a fala, a caminhada e cursa o ensino regular, mas sempre com acompanhamento da fonoaudióloga, psicóloga, com hidroterapia e equoterapia. Eva sente todos os dias o carinho da filha e é como se tivesse gerado a menina: “sinto amor incondicional e ela retribui o amor, como se estivesse agradecendo todos os dias, por eu ter adotado ela”. Para este domingo, Dia das Mães, Eva não quer presente material, apenas a presença dos familiares e o amor da Bia.
Gessemir e Luiz Fernando
Luiz Fernando Dantas Nuernberg, 10 anos, é um menino de sorte. É bem verdade que não tem uma vida fácil, pois apresenta muitas

dificuldades de saúde, com uma doença crônica, de má formação de células, mas tem como aliada uma mãe apaixonada pelo filho. Gessemir Dantas, 52, psicológa, relutou muito, pelo fato de não poder ter filho, em adotar, mas quando decidiu pela adoção, escolheu que seria mãe de um menino que tivesse mais de 4 anos e que não se importava caso a criança tivesse algum problema. Foi quando aos 4 anos e 11 meses apareceu o Luiz Fernando na vida dela. O marido, Celito Nuernberg, 62, rejeitou o processo de inseminação artificial, na época, e sempre foi favorável a adoção, tanto que partiu dele a iniciativa de discutir a ideia de adotar uma criança. O primeiro contato entre mãe e filho também foi complicado, pois Luiz Fernando pesava 15 quilos, aos 4 anos, e estava à beira da morte. Mesmo assim, foi amor à primeira vista, e Gessemir não mediu esforços para se tornar mãe dele. Logo nos primeiros meses com o menino, Luiz Fernando já começou reagir aos problemas de saúde. Desde então, não teve mais crises, porém faz tratamentos constantes, com idas a Curitiba, a cada 45 dias, para fazer transfusão. Hoje, o menino tem uma vida praticamente normal. “Ele cursou o 5º ano, sendo muito inteligente e carinhoso”, caracterizou a mãe. Para esta data, Gessemir diz que o maior presente é “saber que o meu amor por ele, foi capaz de transformar a vida dele. Ele me ensina a ser mãe e aprendo com eles todos os dias”, finalizou.