Pesquisa da Femama indica que foi baixo número de mulheres que fizeram exame.
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De acordo com matéria divulgada no JdeB dia 25 de novembro, menos de 35% das brasileiras acima de 45 anos fizeram mamografia, aponta Femama (Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama). Esse número é baixo e preocupa, comenta Kátia Vaz Carneiro, presidente da Mão Amiga, grupo beltronense de prevenção ao câncer.
“É muito grave essa situação, mas já esperávamos por isso, por causa da pandemia. Todos os tipos de câncer tiveram uma redução de diagnósticos drástica. Tanto que falamos que a próxima pandemia será do câncer.”
Conforme a reportagem publicada, o maior problema registrado pelas pesquisas foi não ter conseguido atendimento pelo SUS. “Na verdade, na nossa região ainda somos mais privilegiadas do que muitas mulheres de outros estados. Nosso atendimento é real e acontece. Ainda não é o ideal, mas funciona bem. Mas por muitas vezes as mulheres chegam nos locais de exames e tratamentos e as máquinas estão estragadas, tendo que agendar novas consultas e novos exames.”
Além disso, muitas vezes, as mulheres deixam de comparecer nos exames, e isso retarda os diagnósticos precoces e tira a vez de outras que necessitam. “A pandemia, que vem em segundo lugar na pesquisa, foi cruel com os novos diagnósticos. Muitas pessoas deixaram de procurar atendimento, com medo do vírus. Preferiram aguardar em casa, com medo, do que procurar pelos serviços de saúde. E agora, estão voltando a comparecer nos postos e clínicas, mas infelizmente o câncer não espera.”
Kátia destaca que a mamografia é ainda o principal recurso para detectar o câncer de mama, que, em alguns casos, não encontra o nódulo. Quando observado algum nódulo, os atendentes já encaminham para os clínicos oncologistas, para realizar outros exames com maior segurança de resultados.
Ela explica que, com essa paralisação na procura por mamografia, os tratamentos ficam mais agressivos, pois os tumores estão em estado avançado de estadiamento e as clínicas e hospitais ficam superlotados com a procura dos pacientes. “Momento delicado que estamos passando. Nós, da Mão Amiga, trabalhamos sempre para despertar nas pessoas o cuidado com seu corpo, a importância do autoexame e a realização da mamografia, e na sequência a procura pelos serviços de saúde. Não podemos parar de tentar despertar nas mulheres a importância da mamografia e a importância de um diagnóstico certeiro e rápido, para podermos salvar mais vidas.”
As mulheres diagnosticadas com câncer de mama têm que iniciar seus tratamentos em até 30 dias, por direito. “Vamos continuar levando informações para que esses números aumentem e que consigamos fazer com que as pacientes tenham sucesso em seus tratamentos.”