Esta é uma doença dos olhos que atinge diretamente a córnea. Com isso, essa estrutura
fica curvada para fora do olho, semelhante a um “cone”.

“Fiquei muito chateada quando fiquei sabendo, porque desde criança nós acompanhamos o sofrimento de minha mãe, que precisou ir a Curitiba fazer transplante de córnea. É um problema hereditário, que herdei da minha mãe, Dorotilde. Ela teve transplante nos dois olhos”, conta Márcia Sinhorini, que tem ceratocone, uma doença dos olhos que atinge diretamente a córnea.
“A córnea fica curvada para fora do olho, semelhante a um cone”, completa. Márcia começou a fazer testes com lentes de contato e, como estava no início, a lente de contato rígida corrigiu o problema, porque foi estagnando o crescimento, mas há pessoas que não se adaptam, aí é preciso o transplante.
“Comecei a usar lentes de contato, que ajudam muito, embora a visão não seja 100%, mas estagnou o crescimento da córnea. Troco a lente a cada ano e consigo trabalhar normalmente. Preciso ter alguns cuidados: não dá pra dormir com ela, não posso coçar o olho; fumaça, sol e vento irritam.”
Sua irmã Eliani mais velha não apresentou este problema; Márcia apresentou com 16 anos e seu irmão mais novo, José Henrique, com apenas 8 anos já precisou fazer transplante nas duas córneas. “A cirurgia tem alto risco de rejeição, então só é recomendada em últimos casos. Quando minha mãe fez um dos transplantes no Hospital de Olhos, em Sorocaba, eu tinha que ficar pingando medicamento de duas em duas horas a noite toda, pra não apresentar possibilidade de rejeição.”
Márcia percebeu que este problema começou quando ela passou a fazer cursinho, em 2001. “Eu colocava as fórmulas na parede do quarto e comecei a perceber dificuldade de enxergar, mas achei que pudesse ser cansaço. Então, eu consultei e o médico questionou se havia algum familiar com problema de ceratocone e ele identificou que era isso.”