Geral

A Associação Melhores Amigos dos Animais (Amaa), de Realeza, conta com dez voluntários, cada um tem seu trabalho, sua casa, suas famílias, e que mesmo assim tira um tempinho para se dedicar à Ong. Há também algumas pessoas que contribuem com lar temporário, já que a entidade ainda não tem um canil para abrigá-los.
Segundo a presidente Fátima Luciane Candido de Moura, a Amaa atua desde 2016, com o intuito de conscientizar a população sobre a necessidade de cuidar dos animais de estimação, através de castração, alimentação adequada, disposição de um local e casinha para abrigo, além de evitar maus tratos e abandono.“A Amaa surgiu da inquietação de ver tantos animais abandonados e sofrendo maus tratos e nada acontecer com seus tutores, pois nada era feito de forma legal, pela falta de entendimento do que significa maus tratos. A associação não recolhe animais de rua, porque não tem um local para abrigá-los. São voluntários que disponibilizam seus lares para deixá-los até a recuperação, castração e doação responsável, para pessoas que se comprometem com os cuidados. Eventualmente, alguns voluntários se apegam tanto aos cães e gatos resgatados, que eles acabam fazendo parte da família.”
A associação e o município não têm um abrigo ou canil para receber os animais abandonados ou que sofrem acidentes e maus tratos e necessitam de acompanhamento na recuperação, por isso a Amaa conta com alguns voluntários, que abrem suas casas para cuidar dos animais até a recuperação.
Fátima percebeu que, com a pandemia, muitos animais estão sendo abandonados e sofreram acidentes ou maus tratos. Há ainda crias indesejadas das fêmeas, neste sentido, a Amaa vem lutando para diminuir o sofrimento dos bichinhos, mas não consegue atender todos os casos. “Contamos e necessitamos da ajuda da sociedade através do PIX e do potinho solidário no comércio.”
Os gatos sofrem tanto quanto os cães, principalmente as fêmeas, que entram no cio a cada 30 dias, sofrem com envenenamento e com a matança dos filhotes. A Amaa se esforça para realizar a castração em cães e gatos, pois é a única e mais segura forma de prevenção de crias indesejadas.“Os casos que chegam até nós são animais abandonados, seriamente machucados, com filhotes, aí começa o desafio de encontrar pessoas que possam dar um lar temporário, muitos não são atendidos, porque somos uma associação que precisa de ajuda financeira. Todos trabalhamos e fazemos isso após o expediente.”
A Amaa já atuou com alunos do curso de Medicina Veterinária da Universidade Federal Fronteira Sul (UFFS), de Realeza. “Ainda mantemos contato, mas devido à pandemia nosso trabalho se restringiu bastante e os casos de abandono e maus tratos aumentaram muito. Quando conseguimos doar dois animais, surgem mais cinco precisando de ajuda.”
Contribuição
Para colaborar, é possível fazer PIX para Associação Melhores Amigos dos Animais, chave CNPJ 26516693000163.
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Apoio da PM
“Já tivemos que acionar a Polícia Militar de Realeza, para acompanhar casos em que era necessário retirar o animal do local, tudo de acordo com a lei. É confeccionado um Boletim de Ocorrência e encaminhado para Delegacia de Polícia e assim a Amaa tem mais um animal para fazer o atendimento. É um trabalho de formiguinha para fazer as pessoas entenderem que os animais precisam de alimentação adequada, de proteção, cuidar para que a corrente seja comprida, se estiver preso, ter acesso à água limpa e carinho”, ressalta Fátima.
Ela destaca que o animal vive em média de 13 a 15 anos, quando bem cuidado, e isso gera custos, pois, em algum momento, irá precisar de atendimento médico; as pessoas precisam ter consciência disso. “Há uma empresa que realiza a contabilidade, para gerar transparência. Muitos acham que temos que recolher os animais e não entendem que fazemos isso por amor e bem-estar dos animais, tentamos amenizar o sofrimento através de castrações, que evita muitos problemas, doenças e sofrimento, principalmente das prenhas, que acabam sendo abandonadas. Alguns animais têm tutores, mas não têm lugar digno de viver, comida e água.”
Fátima comemora o apoio da Prefeitura e da UFFS para castração em conjunto. A Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente tem ajudado com a fabricação de casinhas de madeira. Mas, com a pandemia, as adoções dos animais caíram muito e o abandono aumentou bastante.
“Quero agradecer a todos que ajudam nesta luta, em especial Michele e Lucas, da Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente, e ao prefeito Paulo, além das voluntárias, que no tempo livre prestam atendimentos e aqueles que abrem suas casas para um lar temporário. Além das parcerias, como a Bicho Mania, com os veterinários Gean e Luan, que sempre nos socorrem, não importa a hora. Estamos colhendo frutos de lutas do que as voluntárias já plantaram e espero que possamos plantar coisas boas e necessárias para quem vier e continuar a nossa luta.”