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Com o avanço da pandemia provocada pelo coronavírus, muitas cidades em todo o mundo estão adotando campanhas estimulando que as pessoas não se aglomerem nas festas de final de ano. “Nos anos anteriores, apesar das leis sancionadas em muitas cidades brasileiras, as queimas de fogos de artifícios eram praticadas como um grande evento”, ressalta Vininha F. Carvalho, editora da Revista Ecotour News & Negócios (www.revistaecotour.news).
Neste ano, os índices de poluição atmosférica deverão ser reduzidos porque não haverá a tradicional queima de fogos de artifícios promovida pelas prefeituras, inclusive no Rio de Janeiro.
Para muitas pessoas, por falta de conhecimento, os shows de luzes simbolizam alegria e diversão, mas, para grande parte dos animais, crianças, autistas e idosos, o barulho traz muita agitação, incômodos e ansiedade. Alguns cães são mais sensíveis a barulhos altos, como os de rojões e fogos de artifício, e podem sofrer estresse e insegurança devido a estas celebrações. Os cães têm uma audição aguçada, por isso detectam sons a longa distância.
Durante a queima de fogos de artifícios, os animais ouvem o barulho alto e estridente em uma frequência diferente e não conseguem identificar a origem do ruído, por isso o interpretam como uma ameaça, o que causa muito medo “É comum que os cães se escondam, e em casos graves a fobia pode até mesmo provocar a fuga ou acidentes”, salienta Vininha F. Carvalho.
Segundo a professora Dra. Valeska Rodrigues, docente no curso de graduação em Medicina Veterinária da Universidade de Franca – Unifran, os fogos de artifício podem causar alterações comportamentais e físicas em cães e gatos, com mudança de comportamento que pode levar até a óbito. “Quando constante esse tipo de ruído sonoro poderá gerar alterações de comportamento crônico, como lambedura em diferentes partes do corpo, defecar ou urinar em locais diferentes do costume, até mesmo aborto em fêmeas gestantes”.
“Além de medicamentos para minimizar efeitos do incômodo gerado pelos fogos de artifício, não se deve parar tratamentos prescritos anteriormente sem a orientação do médico veterinário, e sempre buscar ajuda do profissional caso tenha alguma dúvida. Ainda, a alimentação do animal não pode ser feita tão próxima ao acontecimento, haja vista que o organismo do animal pode sofrer alterações, e isso pode ser prejudicial”, argumenta a veterinária.
Para a veterinária Adriana Souza dos Santos, clínica geral da AmahVet, algumas técnicas como o adestramento ou o uso de terapêuticos, como os florais, podem ajudar a aliviar esse estresse. “Para isso, no entanto, é recomendada uma consulta com um profissional que indicará o melhor tratamento para cada animal”, enfatiza.
Neste momento histórico, onde as pessoas estão sentindo na pele a importância de tomar medidas que evitem o aquecimento global, a falta de conhecimento dificultava que ações e estratégias de adaptação às mudanças climáticas fossem eficazes.
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