Alinhar o terreno pode facilitar alguns trabalhos.
A importância da terraplanagem é considerada a partir da topografia do terreno e do que vai se construir nele. Afinal, o que é terraplanagem? “É deixar o terreno da forma mais correta, mais nivelada possível, pra poder construir. Engloba vários fatores, como corte, aterro e compactação. Normalmente, na nossa região, os terrenos são íngremes, o que requer bastante serviço de terraplanagem para a execução conforme projeto dos clientes, como, por exemplo, a escavação de uma garagem em subsolo”, explica Carlos Scholl, da OXC Terraplanagem.
Lucas Henrique Cella, engenheiro civil, da Terrasanta Terraplanagem, completa: “A terraplanagem é o que vai dar início pra que a obra aconteça de maneira correta. Por exemplo, se você tem todo um projeto bem elaborado – projeto arquitetônico, estrutural e hidráulico – e contratar uma empresa que não saiba fazer no nível correto do terreno, pode gastar muito mais depois, com aterro ou com novos cortes de terra, isso pode dar um transtorno gigante”.
Tanto Carlos quanto Lucas destacam que o maquinário está avançado e, na maioria dos casos, o custo do serviço de terraplanagem se torna mais barato do que fazer uma fundação mais profunda, além de valorizar o terreno.
“Aproximadamente 20 anos atrás, os equipamentos eram trator de esteira e escavadeira, hoje existem muitas máquinas, como mini escavadeira, rompedores hidráulicos (máquina pra quebrar pedra e pra perfurar), entre outros, então, às vezes removendo uma grande quantidade de terra, facilita a construção e o que se investe com terraplanagem economiza com vigas e estrutura pra sustentar um prédio”, diz Carlos.
A modernização dos equipamentos é um dos fatores que contribuem com aumento da demanda, uma vez que as máquinas trabalham mais especificamente para cada atividade, com uma grande variedade, que se encaixam em qualquer obra.
O que causou aumento na demanda?
Segundo Carlos Scholl, a demanda aumentou porque o mercado aqueceu, as taxas de juros caíram muito e as pessoas estão investindo em construção e em melhoramento do terreno. “Vários clientes estão mexendo nos terrenos pra dar uma melhorada, pra agregar valor na hora da venda. Nas lavouras, no interior, muitos estão arrumando o terreno pra aumentar o plantio, que este ano aumentou bastante em função do preço do soja, que andou na casa dos R$ 150. No setor agrícola, bastante trabalho na lavoura, bem como pra fazer estradas.”
De acordo com Lucas, o aumento da demanda ocorreu porque estão acontecendo mais obras. “Acredito que são as medidas tomadas pelo novo governo e porque antes o dinheiro que era rentável no banco hoje não é mais, então as pessoas estão preferindo construir e ampliar as empresas para fazer esse dinheiro girar e render mais. Hoje a pessoa já pensa em construir para fazer uma locação, para fazer girar mais dinheiro.”
Exigência da ART
André Luiz Tomazoni, engenheiro civil de Francisco Beltrão e conselheiro do Crea-PR, afirma que a terraplanagem é uma atividade técnica que exige conhecimentos da engenharia civil antes de ser executada. “O engenheiro civil é o profissional que tem plenas condições de analisar o grau de complexidade da terraplanagem, desde as condições do solo do local, do corte, do aterro, entre as demais atuações que envolvem o setor.”
André acrescenta que o acompanhamento de profissional habilitado, com uma correta avaliação, minimiza os riscos da atividade, evitando prejuízos, “não só financeiros, mas também garantindo a segurança de todos os envolvidos”.
“Por meio de seus conhecimentos em mecânica dos solos, o profissional tem condições de dimensionar o ângulo e o volume de um corte ou de um aterro, por exemplo, sem comprometer a segurança da atividade”, completa André, que integra a Câmara Especializada de Engenharia Civil (CEEC) do Crea-PR, representando a Associação dos Engenheiros e Arquitetos do Sudoeste do Paraná (Sudenge).
As obras envolvendo terraplanagem exigem, necessariamente, a emissão de Anotação de Responsabilidade Técnica (ART), que comprova, para os devidos fins, que há um profissional habilitado acompanhando a atividade. As informações constam no manual da CEEC, no site do Conselho (www.crea-pr.org.br/ws/manuais).
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