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Francisco Beltrão
quinta-feira, 29 de maio de 2025

Edição 8.214

29/05/2025

Mercado financeiro vê como remotas as chances de reformas econômicas

Geral

A chance de aprovação de reformas econômicas até 2022 passou a ser vista como remota pelo mercado financeiro e por analistas políticos, revertendo o otimismo do início do ano após a mudança no comando do Congresso. Entre os principais temas em discussão no Legislativo, estão a reforma administrativa, três propostas de reforma tributária e a privatização de algumas estatais. Em todos os casos, as mudanças contrariam grupos de interesse organizados, como o funcionalismo, o que torna difícil o andamento dessas questões em um ambiente que já é de disputa eleitoral antecipada. Pesam também a continuidade da pandemia, o andamento de uma CPI e a falta de espaço no Orçamento de 2021 para incorporar mais demandas parlamentares em troca de apoio ao governo.

Há ainda a falta de apoio do presidente Jair Bolsonaro e de vários ministérios à agenda liberal do ministro Paulo Guedes, o que já levou a uma debandada de vários secretários e assessores da pasta comandada por ele, a Economia. O próprio ministro Guedes já disse que não faz mais previsões sobre prazo para aprovação de reformas, após negociações frustradas com o Legislativo. Nesse cenário, a política econômica até 2022 deve se concentrar em duas frentes: um Banco Central que terá de lidar com riscos inflacionários e uma normalização do estímulo monetário e um Ministério da Economia na defensiva para manter os gastos públicos sob controle.

Privatização
Em relação às privatizações, o governo enviou ao Congresso um projeto de lei que quebra o monopólio dos Correios e também editou uma medida provisória que abre caminho para a venda da Eletrobrás. Os textos ainda precisam do aval da Câmara e do Senado. Nos dois primeiros meses após a troca de comando no Congresso, os parlamentares chegaram a aprovar a autonomia do BC, uma versão desidratada da PEC emergencial e o novo marco regulatório do saneamento básico, mas o andamento de novas proposições tornou-se incerto.

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Clima eleitoralClaudio Couto, coordenador do mestrado de Gestão e Políticas Públicas da FGV, afirma que a atual administração sempre priorizou a reeleição e a entrada do ex-presidente Lula na disputa por 2022 resultou num aquecimento do clima de disputa eleitoral antecipada, o que prejudica ainda mais o andamento das reformas.

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