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Criado pelo fisioterapeuta chileno Ramón Cuevas, a Terapia Psicomotra Cuevas Medek Exercises (CME), ou Método Cuevas, tem se tornado uma aliada no tratamento fisioterápico neurofuncional de crianças com limitações motoras. O tratamento é indicado já nos primeiros três meses de vida, a partir da identificação do problema neurológico causador do atraso, e perdura até a criança atingir o alcance de funções motoras avançadas (como, por exemplo, a marcha independente).
No Brasil, uma associação de fisioterapeutas que utilizam o método, denominada de Abratcme, está sendo criada. O fisioterapeuta Fernando Bednarski, especialista em Fisioterapia Neurofuncional com ênfase em Neuropediatria, faz parte da comissão criadora e defende o uso do método como uma terapia que não trata apenas a patologia, mas a potencialidade de recuperação da criança.
“Trabalhamos com o reforço ao estímulo”, frisa Bednarski. “Os estímulos que o Método Cuevas proporciona são novos, hoje, no mundo todo, e esses estímulos nos mostraram um novo jeito de pensar na habilitação de uma criança.”
Bednarski cita como exemplo os exercícios provocativos, ou seja, exercícios desafiadores, capazes de acessar o potencial de recuperação natural e que, muitas vezes, os pais e o próprio fisioterapeuta não acreditam que a criança possa realizá-los.
“Durante a exposição a esses exercícios, a criança vai adquirindo funções automáticas, iniciando com respostas de correção postural e posterior automatização de movimentos. Uma das características que considero importante, e hoje é muito comentada nos meios científicos, é a criação de um ambiente rico de estímulos proporcionado pela criação de dispositivos através do kit de caixas e materiais, como bolas, canos e tecidos; alternando sempre e diversificando as sessões, visto que hoje o método possui mais de 5 mil exercícios. Outra característica é a realização de alguns exercícios prescritos pelo fisioterapeuta aos pais em ambiente domiciliar, chamado de Home Program. São exercícios que compõem a base para a evolução do tratamento com aproximação da realidade e dificuldades vividas pelos seus filhos”, destaca Bednarski.
Indicação
Por ter uma abordagem terapêutica psicomotora, o método é indicado para crianças com três meses ou mais e que apresentem desenvolvimento motor atípico causado por disfunções do Sistema Nervoso Central (SNC) conhecidas ou não. Os benefícios estão incluídos no processo de desenvolvimento motor e incluem melhorias no equilíbrio, força, independência, coordenação e execução de funções mais simples até funções mais complexas, como andar.
Chama atenção no método a forma como os estímulos são propostos às crianças. Geralmente, há a exposição da criança à gravidade aliada ao caráter dinâmico dos movimentos.
“O Método Cuevas fala que a organização do cérebro da criança parte do pressuposto que nós temos que expor a criança ao desafio e à gravidade, dentro do que a criança tem possibilidade de fazer, para que esse cérebro ganhe uma função a mais ou um aprendizado a mais. Como se nós fêssemos acrescendo funções e ganhos a esse cérebro”, justifica.
Bednarski estuda o método desde 2016 e foi um dos pioneiros a levá-lo ao Oriente Médio, onde trabalhou por dois anos em Dubai, Egito e com uma curta passagem pela Europa, na Itália. De volta a Francisco Beltrão este ano, ele atende na Rua Sergipe, 811, anexo ao Centro Pilates de Especialidades.